A sede da Academia Andradinense de Letras virou um puteiro

 

Acadêmicos de Andradina em sesão solene de 2018

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Andradinense de Letras 

Além da informalidade de um blog, eu convivo com a etiqueta de academias de letras, como a de Andradina que funciona na Casa de Cultura Cora Coralina. Se na academia de Araçatuba, durante a pandemia, continuamos nos reunindo via on-line, o mesmo não aconteceu em Andradina. 

Não costumo escrever sobre política local em jornais de cidades onde não moro, porque as particularidades são imensas e o cronista corre o risco de ser um elefante numa casa de louças. 

Mas nesta última notícia, eu não podia me omitir, pois envolveu a própria Academia Andradinense de Letras. Numa atitude desaforada, a prefeita Tamiko Inoue, ou sua assessoria, transformou nessa pandemia a Casa da Cultura Cora Coralina, onde funciona a Academia Andradinense de Letras, numa casa de moradores de rua. Nem Bolsonaro com seu desprezo total pelas atividades culturais atreveria a tomar tal atitude. 

Márcia Canevari considera que tais desabrigados mereceria a atenção da Prefeitura de Andradina, mas noutro prédio. A tal ocupação está me cheirando a desaforo político. Tal comportamento de Tamiko prejudicou o candidato nessa eleição de 2020, apoiado por ela, Jamil Ono, que de PFL, passou para o PT, depois PCdoB e agora é do "Podemos". O japonês queria ser imperador em Andradina, ser o eterno prefeito.    

Encerradas as eleições municipais, a presidenta da Academia Andradinense de Letras, Márcia Canevari, que também é militante política, resolveu pôr a boca no mundo no grupo do zap dos acadêmicos, numa gravação explosiva, contando o ocorrido e dizendo que a Prefeitura transformou "um espaço cultural num puteiro".

De pronto, no próprio zap, Márcia Canevari teve apoio dos acadêmicos Cido Gomes e professor Moisés. E para ajudar (ou atrapalhar), resolvi escrever este texto, assim as coisas não ficam esquecidas.