Final do show Canções dos Musicais |
Hélio Consolaro*
Quando o prefeito Cido Sério (PT) me confiou a Secretaria
Municipal de Cultura em 2009, uma espécie de gerente do setor, chamei todos os
segmentos culturais para ajudar na minha árdua tarefa, porque a pasta estava
meio desacreditada.
Fiz reuniões com todos os segmentos culturais da cidade. Muitos
se propuseram a ajudar, outros ficaram indiferentes, mas ninguém se dispôs a
atrapalhar o meu trabalho. A equipe da secretaria era diminuta, enfim, a sua estrutura não era
digna do nome por sua pequenez.
Depois de certa caminhada, aqueles que se dispuseram a me
ajudar, promoveram uma cisão política no Conselho Municipal de Políticas
Culturais, antes da hora, tendo em vista as eleições municipais de 2012.
Bateram em retirada e ficaram sem espaço político. Foram dias difíceis.
Escrevo tudo isso porque hoje a Secretaria Municipal de
Cultura passa felizmente por um período de calmaria. Os agentes culturais
passaram a entender as intenções da administração municipal.
Inauguramos uma
nova mentalidade na gestão cultural de Araçatuba. Construímos uma cidadania
cultural, questionadora no primeiro momento, e propositiva no segundo.
Essas reflexões me passaram pela cabeça neste fim de semana.
Assisti a dois espetáculos no teatro municipal Castro Alves: Serenata dos Namorados
do Grupo Amigos da Seresta na sexta (com gente de pé), organizado por Aurélio
Rosalino; e a terceira sessão (também lotada) de As Canções dos Musicais, com o
Cantata Coral, da professora Neila Fontão, no sábado. Ambos promovidos com ajuda
financeira da Prefeitura de Araçatuba.
No mesmo sábado à noite, houve uma atividade da cultura
popular, a 2.ª Quermesse da Estação Taveira no bairro rural de Engenheiro
Taveira. Um grupo de artesãs criou uma associação para incrementar o artesanato
no local com apoio também da Secretaria Municipal de Cultura. A quermesse era uma forma de buscar recursos.
Fiquei por lá até as 19h45, fui assistir ao Cantata Coral no
teatro Castro Alves e voltei correndo para Eng.º Taveira. Ao chegar, me
assustei com tanta gente. Não era gente mandada pelo prefeito em socorro, mas
pessoas que acreditaram na iniciativa. Parece que o fator de levar Sérgio Reis
em Taveira acordou os moradores. A paciência e a persistência venceram a
desconfiança.
Público de Eng.º Taveira |
Esses três eventos deste final de semana me fizeram sentir
realizado, como se quisesse gritar: “Conseguimos!”. Era cidade acreditando nela
mesma, nos seus talentos, no seu poder de organização.
Não fizemos tudo na secretaria, mas conseguimos pelo menos colocar a
cultura de Araçatuba em lugar de destaque na região e no Estado de São Paulo.
Pode contar por aí que Araçatuba mudou.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista escritor.
Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP
Um comentário:
Sem contar o grupo experimental, eu participo de mais quatro grupos de literatura esparramados por aí. Há muito tempo que mando os seus blogs para os membros desses grupos mostrando que que se faz aqui em Araçatuba, sobretudo, no quesito cultura.
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