Hélio Consolaro
O mundo conta a partir desta segunda-feira com mais de sete bilhões de seres humanos e, das Filipinas à Rússia, vários países reivindicaram o nascimento que ilustra simbolicamente os desafios planetários do crescimento demográfico.
Manila celebrou o nascimento de Danica, mais de uma década depois da população do planeta alcançar seis bilhões, em 1999, quando a ONU escolheu Adnan Nevic, um menino nascido em Sarajevo, como representante simbólico da marca. Desta vez, a ONU optou por não designar nenhuma criança com antecedência e vários países reivindicaram a efeméride (31/10/2011)
Quando me disseram com muita alegria que o planeta Terra havia completado 7 bilhões de habitantes, não me entusiasmei.
Aliás, não ando muito confiante no ser humano, porque ando desconfiando de mim mesmo. Estou meio cansado do meu jeito de ser, daí esse pessimismo. Cada um é as suas circunstâncias, portanto, não tenho como modificar a minha trajetória.
Surgiu-me uma dúvida: contaram um por um, até os índios sem contato com os brancos? Trata-se de um número simbólico de um planeta superpovoado, com 7 bilhões de bocas pedindo comida todos os dias.
Quando descobri que ser pobre é bom, é politicamente correto, porque consome pouco e não depreda o planeta, abateu sobre mim uma tristeza cruel, pois sempre fui um desenvolvimentista aguerrido, queria que todos os habitantes do planeta tivessem o padrão de vida dos norte-americanos. Agora, ouço um elogio à pobreza! A minha ideologia ruiu. Tive de ouvir Cazuza.
Sete bilhões de terráqueos. Com esse tanto de gente, o anonimato é uma sina.
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