AGENDA CULTURAL

14.10.24

Diversidade brasileira inspira colcha de retalho - Jack Comunica

Notícias da Bahia - Jack Comunica

O livro A união faz a colcha propõe uma brincadeira em formato de pergunta: de onde vieram estes retalhos? Da sapatilha da bailarina, do pijama da menina, da faixa do padre, do paletó do compadre… E assim começa uma divertida procura pelos donos dos retalhos, um grupo diverso de pessoas com profissões, gêneros, jeitos e aparências diferentes.

A publicação é de autoria de dois profissionais com backgrounds diferentes: Enéas Guerra, autor, designer, ilustrador e editor da Solisluna; e Antônio Miranda, publicitário, músico, ator e diretor de teatro. 

Guerra e Miranda se conheceram no começo da década de 1970 e logo se tornaram amigos e parceiros em diversos projetos. A ideia do livro “A união faz a colcha” surgiu em uma conversa casual e se desenvolveu ao longo de alguns anos. Ele conta uma história infantil usando a colcha de retalhos para apresentar de forma lúdica e divertida a importância da diversidade e diferentes ofícios na formação da sociedade.

Juntar para formar um todo

Os retalhos apresentados no livro são bem variados: coloridos, estampados; uns com cores fortes, outros com tons neutros; estampas conhecidas e outras bem imaginativas. As ilustrações são lúdicas e retratam com humor e graça os personagens apresentados. Ao decorrer da leitura, a criança acompanha a formação de uma colcha de retalhos que vem de lugares e pessoas diferentes, uma mistura linda, rica e colorida.

“O leitor vai formando aos poucos essa composição e conhecendo as diferentes profissões, o que mostra a criança esse sentido do plural. As diferenças, ao final, tem uma harmonia, cada pessoa tem o seu lugar na colcha. O livro desperta na criança a noção de sociedade” diz Enéas Guerra.

A leitura é recomendada para crianças a partir de 4 anos, mas pode ser feita e apreciada por todas as idades, inclusive pelos adultos que contarão a história para os pequeninos. “Eu tenho uma neta de dois anos que pede para mãe ler e ela decorou a música toda. Ela lê o livro de cabeça para baixo, de cabeça para cima, sozinha… Já vi outras crianças que adoram, rimam, ficam identificando a figura, começam a citar o que está sendo dito e até a cantar”, conta Antonio Miranda.

Um dos diferenciais da publicação é que ele acompanha uma música autoral, que pode ser cessada com um QR Code, no final do livro.

“Quando o livro estava pronto, eu li o material e comecei a cantar. A melodia saiu de primeira. Falei com o meu diretor musical, André Tiganá, e ele fez o arranjo, colocou as vozes e a canção ficou pronta. Tudo é música, letra, melodia, harmonia e ritmo”, diz Miranda. Durante a FLIPF a Solisluna estará com os livros para venda no estande da editora no evento.

SERVIÇO: 

R$60,00
Contatos: Solisluna 71 369.2028 |71 9964.4817
Enéas Guerra: 71 99964.4839
www.solisluna.com.br  
Antônio Miranda:71 98888.5767

Entre os perdidos achamos coisa boa

 https://br.cassiotoledo.com

Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Araçatuba-SP

Eu não espero o carnaval chegar pra ser vadiaSou todo dia, sou todo dia (música TODO DIA)

No dia 12 de outubro de 2024, saímos (eu e a Fátima) para a abertura do Festival de Teatro de Araçatuba no teatro da Associação Nipo-Brasileira de Araçatuba, mas batemos com o nariz na porta. Íamos assistir "Nasci para ser Dercy", com Graça Gianoukas. O espetáculo fora apresentado na sexta-feira, véspera de feriado. Isso acontece até a um ex-secretário da Cultura.  

Demos uma de perdido e achamos outro espetáculo na Lagoa do Miguelão, avenida 2 de Dezembro. Conheci aquela região de Araçatuba quando era zona rural. Hoje é uma região semiurbanizada. Feira de artesanato, barraquinha disso, barraquinha daquilo, comemos até acarajé.

