AGENDA CULTURAL

7.12.23

Como afastar o câncer de você - Alberto Consolaro

Na apoptose, as células se enrugam, como maracujá na fruteira, e vai perdendo fragmentos como se estivesse despetalando, como uma flor!

A ciência ensina que viver é uma luta diária contra os números. É biologia versus matemática. Cada dia deve ser comemorado de forma apoteótica e apoptótica, pois representa uma vitória sobre o câncer que tenta aparecer em nós, quase todos os dias, em qualquer idade. No final da tarde, poderíamos cantar a música “Paciência” todos os dias e, ao acordarmos, uma outra canção “Simples Assim”, ambas do maravilhoso Lenine.

Apoteose é glorificação, homenagem grandiosa e cena final de mágicas espetaculares. Apoptose é perder as pétalas e desfolhar-se como as flores para dar lugar ao fruto e também acontece quando nossas células têm tudo para virar um câncer, mas se desfazem tal qual a rosa em suicídio espetacular para nos salvar. Compreender a apoptose é apoteótico!

Temos 206 tipos de células em um conjunto de 10 trilhões. Cada uma se divide em duas a todo momento. É inevitável que diariamente algumas saem com defeito, vai funcionar errado e dará origem a duas células aberrantes, bizarras, atípicas ou podemos dizer cancerosas, mal-humoradas, feias, ruins, enfim malignas.

Todo dia aparecem células bizarras e teríamos câncer se o organismo não tivesse mecanismos para eliminá-las. As células atípicas são induzidas ou “convencidas” a se suicidarem pelas demais, em especial as células NK e imunológicas. Ao acionarem o gene da morte programada (ou gene p53) nas células atípicas, elas se fragmentam em pétalas e folhas cadentes, o que em grego se chama apoptose! As que escapam do suicídio, são perfuradas por substâncias poderosas das células imunológicas e NK, e explodem com a pressão interna positiva. Uma dessas substâncias se chama “perfurina”.

MUDEMOS E POR QUÊ?

Estresse psicológico, alimentação inadequada, pesticidas, drogas, radiações, álcool, tabaco, sedentarismo e vírus aumentam muito o número e a chance de sobrevivência de células defeituosas em nosso corpo no dia a dia. As pessoas justificam seu estilo de vida dizendo que “a vida não para” e eu digo que não é esta a frase, e sim que “a vida é tão rara”, cultivemos a paciência. Por esta e outras razões, que esta frase popular tem coerência: “quem tem pressa, quer morrer logo”!

As células atípicas não obedecem as regras do manual de instruções do corpo. Proliferam e se nutrem alucinadamente em um ritmo maluco e invasivo, destruindo as áreas vizinhas e viajando a distância para novos focos denominados de metástases.

Cada célula pode dar origem a vários tipos de câncer por causas diferentes. Quando se fala câncer, engloba-se um grande número de doenças diferentes. O ponto comum: a proliferação desordenada e acelerada de células. Prioriza-se estudar as causas, o comportamento biológico e tratamento dos tipos que afetam um maior número de pessoas. Os raros ficam, infelizmente, em segundo plano.

QUATRO REFLEXÕES

1. Quantas células atípicas foram mortas pelos mecanismos de defesa em cada ano de sua vida? Por isso, brindemos todos os dias vividos, valorizemos as coisas simples e boas, paremos de reclamar, elogie mais e fale mais de ideias alegres. Inteligente é ser feliz e siga o que diz a música: a vida é tão rara!

2. Sempre procurei ser assim, seguindo o meu lindo pai Luiz que dizia: vai à luta, olhe sempre para frente. Desta forma sempre consigo vislumbrar mais sonhos, alegrias e desafios no horizonte. E vou ao encontro deles!

3. Em 10% dos casos, o câncer é hereditário, mas os demais você pode evitar ao modelar a sua forma de viver, de se alimentar e de procurar entender qual o motivo de sua estadia por aqui. O autoconhecimento é um incrível agente anticâncer, reflita sobre isto.

4. Por fim, afasta o câncer de você, comemorando com alegria a vitória de todos os dias das nossas células sobre as pretensas cancerosas.   


