Páginas

19.4.17

Suicídio de dois jovens: houve vida desperdiçada?

 A estudante Kaena Novaes Maciel, 18 anos, encontrada morta no domingo de Páscoa com o namorado Luís Fernando Hauy Kafrune, 19, em um quarto do hotel Maksoud Plaza, nos Jardins (zona oeste), cidade de São Paulo
A estudante Kaena Novaes Maciel, 18 anos, encontrada morta no domingo de Páscoa com o namorado Luís Fernando Hauy Kafrune, 19, em um quarto do hotel Maksoud Plaza, nos Jardins (zona oeste), assistiu à série "13 Reasons Why" ("Os 13 Porquês"), da Netflix, uma semana antes do crime, segundo a Polícia Civil. A série, de ficção, tem como tema o suicídio (jornal AGORA).

Hélio Consolaro*

Quando eu era menino imberbe, que idolatrava o livro, alguém me disse que nem todos os livros são bons. Fiquei indignado porque eu elegia o livro como uma mídia confiável,  por ela descobri o mundo, não era possível que um livro não prestasse.

O filme “Os 13 Porquês”, antes de ser filme, é um livro. Até tive a intenção de vê-lo pela Netflix, mas faltou coragem e sobrou precaução. Vai que a carne é fraca e o espírito vacila. Não tenho nada contra os suicidas, até recebi como brinde da editora o “Dicionário de suicidas ilustres”, Editora Record. Não sei se são corajosos ou covardes, prefiro não julgá-los.

Na verdade, autor do livro e produtor do filme ganham marketing gratuito, se em cada país há suicídios motivados por suas obras. A ética tem muito que responder nessa atitude marqueteira. 

Nós que somos medíocres, caro leitor, não devemos nos enganar, achando que o suicídio vai nos dar genialidade. E lembre-se de que o suicídio é mais praticado em países ricos, porque o pobre nunca chega a tanto, porque ele tem um sonho besta de ficar rico que o mantém vivo. O casal que praticou um suicídio combinado não se hospedou em nenhuma espelunca, reservaram quarto no Maksoud Plaza, eram filhos de famílias abastadas.

Atualmente, com essa tal depressão, que já teve o nome de fossa, amuo, melancolia, e muita gente ganha dinheiro sobre tal estado de espírito, há um passo curto para o suicídio. Nós todos tivemos momentos e períodos de desprezo pela vida, de vontade de se jogar do décimo andar, pois a felicidade, a alegria não são permanentes.



Durante o Romantismo Literário, século 19, em sua radicalidade, os poetas faziam apologia da morte e o suicídio era uma prática comum, só ver com quantos anos morreram Castro Alves e Álvares de Azevedo, para ficar em dois exemplos brasileiros. A vida não compensava ser vivida.

Luís Fernando e Kaena morreram felizes, se posso dizer isso. Eles acreditavam em que o amor precisava ser eterno. Convenceram-se de que o amor entre eles nunca mais ia ficar tão bom como estava. Preferiram, como se fala na comunicação, congelar a imagem. Ou você, caro leitor, acha que foi um desperdício de vida?

Se houver transcendência, espero que o Senhor do Universo compreenda a opção deles ao solicitar morada em sua casa.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras




3 comentários:

  1. me desculpe mas so Deus pode tirar a sua vida,,ou permitir,atraveis de algo que ele keira que aconteça,,,,fora isso,,,,,,suicidio e do diabo,,!! infelismente eles foram para outro lugar,!!!!!!

    ResponderExcluir
  2. Suicídio jamais.Estes dois estavam perturbados.Infelizmente não buscaram ajuda.E vão dar trabalho agora do outro lado.

    ResponderExcluir