O dono da lagoa morreu, o Miguelão, morador de um casebre à beira do pântano, mas os sapos ficaram esperando o dia de fazer o coro do espetáculo ao cantor Rico Dalasam no Festara. Os sapos ensaiaram muito para apresentar esse coral. Cantavam óperas, mas ultimamente preferiam rap. Não foram embora, não pararam a cantoria até os holofotes do palco acenderem.

Nisso, descobri que só os sapos machos coaxam, enquanto as fêmeas são mudas. E agora? Será que eles sabem que o rapper é homossexual? Certamente, em protesto não cantariam se fossem machistas. 

Até apareceram alguns bolsonaristas querendo incentivar  o protesto da saparia, mas o sapo-chefe, aquele que dita as palavras de ordem, conhecedor de seu rebanho, logo respondeu:

- Nós somos sapos, não temos preconceitos como alguns humanos. Faremos o coro para Rico Dalasam com muito honra.

- E o coral, cara, canta no tom, é bem afinado! Veio enriquecer o meu show - observou Rico Dalasam no microfone. 

Entre sapos machos, humanos de gêneros indefinidos, havia um casal hétero, da terceira idade, sentado (que sexo já não importava tanto) ocupando duas cadeiras gentilmente cedidas pela organização, pois meu joelho podre reclamava.  

Fecha o olho e me leia
Em braille, em braille, braille
Fecha o olho e me leia
Em braille, em braille, em braille

Deixa um pouquinho pra ler amanhã
E diga o que entendeu de mim
Deixa um pouquinho pra ler amanhã
Se o tempo amanhecer ruim (música Braille)

E assim todos ouviram um rap maneiro, com menos protesto e mais amor, com linguagem trabalhada. Afinal, entre os perdidos achamos coisa boa.

TOQUE AQUI E OUÇA A MÚSICA BRAILLE (VÍDEO)


12.10.24

O evangélico conseguiu

Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Araçatuba-SP 

Ler nas entrelinhas da vida é o trabalho do cronista. Acontece aqui, acontece ali, alinhava acolá. Nessa eleição, como em qualquer outra, o assunto eram os evangélicos. Todo político treme quando se fala deles. Superpoderosos. 

Nessa campanha eleitoral, ganhei um hóspede evangélico, presbítero. A vizinha linguaruda andou dizendo que eu estava namorando um negão, até tinha trazido o cara pra dentro de casa. Expliquei-lhe que era afrodescendente. Mais respeito! 

Dois homens morando a sós na mesma casa era embaraçoso, mas o Consa deixou o assunto morrer por si. Uma forma de enfraquecer boatos e fake news. 

O Presbítero lia sua Bíblia diariamente no silêncio de seu quarto, sempre respeitando os espaços da casa, ficando mais recolhido. Saía toda manhã para fazer o seu serviço. 

Numa das conversas, me perguntou por que a minha rua estava tão esburacada. Contei-lhe a longa história. Quando eu era situação, secretário da Cultura do governo Cido Sério (2009-16), não foi recapeada para não cheirar protecionismo. Chefe é chefe. Simulei entendimento. Com o prefeito Dilador (2017-24), não havia refresco com a oposição. O Consa mora lá, deixe a rua no buraco. 

Assim, com asfalto esburacado, os moradores impacientes já pensavam em pôr à venda a minha casa. Livrarem-se da encrenca. 

O presbítero ficou tocado pela história. E num rompante, me disse na sexta-feira:

 - Vou resolver isso para o senhor! 

Uma promessa a mais não faz mal ninguém. Na segunda-feira, acordei e ouvi um barulho diferente. Não era a máquina de lavar roupa, nem ar condicionado ligado e nem o vizinho com sua lava a jato ligada. 