Alberto Consolaro  

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br    


6.12.23

Araçatuba está no Prêmio Jabuti 2023

Índia Luana Leite - Luana Guarani

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Saíram os resultados do Prêmio Jabuti, Câmara Brasileira dp Livro: o Oscar da literatura brasileira. Todos têm olhos para o primeiro lugar, mas há uma categoria cujo primeiro lugar são os povos originários (índios): Fomento à Leitura: 1.º Lugar - Álbum Guerreiras da Ancestralidade do Mulherio das Letras Indígenas | Responsável: Evanir de Oliveira Pinheiro.

Capa do livro
BAIXAR O LIVRO: 

https://drive.google.com/file/d/1FSSIIiUz9H9XEb4tDK2Yz7S_c_c4uNYC/view

Na coletânea, há uma autora de Araçatuba, registrada como Luana Guarani (conhecida entre os araçatubenses por Índia Luana Leite), que já participou do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras. Ela ocupa três páginas da coletânea: 147-149). 

Há também sua biografia. Não se trata de uma caingangue, porque sua origem é Monguaguá-SP, veio para Araçatuba ainda jovem. Daí, no livro, Luana Guarani. 

Poema ARMADURAS 

O laço/ Que faço/ Que enlaça/ O meu eu?/ É uma fina linha de aço!/ Disfarçando o pacote fechado/ Com discretas pontas ocultas,/ Que meu alicate torceu!/ No interior deste embrulho/ Contém tudo que um dia conheci/ Tem amores... dissabores/  Alegrias, desafios e dores/ Experiências vividas, que das vezes chorei, noutras sorri!/ Eu tenho meus laços!/ Meus pedaços, minha aldeia/ Que me torna guerreira... em fogo/ Aquecendo essa alma liberta,/ Que me desperta, alerta ao mundo Na divisão, do melhor que eu posso oferecer.   

Parabéns à Índia Luana Leite, uma mulher ancestral militante, de Araçatuba, que encara a vida e seus desafios, não como guerreira, porque ela é da paz, mas como partidária da não violência.  

    CONTATOS: 18 98189 8878 (Luana)


5.12.23

As duas Argentinas - futebol e política


Pintura de Diego Manuel Rodriguez

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Argentina é o país mais europeu da América Latina. Se na Bahia, um paulista afrodescendente se sente em casa, na terra do tango um branco brasileiro também se sente em casa.

Até outro dia, antes da globalização, para o estrangeiro, Argentina era a referência da América Latina, Buenos Aires era citada como a cidade sul-americana mais importante.

Argentina conseguiu ter papa. Tem três títulos mundiais no futebol e ódio dos brasileiros. Na verdade, no inconsciente coletivo, os argentinos admiram o Brasil. Se você, caro leitor, fizer um paralelo entre os últimos presidentes dos dois países, eles perseguem o Brasil no modelo de gente eleita. Na sequência, eles tinham que eleger agora Milei, porque tivemos o Bolsonaro.

Se eu fosse argentino, nesta última eleição teria anulado o voto, pois Sérgio Massa não é esquerda e deixou o país em frangalhos. E não voto em louco. A loucura só é boa no campo das artes. CONSA

MANUAL DO LUTO

Fabrício Carpinejar, escritor gaúcho, que escreve sobre tudo, sem preconceito, fez um livro chamado “Manual do luto”.

Como gosto do estilo debochado dele e estou passando por isso, comprei o livro. Nada de deboche, na maior seriedade. A leitura me serviu de orientação.

Quase todas as religiões têm livros publicados, orientando seus fiéis como enfrentar o luto. Gente na internet divide o luto em fases.

Fabrício Carpinejar afirma que luto não é remédio, portanto não tem prazo de validade. Luto não é cara fechada, descuido da aparência. Luto é saudade, lembranças. Para um mesmo morto, o luto é diferente para o marido, para o filho, para o neto. Não se pode confundir luto com sentimento de culpa

Deixo aqui a recomendação. Manual de luto, de Fabrício Carpinejar é uma armadilha para quem gosta de manuais para enfrentar situações difíceis. Na verdade, é um livro de reflexão. Editora Gente.

