AGENDA CULTURAL

2.8.13

Precisamos de bons médicos,não de maus médicos

Em lugar de chamar a PF, por 
que o
MARCO DAMIANI
Conselho Federal de Medicina não ajuda a encontrar profissionais que aceitem o Brasil real, as periferias e os rincões por salários de R$ 10 mil?



VEJA AQUI REPORTAGEM DO SBT SOBRE MÉDICOS DO ESTADO DE SÃO PAULO QUE SÓ ASSINAM PONTO. CLIQUE SOBRE O LINK E ASSISTA:  
http://www.sbt.com.br/jornalismo/noticias/33841/SBT-mostra-o-descaso-de-medicos-da-rede-publica-em-SP.html


Radicalizou de vez, e sem volta, a guerra pública entre profissionais, estudantes de Medicina e suas entidades contra o programa Mais Médicos. O acirramento se deu com o pedido, pelo Conselho Federal de Medicina, de intervenção da Polícia Federal na apuração das cerca de 16 mil adesões anunciadas oficialmente. Foi a resposta enfurecida da cúpula da categoria sobre a posição da dupla de ministros Aluizio Mercadante e Alexandre Padilha. Na quarta-feira 31, os titulares da Educação e da Saúde recuaram, formalmente, mas sem desistir da ideia de obrigar estudantes a fazerem residência por mais dois anos antes de se formarem. Agora, a partir de 2018.
A manobra que deveria ser genial suscitou, no dia seguinte, o pedido formal do CFM para um inquérito também na Procuradoria Geral da República sobre as adesões aos Mais Médicos. A suspeita é pesada: fraude na lista de assinaturas para abrir espaço para a contratação de médicos estrangeiros.
O governo teria chegado a esse ponto? Cometido a trapalhada do ano, baixa, vil, ilegal, fraudulenta etc, para contratar o que antes seriam médicos cubanos e depois passaram a ser espanhóis e portugueses? Abrir milhares de buracos numa relação pública, fácil de ser fiscalizada, para seu projeto ideológico sininistro? Pode-se, se se quiser, acreditar nisso. Mas, no espelho dessa situação, o que se vê é a derrubada ao chão do nível de diálogo proposto, ainda que de maneira extremamente desorganizada, pelo governo.
Chamar a PF, a esta altura dos acontecimentos, é instalar um personagem externo extremo numa mesa em que ainda se poderia conversar. Por que o CFM, antes de ganhar as manchetes com sua jogada para a plateia, não pediu vistas do processo? Porque poderia conseguir? Já que se chamou a PF, para que conversar mais? Melhor deixar a polícia fazer seu trabalho.
Olhar a balbúrdia criada em torno do Mais Médicos com racionalidade tem sido impossível também para o governo. O programa foi lançado sem explicações prévias à sociedade. Um ótimo conjunto de ideias, sobre dois grandes pilares – melhorar, inclusive pelo aumento do tempo, a qualidade dos cursos de Medicina, e povoar de médicos, com salários de R$ 10 mil, mais de 3 mil prefeituras brasileiras, ávidas por recebê-los de braços abertos --, está indo parar na lata do lixo. Entre erros de apresentação, recuos formais e as obstruções legais que, a partir de agora, poderão ser criadas nas esferas da PGR e da PF, em dois meses o que se tem é uma estrela cadente: surgiu e está desaparecendo depois de curta trajetória.
Caso não prove a culpa do governo em algum episódio de fraude na lista de adesões ao Mais Médicos, no entanto, o Conselho Federal Medicina terá tirado sua máscara. O mesmo órgão econômico em punições por erros médicos, emblemático do corporativismo de uma elite profissional, vai demarcar, de novo, o campo em que está. Em lugar de ajudar a encontrar os bons médicos que deveriam, como Hipócrates, aceitar o desafio de praticar o desafio da medicina popular, o CFM terá capitaneado o time dos maus médicos. Os que viram as costas para o Brasil real, excluem tanto as periferias das grandes cidades como os municípios mais necessitados de seu mapa de atuação e tisnam pelo preconceito a roupa branca que vestem. Infelizmente, não há dúvidas, pela postura, de que lado essa cúpula está.

2 comentários:

Álvaro Afonso Coltri Lélis disse...

Falta estrutura. Seria bom forçar, por decreto lei, professores de português e jornalistas (os que não falam "menas", “meia chateada” e "fazem dez anos", é claro) a darem aulas nas escolas do nordeste e norte por dois anos depois de formados, em salas sem lousas, com teto caindo, e cadeiras faltando perna, alunos sentados no chão, etc, etc.... Será que isso diminuiria toda forma de analfabetismo? Qual político quer trocar a cadeira almofadada na qual se senta por uma de um aluno de escola pública e ficar sentado nela 4, 6, ou 8 horas seguidas? Vamos exigir patriotismo para todos ou só para as profissões que EU não exerço? Até mesmo no estado de São Paulo (o estado mais rico da federação) há hospitais que, se solicitado um simples exame se urina ou de sangue hoje, o resultado só estará pronto no dia seguinte, isso para um paciente internado precisando urgentemente do resultado para tomada de decisão quanto à antibioticoterapia a ser instituída. FALTA ESTRUTURA DE BASE. FALTA FAZER CHEGAR O DINHEIRO (POR INTEIRO) ONDE TEM QUE CHEGAR. Sem infraestrutura podem chamar quantos médicos quiserem. Em pouco tempo muitos terão migrado para perto, ou para dentro, das capitais de estado, ou para os estados mais ricos do país. Diversas histórias de prefeituras nos “rincões” do país já ofereceram salários de 10 mil ou mais; no entanto, depois de algum tempo começavam os atrasos nos pagamentos, a precariedade dos locais de trabalho e ameaças à integridade física dos médicos, faziam estes quase que “fugirem” de onde estavam. FALTAM POLÍTICAS DE ESTADO, AO INVÉS DE POLITICAS DE GOVERNO. IMEDIATISMOS ELELITOREIROS PARA MANUTENÇÃO NO PODER, DESTE E DE OUTROS GOVERNOS QUE JÁ PASSARAM, ATRAVANCAM O PAÍS. Não estou em defesa de nenhum partido, em tempo algum. Já dizia W. Paley, no século XIX: "De fato, pelo que tenho observado, nos assuntos políticos, mais do que em todos os outros, quando os homens são desprovidos de alguns princípios fundamentais e científicos aos quais recorrer, seu discernimento tende a ser influenciado por frases hipócritas e termos vazios, para os quais toda facção em cada pais possui um vocabulário.".

Anônimo disse...

Projeto político eleitoreiro de um partido fascista, que nao sabe jogar democraticamente. Somos graças a Deus um pais com vocação democrática. E preciso ser muito inocente para acreditar na bondade do cubanos e deste governo, tão amigo da familia Castro. Gostaria de saber quanto dos dez mil reais que serão pagos por cada um destes abnegados cubanos, que se tivessem oportunidade dariam no pé, vai voltar para forrar o caixa dois do Pt