Pus a cabeça para fora, pela janela, as máquinas trabalhavam, recapeando a rua Jardim Brasil. Fiquei abismado. O evangélico conseguiu. Como foi, como não foi. O presbítero conversou com outro presbítero que é vereador. E foi reeleito. E minha rua foi posta na cota dele, assim ela foi recapeada antes da eleição.
  
Ninguém veio me pedir o voto, mas quase deixei o companheiro do PT falando sozinho para votar no evangélico benfeitor. Era a onda de asfalto do prefeito Dilador. 

Foi um milagre a olhos nus, mas com uma lupa percebem-se as articulações, o poderio, como as coisas acontecem. Como eles dizem: é a força do Evangelho. A presença do hóspede profetizou. 

O segredo dos alinhadores de dentes - Alberto Consolaro

As células que reabsorvem o osso, os osteoclastos, demoram 10 horas para chegar até o ligamento periodontal para começar a movimentar os dentes

Alinhadores exercem forças nos dentes, tal como os aparelhos ortodônticos convencionais fixos ou removíveis. São as forças sobre os dentes que induzem a reabsorção do osso ao redor das raízes, mudando o seu lugar gradativamente, até que se chegue a uma posição desejada estética e funcionalmente.

Como são transparentes e não tem fios metálicos, algumas pessoas preferem utilizá-los, mas em muitos casos que o paciente fala que não funciona, pois ele não vê resultados. E quase sempre, os humanos em geral, querem resultados imediatos. E este tipo de ocorrência deixava os clínicos intrigados, tentando achar explicações para o fato.

MOBILIZAÇÃO CELULAR

A falta de resultados esperados que inquietava os profissionais agora tem uma explicação com base na biologia óssea. Agora resgatamos e sabemos que se requer uma mobilização das células osteoclastos dos tecidos vizinhos que leva 10 horas para se organizarem e agirem, quando se inicia a reabsorção óssea e a movimentação dentária acontece.

Os osteoclastos são as células que “come”, fagocita, desmonta ou extrai os minerais dos tecidos mineralizados, especialmente o osso, formando lacunas das quais tempos em tempos se deslocam para a área vizinha. No tecido mole membranoso que circunda as raízes, chamado ligamento periodontal, praticamente não tem osteoclastos disponíveis para agirem imediatamente no osso que circunda as raízes e propicie nova posição para os dentes.

O que se tem no ligamento periodontal, é um osteoclasto aqui, e outro acolá. Para movimentar dentes, precisa-se de muitos osteoclastos no ligamento para reabsorver o osso e mudar o dente de posição. Em outras palavras, os alinhadores, ou outros aparelhos removíveis, começam a funcionar depois de 10 horas, antes disto os osteoclastos estão indo para o local, e outras células do local estão se organizando para começarem a reabsorver o osso, assim que eles chegarem.

INTERVALOS DE USO

Que demore 10 horas para começar a agir, mas um fato muito importante ocorre quando o alinhador ou outro aparelho removível for removido por um tempo maior que meia hora:  ao recolocá-lo leva-se até 10 horas para recomeçar o processo. Ao longo dos meses, por várias vezes fazendo isto, haverá um atraso considerável nos resultados planejados.

Isto significa que os resultados dos alinhadores depende de como o paciente o usará no seu dia a dia! Se tirar e ficar meia hora ou mais sem ele, os resultados serão limitados no tempo previsto. Sim, tem que namorar, ir ao teatro e cinema, viajar e fazer tudo com o alinhador para se ter o resultado esperado.

Então já sabemos, se não funcionar o alinhador, apesar do planejamento bem-feito em computadores com especialistas em Ortodontia, é porque a forma de uso pelo paciente não foi adequada. Precisamos conversar muito com o paciente sobre isto antes e durante o tratamento!

REFLEXÃO FINAL

As pesquisas biológicas chegaram a este conhecimento na virada do século ao estudar os efeitos de aparelhos removíveis convencionais. E agora está sendo aplicado na compreensão clínica dos resultados dos alinhadores.

