Vô paspalhão

Fui ao teatro com meu neto único (Yuri - em janeiro chegará a Luísa) assistir a "Cocos e Mitos", peça infantil dirigida pelo araçatubense Edson Gon, no teatro Paulo Alcides Jorge. Na volta, como sempre faz um genuíno "nono", passei com ele numa sorveteria.
- Peça à vontade!
E ele veio com um picolé de groselha.
- Poxa, Yuri. O vô quando era moleque só chupava picolé de groselha...
Entusiasmei-me. Fui ver se tinha. E tinha!
- Quero uma moreninha!

E contei-lhe que moreninha era o sorvete mais caro na minha meninice.
- Posso pedir mais um, vô!
- Pode...
E o Yuri veio todo alegre com uma moreinha nas mãos.
- Hoje, vô, só estou chupando sorvete dos antigos.
E gargalhou.
Fiquei com aquela cara de vô paspalhão diante do humor de um garoto de seis anos.