GAZA É AQUI

Pensamos que a guerra fica lá no Oriente Médio, em Israel, Gaza. Aqui a guerra é diária, minuto a minuto. Não! Ela está aqui entre nós. Somando as mortes de acidentes de trânsito, nos choques entre bandidos e polícia, na morte invisível da fome, dá mais que as mortes em Gaza. As mortes pingam nos noticiários policiais em cada cidade. Se o telespectador analisar cada imagem da TV mostrando Gaza, percebe-se que a vida dos palestinos era cheia de sobressaltos, mas os equipamentos urbanos existiam, bem mais que nas favelas brasileiras.

Parodiando a música Haiti:

Pense em Gaza

Reze por Gaza

Gaza é aqui

Gaza não é aqui

Somos todos gaseificados pela indústria armamentista, disparando balas perdidas e mísseis dirigíveis.


 

30.11.23

Artesãs de Taveira se instalam no Multi Shop Araçatuba

Índia Luana Leite e Marcelo Benício cortam a fita

Quinta-feira, 30 de novembro de 2023, a Estação Taveira, entidade que congrega artesãs inaugurou uma loja de produtos confeccionados por suas sócias no Multi Shop Araçatuba, centro da cidade.

Isso foi possível graças à visão social de seu administrador, Marcelo Benício.
Neste Natal, haverá oportunidade de comprar presentes personalizados. Índia Luana Leite é a presidenta da Estação Taveira.
Artesãs presentes: Luana, Meire, Bruna, Marli, Zilda, Maria e Elisabete.
O professor Hélio Consolaro é considerado padrinho da entidade, pois foi incentivador do surgimento da Estação Taveira quando foi secretário municipal de Cultura de Araçatuba.
OBSERVAÇÃO: Engenheiro Taveira - bairro rural de Araçatuba


Artesãs presentes: Luana, Meire, Bruna, Marli, Zilda, Maria e Elisabete

Artesãs com Hélio Consolaro

28.11.23

Excursionar por sua própria cidade

 

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Há certas situações na vida que revelam a nossa limitação interior. Os moradores de uma cidade não conhecem seus hotéis, pois às vezes não conseguimos viajar por nossos labirintos interiores, como conhecer a si mesmo, uma frase bem conhecida do filósofo grego Sócrates.

Apenas os loucos é que saem de suas casas e vão dormir num hotel da cidade em noite qualquer, como forma de sair da rotina. Há gente solitária que tem o hotel como moradia fixa, é mais cômodo. O poeta Mário Quintana era assim, morava num hotel de Porto Alegre-RS.

Nesta semana de aniversário de Araçatuba, pergunto a todos os seu moradores: quem conhece a cidade por inteiro? Casa por casa, beco por beco? Já entrou no presídio? Disputou alguma maratona em suas ruas? 

Podemos dominar todas as ruas, saber nomes e onde ficam, chegar lá. Os profissionais que prestam serviço de entregar gente e coisas conhecem a cidade, ou melhor, conhecem bairros e ruas dela pelo GPS.  

Do chão, ao rés do chão, ninguém viu Araçatuba toda num só olhar. Nem o aviador, nem o morador do mais alto arranha-céu. Quem vem de Birigui à noite a vê iluminada, só os pontinhos.

Nesse sentido, a cidade é invisível. O aviador e o morador do alto têm uma visão geral, embaçada da cidade. Nem o Google a conhece numa única imagem. 

Sabemos que os pobres moram na periferia da cidade, em sua beirada, porque os carros velhos, que não pagam IPVA, estão nas garagens improvisadas de suas casas.

Como escreveu Ítalo Calvino, a cidade é uma metáfora da experiência humana. Há quem diga que vendo um núcleo urbano, a pessoa terá visto todos, por isso as cidades são invisíveis, indistintas. Os seres humanos se repetem em todos os lugares, se habitar outro planeta, ele vai ficar igualzinho à Terra, como já escreveu Drummond no poema "O homem: as viagens".  