A Sousmile, uma fabricante de alinhadores, decidiu investir na difusão cultural-científica e financiou para que colocássemos este conhecimento de forma organizada em um livro a ser distribuído por ela no Congresso da Sociedade Paulista de Ortodontia desta semana. 

Alberto Consolaro 

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br    

 


Dom não existe, só 10 mil horas depois! - Alberto Consolaro

 

Considerados gênios, todos chegaram à quase perfeição, graças ao treinamento de 10 mil horas antes de alcançarem o sucesso e reconhecimento

 Para ter conhecimento e sabedoria se requer reflexão e dedicação extrema com organização no pensar e fazer. Enquanto informação é passiva, o conhecimento é ativo, pois depende de interpretação e reflexão. Sem trabalho interpretativo, nada se aproveita para construir uma sabedoria.

Sócrates dizia que uma vida sem reflexões, não merece ser vivida. Para uma aula ser otimizada, depois dela precisa-se aquietar, relaxar, ler e interpretar serenamente para a sabedoria impregnar. Uma escola de vanguarda oferece isto após a aula.

DOM NÃO EXISTE

- Ele tem o dom! Quem diz isto não sabe o trabalho que deu. O grau de satisfação pessoal tem a ver com sucesso que está atrelado a dedicação, treinamento, abdicação e trabalho.

- Você nasceu para ser feliz! Isto é meia verdade. Melhor dizer: - Você nasceu para ser feliz, mas vai ter que dar uma raladinha antes, como trabalhar, investir, treinar e planejar. Sucesso antes de trabalho, só no dicionário, afinal o S vem antes do T.

Deus não seria injusto com os humanos dando para uns sorte ou azar, talento ou limitação, habilidades ou descoordenação. Imagine no céu, na fila de almas a descer para a Terra, os designados por Deus dizendo: você vai tocar piano, você vai ser escultor, você será lixeiro, o outro atrás será garçom e assim vai!

Nascemos com todas as possibilidades e nos cabe explorá-las, mas isto requer muito treinamento. Malcolm Gladwell, no livro Fora de Série ou “Outliers”, da editora Sextante, desenvolveu a teoria das 10 mil horas, para a qual ninguém é virtuose musical, gênio esportivo e intelectual autêntico sem treinamento acima destes limites. Ele analisou gênios da música, artes e esportes, e todos, antes do sucesso treinaram muito mais do que isto.

Usar o termo “dom” é aceitar o termo sorte, acaso ou coincidência. Ninguém acha o sucesso, ele é construído. O dom é dádiva divina para todos, cabe nos explorar as habilidades estimuladas de acordo com o meio onde se nasce e vive. O ambiente familiar, as conversas, objetos, amigos e os locais em que frequentam estimula muito cedo as aptidões para as diversas atividades.

Pesquisas com cérebros dos gênios, inclusive de Einstein, revelam não ser possível diferenciar ou encontrar áreas de brilhantismo. Para o estudioso do assunto Brian D. Burrell, na vida de todos os gênios se resgata sempre uma vida de contemplação, estudo, curiosidade, colaboração e acima de tudo, muita dedicação e trabalho duro. Se não for assim, um dia a casa cai, pois foi construída sem alicerces adequados. Eu já vi muitos caírem!

A vida tem percalços e nem todos conseguem o que se chama de sucesso. Os que não tem, se acham injustiçados, arranjam desculpas para o ego e espelho e com frequência dizem: não tenho o dom para isto! Nasci sem talento para as artes! Eu não tive sorte na vida! Tudo que faço dá errado! E quase sempre colocam a culpa na família, cônjuge e filhos.

