AGENDA CULTURAL

11.5.13

Ainda vou à casa da mama

Hélio Consolaro*


Dona Augusta na festa de 80 anos
Eu fui comemorar o Dia dos Pais ao pé do túmulo, no cemitério; felizmente, o Dia das Mães será comemorado na casa da Dona Augusta. Quem tem  mãe viva, mesmo sendo sessentão, não se sente órfão. Ainda vou à casa da mama.

As irmãs e os irmãos de minha mãe deixaram nossos olhos, e ela foi ficando, ficando, está ficando. 

- Cadê minha turma, grita ela!

Às vezes, ela fica brava porque está durando muito; outras vezes, os filhos se queixam que ela mudou muito, ficou ranzinza. São velhos cuidando de uma velhinha. Netos adultos, bisnetos correndo pela casa.

Para ser de todos e não ser de ninguém, ela enfrenta sozinha a sua velhice, uma ermitoa em seu palácio. Lá, ela recebe a todos, sem distinção, sem  pedir 
licença.

O mano Gegê é o administrador do castelo, eu cuido de suas refeições. Alberto e Luisinho, moram fora de Araçatuba, praticam uma assistência a distância. E ela vive cercada de mimos.  

Na Seresta Dia das Mães, no teatro municipal Castro Alves, realizada na sexta-feira, 10/5/2013, pelo Grupo Amigos da Seresta, a cada poema recitado, a cada música cantada, todos lamentaram a mãe ausente, me senti uma criança. 

A minha está vivinha, ainda me dando puxões de orelha. Mãe é mãe, não importa a idade. 

*Hélio Consolaro, 64 anos, cuja mãe tem 86.

2 comentários:

HAMILTON BRITO... disse...

Meus cumprimentos à senhora sua mãe...e ao senhor, por tê-la.
A minha assistiu de lá.

Heitor Gomes disse...

Beijo grande na mamãe, que Deus abençoe. Apesar que ela foi a culpada de tudo. Amém!