AGENDA CULTURAL

25.2.14

Morreu alguém da Academia de Letras?

Hélio Consolaro*

Depois de receber dois novos acadêmicos em 2013, ALL (Academia Araçatubense de Letras) abre mais três vagas para escritores da cidade que desejam se tornar membros titulares. As cadeiras de números 5, 9 e 11, cujos patronos são Osmair Zanardi, Paulo Setúbal e Fabriciano Juncal, eram ocupadas respectivamente por Célio Pinheiro, Maria José Bedran, Mario César Rodrigues, mas receberão novos “donos” ainda este ano. (notícia de jornal)


Não morreu ninguém, apenas as pessoas que ocupavam as cadeiras estão sem condições, então, quando fui presidente da Academia Araçatubense de Letras (AAL), discutimos entre os acadêmicos e colocamos nos estatutos a categoria de “acadêmico agregado”, ou seja, sem responsabilidades administrativas.

O acadêmico agregado continua com a imortalidade garantida, a sua foto é mantida na galeria, mas não precisa pagar mais sua anuidade, nem votar e nem ser candidato a nada dentro da entidade. 

Maria José Bedran e Célio Pinheiro são fundadores da AAL, o segundo foi o seu mentor, aquele que lutou para criá-la, quando era professor de Literatura Portuguesa da UniToledo. Os dois estão bem velhinhos, com sua saúde abalada e suas famílias concordaram em passá-los para acadêmicos agregados. Já o Mário César Rodrigues não quer saber mais de participar, então, só restou ao colegiado de acadêmicos mudá-lo de categoria. Tito Damazo, atual presidente, vem conduzindo essa questão com pertinácia.

Com a mudança de categoria, abriram três novas vagas. Então, você que reside em Araçatuba, tem um livro publicado de qualquer gênero, está em condições de se candidatar a uma das vagas. Basta ter condições de cumprir com as obrigações financeiras e literárias da função.

Ser acadêmico é uma honraria, mas antes de tudo é um serviço que deve ser prestado à sociedade araçatubense, sendo um militante da literatura, pois cabe à entidade zelar pela língua portuguesa e incentivar a literatura no município.

O escritor araçatubense (domiciliado em Araçatuba) precisa se candidatar à cadeira vaga, não espere convite de ninguém. Faça seu currículo literário, colocando a sua formação escolar, redija uma carta, solicitando sua inscrição, procure um acadêmico para lhe apresentar por meio de carta e junte seus livros publicados. E há muita gente em Araçatuba com condições de fazê-la.

Pronto. Envelope entregue, protocolado, na rua Joaquim Nabuco, 210 (Vila Ferroviária), até 25 de março de 2014. Estará na disputa para participar do grupo mais chato de Araçatuba, do qual participo com minha chatice, tornando-se um imortal.  

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Acadêmico da AAL. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP



3 comentários:

HAMILTON BRITO... disse...


Para tornar-se realmente imortal é preciso muito mais o que entrar em uma academia de letras.
Imortaliza-se por pensamentos, palavras e obras...ditas e mostradas para a sociedade. Não serão com Cadeiras Vazias que irão conseguir a imortalidade.
Ainda bem que novos ventos estão entrando pelas novas janelas que se abrem. E eu cumprimento quem está fazendo isso.

Antenor Rosalino disse...

É digna de exacerbados aplausos a iniciativa dessa propagação que, de forma transparente e democrática, possibita a abertura de reais possibilidades aos escritores locais que se sobressaem sobre os demais e que, notadamente, fazem por merecer a honraria em pauta.
Saudações literárias.

HAMILTON BRITO... disse...

kkkkk espera que vem bronca por aí