RECEITA COMPLETA

Não se deixem enganar, um vencedor tem 10 mil horas de treinamento no mínimo, mas só o trabalho não resolve, precisamos da confluência de fatores como:

1. Habilidade, inteligência e cultura.

2. Trabalho e treinamento.

3. Persistência e tenacidade, mesmo na adversidade.

4. Apoio familiar, amigos, instituição ou clube.

5. Habilidade social para detectar e aproveitar as circunstâncias favoráveis.

6. Sorte: será sempre necessária, mas sozinha não surtirá efeito.

Bill Gates fez milhares de programas dos 13 aos 20 anos até criar a Microsoft. Pelé treinava muito mais que os outros desde menino e o pai, foi tenaz. Einstein dos 16 a 26 anos estudou a luz como um maluco. Os Beatles fizeram 1200 apresentações entre 1957 e 64 antes do sucesso. Madonna dança 8 horas todos os dias, Ivete Sangalo também. Depois de muito treinamento e trabalho. Mozart fez sua primeira obra prima aos 21 anos.

REFLEXÃO FINAL

O sucesso faz o vencedor renovar-se sempre, inclusive em suas circunstâncias e apoios. O vencedor sabe humildemente que o segredo é desaprender e reaprender todos os dias, nada vem por acaso. 

Alberto Consolaro 

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br    

 

 


9.10.24

Chutar cachorro


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 

As capivaras e as antas existem, não são apenas personagens de livros infantis. Vou escrever sobre esses dois animais porque, com esse fogaréu que virou o mundo, elas aparecem mortas ou atravessando estradas.

Naquela história dos antigos, minha avó dizia que de dois mil não passará (e passou) e que o mundo vai terminar em fogo, como está acontecendo nestes dias. Não ocorreu, mas está próximo.

A anta é o maior mamífero da fauna brasileira, bitelo, herbívoro, dá muita carne, por isso muito caçada. Parente da capivara, do tamanduá, da queixada, dos porcos. Tem até jeito de um pequeno elefante.

E eu, naquela época do magistério antigo, chamava meus alunos de anta. E eles retribuíam o bullying, me chamando de Professor Anta. Eu nem ligava, tudo era divertimento para passar as horas na escola, para que ficassem mais divertidas.

Agora, estudando bem a anta, descobri que eu fazia mesmo era bullying com o coitado do animal, não xingava os alunos, eu desvalorizava os bichinhos. Havia até um livrinho infantil chamado “Anta Antônia”, da autora Heliana Barriga.

Caçar capivara era um termo corrente na boca dos sitiantes, uma espécie de porco do mato. Os caçadores faziam jiraus à beira dos córregos à noite para pegá-las no tiro no momento em que vinham tomar água. As capivaras são roedores, herbívoros, parentes da paca, da cotia, do porquinho-da-índia, dos preás.

Se agora qualquer morte vira notícia jornalística instantaneamente, pois fere o direito à vida, houve época da colonização de nossa região Noroeste Paulista que matar gente, animais e chutar cachorro eram atitudes de machos, na brutalidade em que vivíamos. As notícias das carnificinas na região andavam em lombos de burros, Araçatuba não sabia o que acontecia em Andradina. Nem havia polícia.

As labaredas que vemos hoje pela televisão não queimam apenas vegetais, mas destroem ninhos, queimam animais vivos, lares são engolidos pelo fogo.

Hoje socorremos os animais atingidos pelo fogaréu, como se fossem gente, mas ainda existem pessoas que estranham tais atitudes das pessoas mais sensíveis.

Para deixar você mais preocupado, caro leitor, quero lembrar-lhe que no seu quarto, no lugar que está a sua cama, pode ter sido no passado remoto uma moradia de anta. Ou era uma oca indígena. O planeta é um mundo sem porteira em que existem falsos donos, ninguém é dono de nada.

Faça qualquer coisa, caro leitor, pelo menos reze para que você e nós não nos tornemos churrasquinho nesse braseiro que formamos. Não são árvores que morrem, mas lares que destruímos.  

7.10.24

Quem manda na cidade são os omissos

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

O vencedor das eleições de 2024, Lucas Zanatta, vai governar Araçatuba com 36 mil votos, sendo que a cidade tem 132 mil eleitores. Em tese, terá 96 mil eleitores contra ele.

