AGENDA CULTURAL

20.4.13

“A Terra é um ser vivo do qual somos o sistema nervoso”

Luís Pelegrini
(revista Oásis)
Gaia é uma entidade complexa, que compreende a biosfera terrestre, os oceanos e a terra; o conjunto constitui um sistema de feedback ou cibernético que busca um ambiente físico e químico ótimo para a vida neste planeta. A preservação de condições relativamente constantes por um controle ativo poderia ser descrita de maneira satisfatória pelo termo homeostase.” [James Lovelock]

Na década de 1960, quando o cientista britânico James Lovelock lançou a sua Teoria de Gaia, a proposta provocou celeuma nos meios acadêmicos em todo o mundo. Essa teoria, batizada com o nome da deusa grega Gaia, máxima divindade da terra, propunha nosso planeta não mais como um imenso aglomerado mineral a rodopiar pelo espaço a fora, mas sim como uma criatura viva, dotada não
apenas de um corpo físico-químico, mas também de funções biológicas, de uma “psique”, de uma inteligência e inclusive – por que não – de uma “alma".

A Teoria de Gaia, assim sendo, não podia deixar de interessar também aos esotéricos de todas as linhas, sobretudo aqueles mais moderninhos, identificados com as descobertas e os alertas da ecologia. Ela resgatava, em linguagem científica, teorias defendidas pelas tradições antigas. Retomava conhecimentos
oriundos de um tempo em que não havia separação entre ciência, religião, arte e filosofia. 

O interesse pela teoria, após o clamor do lançamento, durou relativamente pouco. Ainda muito ancorado no modelo racionalista cientificista, o mundo da ciência reagiu com certo desprezo às propostas de Lovelock.
Sobraram, no apoio irrestrito a ele, os esotéricos e alguns importantes nomes da ecologia, sobretudo os especialistas em ecologia sistêmica.

Os anos passaram, a própria ciência tornou-se mais e mais esotérica, mais e mais próxima das antigas sabedorias e convicções que chegaram até nós através dos milênios, e, hoje, a Teoria de Gaia passa por um processo de resgate. A matéria de nosso link apresenta uma síntese dela, e uma mais recente amplificação da mesma feita pelo próprio James Lovelock.

Ele reafirma agora que a Terra é, sim, um ser vivo. E nós fazemos parte dele. Somos o seu sistema nervoso.

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