AGENDA CULTURAL

6.3.13

Marginalizada, Teologia da Libertação espera impulso com novo papa

Da BBC Brasil em São Paulo


Enquanto ainda era cardeal, nos anos 1980, Joseph Ratzinger, que depois se tornaria o papa Bento 16, condenou a Teologia da Libertação, movimento nascido na América Latina que defende a justiça social como um compromisso cristão.
Ratzinger, na época prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, criticou "desvios prejudiciais à fé" pelo uso "de maneira insuficientemente crítica" de pensamentos marxistas na Teologia da Libertação.

Não seria uma tarefa fácil. De um lado, defensores reforçam a relevância da Teologia da Libertação para combater a desigualdade social e também a degradação ambiental; de outros, observadores citam a perda de protagonismo e a "marginalização" dessa forma de pensamento.Agora, passados mais de 40 anos desde que o termo foi cunhado (em 1971), com a renúncia de Bento 16 e a iminente eleição de um novo papa, o "projeto de libertação" dos mais pobres e oprimidos, que teve tanto impacto no Brasil e na América Latina, parece ter à frente uma nova chance de encontrar uma aceitação maior dentro da Igreja.
Para André Ricardo de Souza, professor do departamento de sociologia da Universidade Federal de São Carlos, a teologia deixou importantes marcas percebíveis até hoje, influenciando a agenda de movimentos sociopolíticos (do Partido dos Trabalhadores ao Movimento dos Sem-Terra e à presidenciável Marina Silva, hoje evangélica) e ideais sociais, como o da economia solidária e da distribuição de renda.

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