Eu não concordo muito com Calvino, pois Birigui é bem diferente de Araçatuba, apesar de serem lugares tão pertos. Esse amontoado de gente cria costumes próprios, se relaciona diferente, tecem outras redes. Elas não são apenas dormitórios. Tem um tecido cultural. Deixam de ser um amontoado de edifícios.

Se ouvir a história de um empresário que começou pequeno e cresceu, com certeza é de Birigui, embora tenha se desenvolvido em Araçatuba. A ideologia de que rico nasceu rico, não se fez, perpassa o modo de ver o mundo da terra dos araçás.

Nessa semana do aniversário de Araçatuba (e o leitor de outras plagas pode fazer o mesmo), saia a pé para caminhar, embora as calçadas da cidade estejam intransitáveis, mas persista. 

Faça de conta que você não mora aqui, não conhece as autoridades locais, veja tudo com estranhamento, como se estivesse numa outra cidade. Esqueça os inimigos. Vá dormir no hotel. Com certeza, a cidade não vai ficar invisível para o seu coração. 

27.11.23

Duo Carajás - Laerte e Tidinha




Daniel Freitas - ALMA



19/01/2012
Na década de 50 o Duo Carajas formado pelo casal de namorados Laerte e Tidinha realizou suas primeiras apresentações. No inicio, era apenas como hobby, pois tinham a música em comum, mas não demorou muito e a dupla chamou a atenção do animador e apresentador Bolinha (famoso apresentador que iniciou sua carreira em Araçatuba e que ficou muito conhecido na televisão com o Programa do Bolinha na rede Bandeirantes) que ficou interessado pelo trabalho do duo e convidou-os para excursionar por 10 cidades da região juntamente com o grupo Astros de Amanhã (projeto do Bolinha que reunia os melhores cantores mirins da cidade de Araçatuba) para apresentações musicais.
Em 1960, o Duo Carajás realizou testes em diversas gravadoras de São Paulo e conseguiram gravar o primeiro disco pela Beverly (a mesma gravadora de Chitaozinho e Xororó). Em 1966, o duo grava o segundo disco pela gravadora Cartaz com produção do famoso Caçulinha (tecladista que atuou por muitos anos no Programa do Faustão). O Duo Carajás tocou nas Rádio Luz, Difusora, Rádio Cultura por mais de 15 anos numa época em que as apresentações nos rádios eram ao vivo. Após 20 anos de carreira, encerraram as atividades em 1986.
Laerte e Tidinha continuam atuantes tocando em festas de casamentos juntamente com seu filho Anselmo no grupo Tecla e Voz.

Segundo Disco do Duo Carajás gravado em 1966 pela Gravadora Cartaz
Produção de Caçulinha
DUO CARAJAS - Côr de Jambo
DUO CARAJAS - Desafio
DUO CARAJAS - Cabelo Loiro de Tião Carreiro
DUO CARAJAS - Chora Coração

Primeiro Disco de Duo Carajas
Disco gravado em 1960 pela Gravadora Beverly
DUO CARAJAS - Moreninha Linda - Arrasta pé
DUO CARAJAS - Quero Você - Tango Brejeiro
DUO CARAJAS - Solitário - Tango
DUO CARAJAS - Cana Verde - Arrasta Pé

Obs.: Este canal não tem nenhuma finalidade financeira. Todo o seu conteúdo tem como intuito a divulgação da produção musical realizada por artístas de Araçatuba e que fazem parte do acervo do Memorial da ALMA (Associação Livre dos Músicos de Araçatuba).

26.11.23

Escritores de Araçatuba fazem parte de coletânea internacional

 Escritores de Araçatuba fazem parte de coletânea que será lançada em congresso internacional de literatura  

“Literatura Infantil e Juvenil: análises e críticas” será apresentada ao público no dia 7 de dezembro em evento organizado pela Universidade Federal de Ouro Preto

Araçatuba, 21/11/2023 – Escritores de Araçatuba (SP) fazem parte da coletânea de textos e artigos acadêmicos “Literatura Infantil e Juvenil: análises e críticas”, que será lançada no dia 7 de dezembro, durante 7.o Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP – MG).

