AGENDA CULTURAL

5.4.13

Federalização da Fundação Educacional de Araçatuba



Hélio Consolaro*

Há um movimento, encabeçado por funcionários e professores da Fundação Educacional de Araçatuba, pela sua federalização. Se o objetivo for alcançado, passará a ser uma universidade federal. Então, o antigo sonho de Araçatuba ter um curso de medicina fica mais próximo da realidade. Aliás, motivo principal de sua criação em 1967.

Alegam os proponentes que, se Bauru teve a sua fundação estadualizada, por que não sonharmos com a federalização, já que governos, federal e municipal, são comandados pelo Partido dos Trabalhadores, com o prefeito Cido Sério tendo prestígio em Brasília? Há lógica no raciocínio.


Enquanto o sonho ainda é uma luta, por que não conhecermos melhor a nossa Fundação?  Ela oferece seis cursos: Administração, Ciências Biológicas, Ciências Econômicas, Matemática, Pedagogia e Psicologia. Também oferece quatro cursos de pós-graduação: administração pública, educação especial, psicopedagogia e psicanálise.

A FEA possui quatro revistas: Avesso do Avesso, Economia e Pesquisa, Turismo e Pesquisa (anuais) e um site: http://www.feata.edu.br. Durante o ano promove quatro eventos: FEA Fórum, FEA Livre e Pé na Estrada.  O seu curso de Pedagogia atingiu a nota 4 (máxima é 5), disputando com outras universidades públicas. E os demais cursos vêm com sua nota crescendo no ENADE.
Hélio Consolaro no debate sobre a federalização da FEA no auditório da instituição,  cujo convidado principal era o prefeito Cido Sério
A FEA é uma fundação de caráter público, por isso seus professores são concursados, presta contas ao Tribunal de Contas do Estado, ao Executivo e à Câmara, fazendo parte do orçamento municipal. Como não paga impostos, tem condições de oferecer cursos mais baratos. Hoje a mensalidade varia de  R$ 238,00 a R$ 489,00, mas com a federalização poderá ser totalmente gratuita. A FEA possui 18 turmas de alunos, funcionando de manhã e à noite, totalizando 844 alunos.

Quem são seus alunos? Ironicamente, fundada para ser a solução de problema das classes média e alta, que precisavam mandar seus estudarem fora, hoje, ela atende em sua maioria (63%) pessoas da classe C (ascendente), com renda de 02 a 05 salários mínimos.

Perguntados por que escolheram a FEA para estudar. Em torno de 50% fizeram a escolha pela qualidade do ensino e por ser a faculdade mais barata da região, fazendo o casamento perfeito entre preço e qualidade. Os pais têm apenas o ensino fundamental incompleto, 89% fizeram o ensino médio em escolas públicas e 82% trabalham, além de estudar na FEA. Também é bom dizer que 91% dos alunos moram em Araçatuba.   

Enquanto há instituições universitárias do ensino particular em crise, a FEA está em ascensão, tendo à frente do Conselho de Curadores o professor e engenheiro Raul Silva. É bom dizer que o conselho é um órgão deliberativo, normativa e fiscalizador cujas decisões são discutidas e votadas por ele. Os curadores e seu presidente nada recebem, são voluntários.  Estaria muito melhor se administrações municipais de Araçatuba, passadas, da época de sua fundação, tivessem acreditado nela em seus primórdios. 

*Hélio Consolaro é membro do Conselho de Curadores da FEA, representando o Rotary Club.

5 comentários:

canal de voz disse...

Existe um ditado popular que diz: "Em time que está ganhando não se mexe". Se a FEA é tão eficiente como reproduz o texto, por qual razão estamos querendo federalizá-la? Lembrando que também existe um outro ditado que diz: "Perguntar não ofende!"

erivelto disse...

Adamantina tem a FAI - Faculdades Adamantinenses Integradas, é uma autarquia municipal, tentam federalizá-la há anos. Por que não conseguem? Porque uma autarquia municipal credita fundos para o município, acredito que tenha em torno de 10 mil alunos.
A FEA, será mesmo que querem federalizar? Por quais motivos? Federalizando, daríamos quantos % para alunos de escolas públicas? Pois universidade pública é composta de mais de 60% de alunos vindos de escolas particulares, muitos "ricos".
Talvez aquele aluno hoje prefere sair com o título de federal, mas quem está fora, e pode conseguir um bom estudo pagando pouco, será que ficaria contente com a federalização??

Geralmente o Poder Público assume, quando a faculdade está prestes a falir, que nao deve ser o caso da Fundação.

Anônimo disse...

A FEA possui qualidade de ensino atestada pela avaliação de seus cursos junto ao MEC (notas excelentes no ENADE), mas a instituição precisa de investimento em infra-estrutura para crescer, o que atualmente não é possível, já que a instituição não recebe verbas públicas, depende apenas da mensalidade paga pelos alunos para pagar todas as suas despesas. A federalização se insere no contexto de que a instituição passará a receber verbas federais para investimento na criação de novos cursos e ampliar suas instalações, além de oferecer educação de qualidade de graça. Quanto à acessibilidade aos alunos oriundos de escolas públicas, a presidenta Dilma já sancionou a Lei das Cotas (Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012) que reserva 50% das vagas de universidades federais a alunos oriundos de escolas públicas. Além disso, a instituição federal mais próxima no Estado de São Paulo fica a 250 Km de distância (UFSCAR). Seria uma conquista importante para a região.

Unknown disse...

Ajudem esta causa:

http://www.avaaz.org/po/petition/Federalizacao_da_Fundacao_Educacional_Aracatuba_FEA/?cvvBvdb

heloisa.stabile disse...

Só corrigindo, a Instituição Federal mais próxima de Araçatuba fica a 10 km e oferece cursos superiores e técnicos gratuitos, se chama Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Câmpus Birigui, em funcionamento desde 08/2010.