AGENDA CULTURAL

14.4.12

Deixar o ressentimento de lado

Por Ilana Ramos

Pode ser uma mentira que contam a nosso respeito ou o atraso do pagamento de um dinheiro emprestado. Não é incomum que as pessoas com quem nos relacionamos no dia-a-dia nos decepcionem e não correspondam às nossas expectativas. No entanto, alimentar rancor e ressentimentos faz mal ao corpo e à alma e nos prende a acontecimentos passados, impedindo que consigamos enxergar o futuro com alegria e paz interior. Por pior que tenha sido o erro do outro, é somente perdoando que temos, enfim, a oportunidade de seguir em frente, defendem os especialistas.

O perdão não é simplesmente aceitar um pedido de desculpas, quando existe, e guardar a mágoa. Para a empresária, escritora, terapeuta e intuicionista Sonia Maria Milano, "é um processo de abandonar o vínculo com o passado, conseguindo seguir em frente. Quando liberamos nossas dores, nós não ficamos mais ligados ao passado, e sim, livres para experimentar a felicidade verdadeira e a paz interior. Dentro daquilo que acredito, perdoar é o que nos permite liberar a nós e o outro(s) da jornada cármica de almas que compartilham entre si. Quando perdoamos estamos concentrados em encerrar o ciclo cármico que nos une a esta(s) pessoa(s)".

Quando nos sentimos lesados por alguma coisa que outra pessoa fez, a nossa tendência é buscar razões que justifiquem a nossa raiva. No entanto, Sonia diz que "perdoar é esquecer e aí começa a grande dificuldade, pois somos seres históricos, com memória, e, portanto, é muito difícil ter o esquecimento como condição para o perdão. Tenho constatado que perdoar, muito mais do que esquecer, é um constante exercício de desprendimento. Desprender-se significa desvencilhar-se do que está ligado. Deixar para trás, sem alimentar as emoções que as referidas lembranças causam".

Pensamentos como "eu não merecia isso" e "depois de tudo que eu fiz" costumam povoar a mente de pessoas que guardam rancor dos erros de outra. Isso acontece porque "nos julgamos muito importantes, superiores e donos da verdade. Perdoar o outro é, antes de tudo, perdoar a si mesmo de suas imperfeições, fragilidades e até de ter, de certa forma, contribuído para o impasse ocorrido. Perdoar o outro é a oportunidade de agradecer a Deus por poder superar mais um obstáculo que nos impedia de crescer e amadurecer", diz a terapeuta.

Perdoar também não é fingir que o ato da outra pessoa não teve importância. "Sabemos que não foi correto, mas perdoamos porque também sabemos que, como pessoas, somos imperfeitas e temos momentos de falta de lucidez e consciência e magoamos os outros. O perdão deve ser generoso, pleno e completo, deve vir do coração e da alma. É uma escolha que fazemos para nós mesmos, para que possamos ficar livres dessas energias e seguir em frente na nossa vida. Quando perdoamos alguém, somos nós os primeiros beneficiados, pois deixamos de carregar um peso enorme dentro de nós mesmos e nos abrimos para novas etapas", afirma Sonia.

Um comentário:

HAMILTON BRITO... disse...

Continuei a leitura. Sabe aquele passo a passo, aqueles nove? Intão, se fizesse o que diz até o terceiro, seria um santo. Até ao sexto, santíssimo. Os nove, São Francisco, de Assis, perderia o lugar de favorito. Lindo mas impraticavel. Mas o txto é ótimo