Assinam conteúdos na obra, cinco integrantes da Academia Araçatubense de Letras: Ana Lúcia de Arruda Ramos Rezende, Antônio Luceni dos Santos, Carlos Eduardo Brefore Pinheiro (presidente), Fernando Henrique Bononi Verga e Francisco Antônio Ferreira Tito Damazo. Os demais autores são de diversos municípios e regiões do país. A obra é ilustrada por dez artistas visuais.

Organizada pelo escritor e professor Antônio Luceni dos Santos e editada pela Academia Araçatubense de Letras, a obra de 214 páginas será apresentada ao público tanto no formato digital (distribuído de forma gratuita) quanto no físico (R$ 40,00).

Antônio Luceni


Luceni explica que se trata de uma coletânea de textos e artigos acadêmicos, abarcando análises e críticas acerca da literatura infantil e juvenil sob diferentes aspectos, âmbitos e temas, entre os quais: Literatura infantil e o universo escolar; o trabalho com poemas na escola; o uso de Histórias em Quadrinhos como mediação de leitura; literatura inglesa voltada para adolescentes; literatura infantil e o cinema, entre outros.

Carlos Brefore
“A importância da publicação converge com a, ainda, urgente formação de leitores em nosso País. E, compreendemos, quanto mais cedo esse processo for iniciado, melhor e eficaz o será”, pondera o organizador.

O 7.o Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil ocorrerá entre os dias 6 a 8 de dezembro de 2023, no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto. O tema da edição atual é “Educação literária: mudanças em movimento”. 

Tito Damazo

São apoiadores da obra a Academia Araçatubense de Letras, AGE Gestão Empresarial, Ateliê Antonio Luceni, Hospital do Olho Araçatuba e Ótica Vendrame.

Escritores e escritoras

1. Ana Carolina Spalla Magalhães do Carmo
2. Ana Lúcia de Arruda Ramos Rezende
3. Antônio Luceni dos Santos
4. Carlos Eduardo Brefore Pinheiro
5. Fernando Henrique Bononi Verga
6. Francisco Antônio Ferreira Tito Damazo
7. Gabrielly Doná
8. José Eduardo de Oliveira Evangelista Lanuti
9. Joyce Helena Ferreira dos Santos
10. Luiza Reuter Perine Magalhães
11. Nara Leda Franco
12. Patrícia Pereira Bértoli
13. Raphaella Lopes Barroso Faria Santos
14. Renata Junqueira de Souza
15. Ricardo José Duff Azevedo

Fernando Verga

Artistas visuais

1.Angélica Spadari
2.Arthur Barboza Francisquini
3.Eliane Cristina Testa
4.Jonathan Braga
5.Ludmilla Weber de Oliveira
6.Matheus Augusto dos Santos Milanin
7.Pablo Marquinho Pessoa Pinheiro
8.Renata Camargo de Sousa
9.Thayná Vitória Tinarelli
10. Vone Petson Pereira Branquinho

Serviço

Ana Lúcia Ramos


Evento: Lançamento do livro “Literatura Infantil e Juvenil: análises e críticas

Quando: 07/12/2023

Onde: No 7.o Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil, na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP – MG)
Virtual: Gratuita
Preço da obra impressa: R$ 40,00
Vendas pelo Instagram: @livros.amaocheia

19.11.23

Coral da Apeoesp: a voz deu vez e todos se emocionaram

 

Apresentação do Coral da Apeoesp no teatro Castro Alves de Araçatuba, 2023

Hélio Consolaro, professor, jornalista, escritor. Araçatuba-SP 

O coral da Apeoesp, também chamado carinhossmente de "As meninas da Apeoesp", é composto por professoras aposentadas. Não ficaram inativas ontem, todas têm mais de década de aposentadoria. A corporação musical existe há 24 anos. 

Educaram por anos! E continuam nos educando com a persistência. O sindicato oferece essa oportunidade terapêutica de ensaiar e se apresentar. Foi contratada uma maestrina, Marinete Capóssoli. O coral faz parte do patrimônio cultural da cidade. 