Devido a isso, a população reclama do prefeito e ninguém votou nele. Como? Por causa dos omissos, que fogem da responsabilidade. Como se diz no popular: “tira o dele da reta”, empurrando a administração da cidade para um sujeito sem apoio.

VEREADORES

Dos 132 mil eleitores de Araçatuba, apenas 99.000 votaram para vereador. Isso gerou um coeficiente de 6.666 votos. Os vereadores da Federação Brasil da Esperança não alcançaram esse número de votos, somando todos, portanto não elegeu ninguém. Assim também aconteceu com outras legendas.

OBS. TRABALHAMOS COM NÚMEROS EXATOS.

Cabeça inchada!

Nice Zucon e Lucas Zanatta

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 

Dizer que estou feliz por ter perdido a eleição, apesar de que vice é ignorado até nas derrotas, não é verdade. Como dizem quando o time da gente perde: estou de cabeça inchada. Não vou procurar nenhuma frase de alguém famoso como consolo. Nem vou dizer a clássica choradeira: fomos traídos!

Havia cinco candidatos a prefeito de Araçatuba-SP. Um seria escolhido, quatro desmontariam seus comitês com lágrimas nos olhos. Por mais que a derrota estivesse evidente, o candidato sempre tem uma esperança para continuar na luta.

Borella (PSD-Kassab) e Fornari (PP-Artur Lira) cavaram as próprias sepulturas ao se engalfinharem como dois adolescentes. Da briga, surgiu o Tertius Gaudens, que o Cído Sério (PV-Lula) esperava ser ele. 

E foi o Lucas Zanatta (PL). A turma do PL era composta de jovem, apesar da vice ser vovó, gente da burguesia, adeptos de Bolsonaro, neoliberais. Já Cido Sério reunia a esquerda em frangalhos, envelhecida, com um pedaço dela apoiando o Filipe Fornari.

Cido Sério, 65 anos, o candidato mais velho. Vice, este cronista, com 75 anos; coordenador de campanha, 74 anos; marqueteiro: 77 anos. Um pessoal analógico que acreditava só em panfletagem. Internet, se desse. Fizeram até um jornal escrito ca campanha.

Apoiadores com depoimentos nos programas de TV: Válter Tinti, Tito Damazo, Faustina Silva. Nossos agradecimentos, honrados cidadãos, mas todos com mais ou quase 80 anos. Cadê a juventude? Biden e Lula são velhos, mas o primeiro já cansou. 

Além disso, o boato do questionamento da candidatura de Cido Sério (depois acontecido) impediu-o de organizar a sua candidatura com partidos além da Federação do Brasil Esperança. Isso foi um golpe fatal.

Assim, a FBP ficou sem vereador na Câmara Municipal de Araçatuba. Fernando Zar conseguiu 954 votos, mas a federação não atingiu o coeficiente para, pelo menos, um vereador.

Xingar os eleitores? Nunca! A voz do povo é a voz de Deus. O que tinha de ser aconteceu. Parece fatalismo, mas é leitura da realidade, análise da conjuntura. O vitorioso ganha em cima dos erros alheios, como acontece no futebol. A luta continua.

    

4.10.24

Polícia Federal apura ajustes em pesquisa federal na região

 

Polícia Federal deflagra, nesta sexta-feira (04), operação Erro de Tipo II

Ação investiga possível manipulação de pesquisas eleitorais de intenção de votos para prefeitos em cidades da região




