AGENDA CULTURAL

17.4.13

Mildred Lourdes Pacitti Rocha - Biografia


Nadir Storti, professora e artista plástica

BIOGRAFIA

Nasceu em Birigui, em 27/01/1929.
Pai: Américo Pacitti – Mãe: Maria D’Aquino Pacitti. 
Neta e filha de pioneiros da Cidade Pérola.
Viúva de João Rocha e mãe de João e Tadeu.
Criou a 1ª Escolinha de Arte Infantil “Bamby” – 10/04/1967, onde queria tornar a criança mais sensível aos problemas da arte, aumentando a criatividade.
Fundou o Museu de Arte Infanto-Juvenil – 09/12/1994.
Artista plástica concentrada em tinta a óleo, aquarela, canetinhas, bico de pena, desenhos, modelagem, esculturas, além de ter o dom nas poesias.
Promoveu em 2006 uma exposição em homenagem aos “Mamonas Assassinas”.

 PÉROLA DAS ARTES

Estudou em Birigui até os 14 anos, mas, seus pais resolveram mudar-se para São Paulo, propondo aos seus filhos Mildred e Henderson um estudo melhor.

Seu 1.º quadro a lápis de cor, fez na escolinha particular de Dona Lídia Stuart, em Birigui.

Iniciou suas pinturas em aquarela e pintava delicadas flores .

Recebeu entre outros prêmios, o 1.º lugar no Concurso Oficial Nacional em 1978, com a obra “Santa Ceia”. No mesmo ano, recebeu menção honrosa no 42º Salão de Belas Artes de São Paulo, medalha de ouro na Sociedade Brasileira de Belas Artes no Rio de Janeiro, em 1982.

Em 1982 recebe o 1º lugar com “Terra dos Araçás”, no Concurso da União Nacional dos Artistas Plásticos, diploma de “Honra ao Mérito” em 1988 e “Voto de Aplauso” da Câmara Municipal em 2001 e 2003.
Os primeiros trabalhos foram desenvolvidos no estilo acadêmico, tendo como temas a natureza morta e paisagens, depois iniciou a arte decorativa.

Quanto à “Técnica Correntinha”, surgiu de tanto ver sua mãe fazer crochê e imaginou que conseguiria com canetinhas hidrocor, sendo que em qualquer lugar poderia fazer.

Em 1975 começou a utilizar a Arte Contemporânea, procurando sempre retratar um tema concreto, histórico, como o Descobrimento do Brasil, A Abolição da Escravatura, A Primeira Missa, a Nova República, enfim, temas brasileiros.

Temas de inspiração poética: Rosa Vermelha, Terra dos Araçás, Apocalipse, Primavera.

Em São Paulo, escolheu o Colégio Santa Inês para Mildred. Valdemar era seu tio e professor da Faculdade de Artes da Univ. Católica e da USP, mas, sempre sobrava um tempinho à tarde para pintar em seu ateliê como amador, onde fez uma paisagem muito bonita nordestina.

Mildred, dizia: “tio eu quero pintar”, ele pegou uma caixeta de massa e lhe deu algumas tintas e pincéis, aguarrás e uns paninhos para limpar os pincéis e com isso surgiu seu primeiro quadrinho à óleo.

Ao final do dia, seu tio percebeu que ela tinha o dom da pintura, elogiando-a, o que a incentivou a pintar, por isso lhe é muito grata.

Foi nomeada a chefe de mesa no colégio e todos os domingos seus pais iam visitá-la, levando uma caixa de chocolate, doce de leite, bombom, tudo o que uma adolescente gostava.

Tinha que levar tudo que ganhava no refeitório, mas, escondeu metade no dormitório e a outra metade no salão de estudos, no meio dos livros.

No dia seguinte, fizeram uma limpeza em todos os locais e uma de suas amigas de mesa era a Ceci Picoloto, que cutucava a Mildred porque a Irmã Nilde batia o sininho e dizia: “muito bonito, nessa noite de limpeza , havia doces, chocolates, espalhados nos bolsos, bolsas, dormitório” e a Mildred ficou quietinha sem dar alarmes.

Seu pai colecionava todos os recortes do movimento político e diplomático da Inglaterra e através destes recortes viu o nome de uma artista de cinema, opção da escolha do seu nome e o padre não queria que a registrasse por achar que era nome de pecado, só por ser artista de cinema.

Fez exposição de telas na OAB em julho de 2008, onde homenageou a cidade pelo Centenário, expondo 100 telas.

Texto publicado no livro "Nos trilhos do centenário", 2009, Editora Somos.

Mildred Pacitti Rocha faleceu hoje (17/04/2013). 

Um comentário:

ESTACÃO BRASIL (UP GRADE) disse...

Hélio
A Dona Mildred foi a primeira artista de Araçatuba que conheci quando cheguei em Araçatuba. Naquela época, eu vim de Pirenópolis,Goiás e tinha o Atelier Mandala Batiks que funcionava em minha casa e trabalhava com curos de estamparia em tecido e móveis artesanais, lembra?
Por conta de uma Feira de Artes que realizamos na Praça de Alimentação do Shopping, visitei praticamente todos os Ateliers da cidade e ela foi a primeira visita que fiz.
Travamos uma amizade aonde nosso contato perdurou alguns anos, durante o Projeto Cnco e Meia, na Praça João Pessoa. Dona Mildred sempre foi muito atenciosa, gentil e me espantava ver seus trabalhos se deteriorarem mal cuidados na Biblioteca Municipal na funesta época Malully...Agora ela deve estar pintando os azuis celestiais que ela tanto admirava, certamente tomando seu chazinho com o velho São Pedro...