Além de se apresentarem na cidade inteira e representarem Araçatuba no Brasil, há uma apresentação de gala em novembro de cada ano num teatro da cidade com repertório de MPB. Neste ano, 2023, foi no dia 17/11, teatro municipal Castro Alves. Nenhuma cadeira vazia. 

Cantaram um lindo repertório com toda força que ainda lhes restam. Lecionaram várias décadas, mas não perderam o entusiasmo de viver, cantam plenamente, deixando a plateia alegre e emocionada.

Já houve dias melhores, mas a pandemia quase o dizimou, as coralistas não desanimaram, cataram os cacos e recomeçaram. Assim, a apresentação deste ano foi como um grito: "Estamos aqui! Não nos calaram!" 

No final, plateia e coral se abraçaram numa noite festiva, primeiro sinal de que as festas de fim de ano já estão aí. 

18.11.23

A função terapêutica da literatura

Vaca sagrada na Índia

Hélio Consolaro*

Vaca profana, põe teus cornos
Pra fora e acima da manada
(Caetano Veloso)

Na Academia Araçatubense de Letras, trabalho diretamente com o escritor: com o Grupo Experimental e com a editora da entidade. Entre nós, não há nenhum são, mas alguns mais doidos do que os outros.

No meio dos vários membros, há aqueles que chegaram até o Grupo Experimental por recomendação médica. Você precisa ter um hobby, botar suas angústias pra fora, deixar o coração tomar conta de seu corpo. E lá estão!

O problema é que o poeta Tito Damazo, fã incondicional de João Cabral, fala descaradamente: para fazer poesia não precisa inspiração, nem coração (estou exagerando). Aí escuto um bochicho na plateia: “não liga não, o Tito é outro doido da turma!”  

Hoje se escrevem menos poemas, por exemplo, mas o problema não é a internet, como afirmam as teses mais rasas. A causa maior são os remédios que os psicóticos tomam atualmente.

Em vez de fazer arte, escrever, pintar (como se fazia antigamente), a pessoa vai à farmácia, ao psiquiatra. Em vez de matar alguém, faça um poema, pinte um quadro.

Charles Bukowski (1920-1994), escritor norte-americano de origem alemã, escreveu um livro chamado “Escrever para não enlouquecer”, que pode ser encontrado no Amazon. Ler também tem a mesma função. Deu insônia, vá ler que o sono chega. O resultado de tudo isso é a catarse: alívio prazeroso.

Mas não é só isso, a literatura tem mais funções: os estudiosos da área costumam dividi-las em cinco grupos — catártica, estética, cognitiva, político-social e lúdica.

ESTÉTICA: o escritor deve construir o seu texto com beleza que leva o leitor ao encantamento. Que coisa mais linda!

COGNITIVA: tanto escrever como ler leva escritor e leitor à reflexão, chegam a aprender sozinho. De repente, o cara é um filósofo, formata o cérebro para a escrita.

POLÍTICO-SOCIAL: o escritor transmite ao leitor a sua ideologia, suas experiências na sociedade com o ato de escrever; aprender a criar personagens, a lidar com a diversidade. O leitor aprende a ver que cada pessoa é diferente, cada povo com sua cultura, passa a ter uma visão plural de mundo. 

LÚDICA: não só para a criança, também para o adulto, a leitura é um passatempo. Romances policiais, histórias encantadoras. E ao escrever, o escritor também vai rindo com suas construções. Escrever não é se martirizar.

DETALHANDO, ESCREVER E LER: reduz os sintomas de ansiedade e depressão; melhora o funcionamento imunológico; reduz o estresse físico; reduz o medo; melhora as funções cognitivas; ajuda a obter uma nova perspectiva sobre uma situação difícil; melhora relacionamentos.

Para ser escritor, literatura no sentido artístico (poemas, crônicas, contos, romances), não precisa fazer curso de letras. A pessoa precisa ter uma visão mais ampla do mundo, mais plural, aceitar o outro como é, viver e deixar o outro a viver também. Ter a cabeça acima da manada, ser vaca profana.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro das academias de letras de Araçatuba-SP, Andradina-SP, Penápolis-SP e Itaperuna-RJ.

