Hélio Consolaro*
Eu estava
com saudades do sarapatel. Buchada de bode. Aprendi a comê-los em Rosana-SP,
onde comecei o magistério, 1972. Chico Coveiro era o mestre da iguaria na
cozinha de sua humilde residência.
Rosana era
um loteamento rural da Camargo Corrêa (grande construtora) no Pontal do
Paranapanema, cujos sítios foram vendidos no Nordeste brasileiro. Na
precariedade, aprendi a ser professor e amar o povo nordestino. O nome Rosana
foi escolhido para homenagear uma filha de um dos proprietários da empresa.
Eu morei por
seis anos em Rosana, um distrito de Teodoro Sampaio-SP, a 200 km de Presidente
Prudente. Nele, as escolas eram de madeira, água de poço, energia elétrica só à
noite, gerador mecânico. Geladeira de gás ou querosene. O tira-gosto de cerveja
fresca era pão com sardinha em lata.
A partir de
Rosana, compreendi melhor romances como O Quinze (Raquel de Queirós, Vidas
Secas (Graciliano Ramos), Fogo Morto (José Lins do Rego), A bagaceira (José
Américo de Almeida). Os personagens viviam no meu dia a dia.
Atualmente,
Rosana não é mais aquela. Tornou-se município, em anexo está Porto Primavera,
duas faculdades da Unesp. Mais de 15 mil habitantes.
Volto a
Araçatuba e minha intimidade com as letras levou-me
à Academia Araçatubense de Letras. E lá encontrei Dr. Geraldo da Costa e Silva,
médico pediatra (fundador da entidade) e secretário de Saúde nos meus anos de
vereador.
O tempo
voou. Estamos velhos, mas coincidentemente, não desistimos da vida, a velhice
não nos assombra. Que venha!
O normal é o cronista levar suas crônicas publicadas em jornais e revistas para os livros, mas Pratinha (apelido entre os amigos de faculdade que restaram depois dos 80 anos de idade), ia direto para os livros: “Jornal queria mandar nos textos da gente”. Hoje nem tem mais jornal de papel.
Nos tempos áureos, os lançamentos de livros do Dr. Geraldo eram realizados no Hotel Plaza Mariá, Araçatuba, uma festa farta, um reencontro da turma do Curso de Medicina. Já “Sarapatel requentado” (18º. livro do autor) terá lançamento numa segunda-feira, 15/09/2025, na biblioteca municipal Rubens do Amaral, rua Armando Salles de Oliveira, 274. Data significativa para o autor. Seu pai, se fosse vivo, completaria 115 anos.Por que livro
com título nordestino? A idade amolece o coração. Então, a professora Cacilda,
mulher do Geraldo, foi para o Ceará, levada pelas mãos de uma empregada. E lá encontrou
um assentamento ajudado pelo padre Francisco. Conheceram o Nordeste pelo coração.
Então, o dinheiro arrecadado pelo livro será destinado àquele povo sofrido. Cada
livro vai custar R$60,00. Compareça. Segundo o autor, já está escrevendo o 19º.
livro. O cara gosta e tem competência.
Se quiser comprar
o livro diretamente: 18 99732-4235 (zap). Pix: 705 241 498-87 – CPF.
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