AGENDA CULTURAL

16.5.11

Flip estimula leitura diária entre crianças


Festa Literária Internacional de Paraty impulsiona ação educativa nas escolas municipais

16 de maio de 2011 | 0h 00 - ESTADÃO
Gustavo Bonfiglioli - O Estado de S.Paulo
Paraty é famosa por sua festa literária e sua importância histórica e turística. Entre 15 mil e 20 mil pessoas visitam a cidade anualmente durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Na periferia de Paraty, de paralelepípedos comuns, a Flip chega por meio de uma ação educativa, que virou política pública em 2009, para fomento e exercício da leitura nas escolas de educação básica.
A biblioteca da escola municipal do bairro Parque da Mangueira tinha capacidade para 20 crianças há sete anos. "Tivemos de ampliar esse número. Às vezes, são 80 crianças na biblioteca, na hora do recreio. Elas preferem vir pra cá do que brincar", conta Flora França Pinto, diretora do colégio, que atende crianças do ensino fundamental 1, do 1.º ao 5.º ano. Já a escola de educação infantil Pingo de Gente, no mesmo bairro, inaugurou recentemente seu espaço de leitura.
Abrangência. Projeto atinge hoje as 32 escolas municipais
O contato diário dos alunos da rede pública de Paraty com os livros, que têm na grade obrigatória uma hora/aula por dia dedicada à leitura, faz parte de um projeto de ação educativa para formação continuada de leitores - alunos e professores - na educação básica, que vigora há sete anos.
"A Flip transformou a cidade em uma espécie de capital literária no País. Era necessário que ela fosse um instrumento para motivar uma transformação na educação pela literatura", conta Cris Maseda, que é coordenadora da Flipinha, evento paralelo à Flip voltado às crianças.
Mobilização. Criada um ano depois da Flip, em 2004, a Flipinha foi o primeiro passo para mobilizar a comunidade local pela literatura. Isso porque, entre outras atividades, são pendurados livros em todas as árvores das praças do centro histórico. Em cada uma fica um estagiário, estudante do ensino médio da rede pública, que media a leitura de crianças e adolescentes. Também é organizado anualmente um Ciclo de Palestras da Flipinha, voltado a alunos de ensino médio que pretendem seguir magistério.
Outras duas iniciativas estruturam o projeto, desenvolvido pela prefeitura e a Casa Azul, ONG que organiza a Flip. O primeiro, Mar de Leitores, implementou em 2009 uma logística de distribuição de livros nas escolas municipais. No mesmo ano, a Secretaria de Educação adotou, na grade escolar, uma hora diária de leitura obrigatória.
Periodicamente, são organizados encontros mensais com gestores e trimestrais com professores, em que ocorrem palestras sobre pedagogia, literatura e mediação de leitura.
Atualmente, o projeto atinge as 32 escolas municipais de Paraty, envolvendo 320 educadores e cerca de 5.250 alunos.
O REPÓRTER VIAJOU A CONVITE DA ASSOCIAÇÃO CASA AZUL 


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