Como escolher sua universidade? - Alberto Consolaro

A USP ocupa o primeiro lugar nos índices classificatórios das universidades brasileiras. A foto mostra seu campus arborizado em Ribeirão Preto

“Quem faz a faculdade é o aluno.” Não é bem assim e alguns alunos até conseguem se superarem em uma faculdade limitada, mas infelizmente nem todos. Muitos me perguntam como escolher uma universidade?

Os índices classificatórios anuais de universidades, centros universitários e faculdades induzem reflexões internas com reavaliação de seus objetivos e planos, além de ajudar muito as pessoas a escolher uma delas para cursar. Mas, só usar os índices não é o ideal, pois não são perfeitos e às vezes, são distorcidos pela publicidade, interesses econômicos e políticos.

O que mais valorizar na hora de escolher a “sua” universidade? A primeira coisa é visitá-la, vale a pena perambular pelo “campus”, contemplar suas estruturas e, de preferência, em companhia de alguém que seja aluno ou professor da instituição. Visite ao menos três delas e faça uma planilha no celular para registrar seis constatações subjetivas muito importantes nesta escolha, independente se for estatal ou privada.

AS SEIS CONSTATAÇÕES

1). Onde é a biblioteca e como ela é? A biblioteca tem um forte componente virtual com amplas bases de dados, acesso a revistas científicas, livros eletrônicos e espaço amplo para convivência entre as máquinas e usuários. Os computadores devem também estar em salas para seminários e experimentos em grupo.  Deve ter bibliotecárias e funcionários bem treinados para orientar o usuário no que precisar e não apenas ter totens digitais de instruções.

Além do virtual, há de se ter os clássicos e obras físicas para consultas e pontos de referências de buscas virtuais. A biblioteca sempre foi o coração da universidade, ela que pulsa na mente de seus componentes. Ela é ponto de encontro, inclusive na internet, pois nela deve estar o conhecimento universal. Um mestre de avaliações de universidades dizia: me mostre a biblioteca, o resto eu já presumirei o que encontrarei!

2) Onde estão os professores quando não estão em aula ou laboratórios didáticos? Procure conversar com os professores nos corredores, biblioteca, cantina e circule pelos locais onde convivem entre si, recebem os alunos e fazem reuniões. Analise o local onde ficam as salas de professores nas quais estudam e escrevem quando não estão em aula ou laboratórios.

3.) Onde estão os alunos quando não estão em aula ou laboratórios didáticos? Na visita à universidade, procure analisar onde circulam os alunos que não estão em aula: na cantina, biblioteca, laboratórios, conversando com os professores, discutindo sobre algum assunto em salas próprias para isso?

4.) Qual é agenda mês a mês do centro cultural da universidade? Se informe e visite o centro cultural da universidade, as exposições artísticas, culturais e científicas, os concertos e performances musicas e teatrais e outras atividades importantes na complementação da formação de um cidadão.

5.) Qual é a abrangência dos assuntos e interesses do principal evento científico promovido pela universidade? O evento científico principal se restringe à área de uma graduação ou envolve outros componentes paralelos de interesse social, econômico e cientifico mais amplo? Percebe-se uma preocupação com a formação completa do cidadão ou apenas com a parte técnica do ser profissional?

6.) Converse com os alunos, professores e funcionários para checar o grau de satisfação com o trabalho e veja o grau de integração entre as partes. Pergunte sobre as aulas e se os professores que mais publicam artigos são os que também tem contatos mais frequentes com os alunos da graduação e pós-graduação.

REFLEXÃO FINAL

Estas constatações significam ambiência científica e cultural. O interesse não deve ser restrito a uma arte ou ofício, o pulsar da universidade requer abrangência de conhecimento na formação do cidadão. As opiniões devem extravasar as salas de aulas e os laboratórios, envolvendo outros agentes da sociedade convidando indústria, comércio, artistas e religiosos a participar. Das mentes dos professores e alunos, apoiados por uma biblioteca ativa, o fluxo de ideias e respostas devem pensar à frente da sociedade. É “para causar” que existem as universidades no mundo, é para fazer evoluir!  

