AGENDA CULTURAL

4.1.14

A dívida da Igreja Católica

O papa Francisco determinou a doação de R$ 11,7 milhões para ajudar a saldar a dívida da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que trouxe o pontífice ao Rio na última semana de julho, em sua primeira viagem internacional. Esta quantia, somada aos R$ 800 mil arrecadados pela campanha de doação lançada em outubro pelo Comitê Organizador Local (COL) do encontro católico, reduzirá a dívida dos atuais R$ 43,2 milhões para R$ 30,7 milhões. (Estado de São Paulo, 03/01/2014)

Estou postando essa notícia apenas para mostrar ao "mundo leigo" que promover evento, como manda o figurino capitalista, custa grana. E dinheiro não é coisa do diabo.

Parece que não, mas a Igreja Católica, tem uma dificuldade medonha de lidar com dinheiro, enquanto a evangélica nada de braçada. Gastar grana em mídia ainda causa constrangimento entre os católicos. A valorização do voto de pobreza, embora pareça hipocrisia, ainda conta muito entre os católicos.

Nas mãos do Edir Macedo, a vinda do papa Francisco ao Brasil teria rendido horrores à igreja. Assim, a Igreja Católica no Brasil curtiu a vergonha da dívida e teve que pedir dinheiro para o homenageado, ou seja, o papa Francisco. E ele como bom franciscano abriu os cofres. Perdoar dívidas não é possível, nem no Pai Nosso.   

4 comentários:

Anônimo disse...

O papa Francisco era homenageado? Ele foi homenagem ? A jornada era dos jovens? A despesa foi da Jornada toda ou da vinda dele aqui? Eventos religiosos tem que dar lucro? Prejuízo? Quem sou eu pra indagar sobre o que nada sei. Ninguém? Posso ao menos perguntar a verdade?

Anônimo disse...

Sinceramente continuo buscando as razões e objetivos do comentário. Confesso que ainda não os encontrei.
Penso que os eventos religiosos de grande proporção carecem de profunda análise de planejamento e isso independe da bandeira ou do sinal distintivo do promotor. Ademais, concordo com o ilustre anônimo na questão "...Eventos religiosos tem que dar lucro? Prejuízo?..."

Amanda disse...

Eventos católicos não devem dar lucro nem prejuízo, devem dar esperança e mostrar que em meio a tanta hipocrisia ao se falar em Deus, existem,uma multidão de jovens, não apenas na idade mas no coração, que querem ouvir a palavra de um Homem Santo, e que tem sede de Deus. Que querem dizer dizer ao mundo, EU SOU DE DEUS, EU CREIO EM DEUS, EU QUERO ANUNCIAR O EVANGELHO PELOS 4 CANTOS DO MUNDO. Se a desorganização dessa JMJ não arrecadou o necessário para pagar seus custos, vale refletir sobre o que deveria ter sido feito e foi dado pouca importância pelos órgãos competentes. Vale também aos católicos refletirem qual o papel deles dentro da Igreja, se eles atuam não só com opiniões, mas com atitudes, lembrando também que DOAÇÃO é importante para manter esta obra! Voto de pobreza nada mais é que deixar de lado o consumismo fútil e usar seu dinheiro naquilo em que você acredita ser correto. Católico que não paga o dízimo, que não ajuda a Igreja é realmente católico, ou se fantasia de algo aparente para se esconder? Fica aqui minha opinião. Abraços

Hélio Consolaro disse...

O leitor Walter Miranda de Araraquara não conseguiu postar seu comentário e pediu para que postasse o seu pensamento:

R$ 43,2 milhões daria para ter distribuído em torno de 216 mil cestas básicas para amenizar a fome de muitos pobres pelo menos no mês de dezembro. O que Jesus Cristo nos ensinou com o lindo Sermão da Montanha (Mt 5:1-12) não tem sido praticado nem pela cúpula da Igreja Católica. Não isento deste “pecado” os membros das Igrejas evangélicas.

Jesus também não ensinou não acumularmos tesouros aqui na Terra (Mt 6:19-21) No entanto, os grandes tesouros estão representados pelos dinheiros nos cofres das igrejas cristãs e pelos valores dos lindos prédios que os idólatras valorizam como o sagrado nas suas salvações.

Não acho que, necessariamente, o dinheiro é coisa do diabo, mas quando o ser humano coloca o coração nele, se distanciando de Deus, com certeza o diabo se aproxima, pois aonde está seu tesouro está seu coração (Mt 6:19-21). Ai, cara, é a destruição.

Não é verdade que as Igrejas Evangélicas nadam de braçada quando o assunto é administrar finanças. A minha Igreja, Batista, é pequena, pouco mais que 300 membro, e não tem dinheiro. Infelizmente os neopentecostais (existem mais 50 no Congresso apoiando o governo Dilma) tem misturado o reino de Deus com os reino dos homens. Defendem a teologia da prosperidade, prometem curas de doenças, tudo mediante polpudas doações depositadas nos gasofilácios das Igrejas. Isso é pecado mortal e esse povo não conhece Jesus Cristo. São, a meu ver, falsos profetas, tal como está previsto na Biblia.

Sair na defesa do Edir Macedo é demais. É o péssimo exemplo de pastor, tal como Jesus Cristo nos ensinou. Dizer que a Igreja Católica do Brasil pediu dinheiro para o Papa Francisco é forçar a barra. Penso que a Igreja Católica brasileira é, também, uma grande doadora para o Vaticano que é quem deve bancar as viagens do Papa pelo mundo.

Gosto do Papa Francisco. Tenho acompanhado o que ele faz e prega. Pena que não está e não vai ser facilmente entendido por 95% dos católicos. Sendo adepto da Teologia da Libertação, majoritariamente discriminada dentro da religião católica, gosto do que o Papa Francisco tem falado e pregado. Ele é um homem verdadeiramente de Deus. Ele não queria todo esse gasto absurdo para recepcioná-lo, num país aonde se morre de fome e nas filas do SUS.

Para os quem comparam o tesouro de Deus com o tesouro aqui na Terra e acham que o sistema capitalista, que valoriza o dinheiro, se identifica com o que Jesus Cristo nos ensinou, eu digo: “Senhor, perdoai-os porque não sabem o fazem!”, porque estão crucificando e matando Jesus Cristo pela segunda vez.