Alberto Consolaro  

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br    

17.11.23

Vamos abraçar mais? Inclusive eu? - Alberto Consolaro

Por abraçarmos mais nas férias, temos a sensação de mais alegria e felicidade 

Um abraço no lugar do cumprimento com mãos ou voz, deixa o outro mais confiante e feliz. Isto é evidência científica publicada e aceita universalmente. A alegria aumenta a quantidade do hormônio ocitocina no sangue. Seria muito bom aprendermos abraçar gostoso, e muito, desde quando pequenos e faz muito bem para a saúde.

Em um abraço, o cérebro libera ocitocina e nos leva a ter compaixão, ser solidário e amar ao próximo. Ela inibe o estresse e aumenta a liberação da dopamina e serotonina que nos deixam felizes. A ocitocina é produzida no hipotálamo, uma parte do cérebro, em forma de vesículas levadas para a hipófise que a libera no sangue, estimulando sentimentos que podem ajudar a entender a origem do bem e do mal, assim como nossos critérios de moralidade.

Pode ser uma visão distorcida de minha parte, mas parece que as pessoas estão mais chatas, menos risonhas e muito encrenqueiras. Era muito raro eu contar uma piada ou charada e depois perceber que as pessoas não entenderam e ter que explicá-las. Também era raro eu falar uma frase com ironia e ter que explicar, depois, o sentido da frase em que usei essa figura de linguagem. Ou eu piorei muito, o que pode ser, ou então o humor das pessoas diminuiu!

Somos uma comunidade ambulante de 10 trilhões de células que conversam muito entre si por liberarem gotículas de mediadores químicos e hormônios que são mensagens para as células vizinhas ou distantes. Os distúrbios físicos e mentais representam falta ou excesso de algum destes mediadores. Será que é por isto que entre os medicamentos mais vendidos são antidepressivos, ansiolíticos e os que nos procuram devolver o bem-estar? Pode ser que sim!

Será que os problemas pessoais aumentaram em frequência e gravidade? Eu gostaria muito de ver as pessoas com mais alegria, mas não a externa apenas, e sim a interior. Gargalhadas e risadas não significam necessariamente felicidade, pode ser apenas uma simulação. A ocitocina deixa as pessoas mais extrovertidas e facilita as relações sociais dos tímidos, deixando-os mais confiantes e altruístas. Será que vivemos uma epidemia carencial de ocitocina?

NEGÓCIOS E FIDELIDADE

O ovário também produz ocitocina e estimula as contrações uterinas para levar o esperma até o óvulo. Ela promove as contrações uterinas no parto e, na sucção, induz a ejeção do leite nas glândulas mamárias. O estímulo às contrações do orgasmo fez a ocitocina ser chamada de “hormônio do amor” ou até de “hormônio da fidelidade”. Em experimentos, homens quando inalam ocitocina ficam mais distantes das mulheres atraentes.

A alegria aumenta a quantidade de ocitocina no sangue, melhora as relações humanas e um abraço dá sensação de alegria: vira um círculo que se retroalimenta.  Quando se abraça em vez de se cumprimentar verbalmente ou com as mãos, aumenta-se a quantidade e lucratividade nos negócios. As conversas e tratativas ficam mais produtivas, pois a confiança no outro aumenta. A ocitocina aumentada no sangue eleva a empatia, satisfação e a confiança. O nível de ocitocina no sangue dos agentes econômicos influencia de forma determinante na compra e venda no mundo dos negócios, influenciando fortemente o desempenho da economia.

REFLEXÃO FINAL

Na música “A lista”, Osvaldo Montenegro faz um balanço dos amigos de 10 anos atrás e com quais ainda mantêm ligações. Quantos de nós, durante a pandemia disse que sentia muita falta dos abraços e que depois que tudo passasse, abraçaria muito mais? E você, cumpriu esta promessa ou voltou a ser a pessoa que mantêm as demais a uma certa distância? Eu já melhorei um pouco, mas ainda preciso abraçar muito mais, e reconheço que é difícil. 

Alberto Consolaro  

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br