PESQUISA ELEITORAL DE ARAÇATUBA - NÃO SEI SE É  VERDADE 
Uma pesquisa eleitoral objetiva, feita por um instituto de confiança, dá orientação aos eleitores e rumo para os candidatos em suas campanhas. Aqui em Araçatuba, cada candidato faz a sua pesquisa e se põe em primeiro lugar descaradamente.
Só dois candidatos não apareceram ainda em primeiro lugar: Cido Sério e Bruno Pandini. Sabe o porquê? Não tiveram dinheiro para encomendar pesquisa. Foi só Zanatta (PL) receber um milhão de real do Fundo Partidário que também encomendou uma pesquisa para chamar de sua, que aparecesse em primeiro lugar.   
Já que essas pesquisas são podres, não acreditemos nelas. 
HÉLIO CONSOLARO - 15/09/2024



3.10.24

DEBATE SBT, ARAÇATUBA. Um médico e um coronel quase chegam aos tapas


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Que motivo levam duas pessoas, que hipocritamente chamamos de "do bem", candidatos a liderar uma cidade a partir para a baixaria? 

Assim fizeram os candidatos a prefeito nas eleições de 2024. Os dois querem endireitar Araçatuba, ou seja, são candidatos da direita (bolsonaristas): Filipe Fornari (PP) e Deocleciano Borella (PSD). Pareciam dois moleques brigando no portão da escola.

Filipe Fornari é médico legista, por isso é considerado policial, se achou no direito de dar voz de prisão ao coronel aposentado da Polícia Militar, Deocleciano Borella. Só porque o candidato do prefeito falou que o médico anda mal acompanhado, com gente acusada de corrupção e ligada ao PCC. 

Os candidatos Lucas Zanatta (PL), duas vezes vereador, e Bruno Pandini (novo) também se pegaram. Bruno, sujeito que odeia Araçatuba, disse que o cara com oito anos de Câmara Municpal não aprendeu nada sobre a cidade. Ficaram apenas nas palavras.

E o Cido Sério (PV), único da esquerda, já foi prefeito por oito anos, navegou em águas límpidas e mansas, explicando suas propostas de governo. Fazendo graça!

Até que Borella se irritou com suas vantagens e perguntou se Cido Prefeito, no seu tempo de prefeito, havia construído o Estádio Municipal Adhemar de Barros (inaugurado em 1939) e se foi ele que fez o Tietê. Silêncio. Que ia responder o espertinho?

Encontrei o rio pronto, mas se você tirar uma foto da margem do rio antes e depois de 2009, vai perceber que foram construídos muitos ranchos, porque eu incentivei o turismo em Araçatuba. Alívio geral. O cara é bom mesmo!



2.10.24

Plano de governo e Gestores da Paz


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 

Nunca se falou tanto nesses dias de campanha eleitoral de 2024 em "plano de governo". Tanto nos comitês como nos debates e entrevistas. É bom dizer que vereador não governa, apenas discute, por isso pode ter um plano de ação parlamentar. Não é uma exigência.

Ao registrar o candidato a prefeito junto à justiça eleitoral, o partido ou a federação precisa entregar o seu plano de governo por escrito. Pode ser simples, mas o registro da candidatura só se concretiza com ele.

Há alguns anos, quando começou a ser exigido, o plano era uma peça de ficção. Aquilo que não ia ser levado a sério: exigência burocrática. Parecia o antigo plano de ensino feito pelo professor para o ano letivo, era até copiado. 

Mas qual é a função de um plano de governo ou plano de ensino? Fazer o agente parar para pensar, refletir, organizar suas ações. Depois, o registro passa a ser uma peça de comunicação entre os envolvidos. 

O repórter antes da entrevista com o candidato pega uma cópia do plano de governo no fórum para organizar suas perguntas. Se o vice-prefeito assumir, vai dar continuidade ao governo olhando o plano do qual certamente participou na elaboração.

O diretor da escola e o supervisor de ensino vai saber se o professor está desenvolvendo o conteúdo programado, olhando no plano de ensino que ele entregou após a reunião pedagógica do início do ano. Assim, estabelece-se uma cadeia de cobrança.

Atualmente, ainda, o plano de governo entregue é uma lista de ações e obras a serem executadas, mas ele devia ser mais complexo, apresentando metas, tempo de execução e outros quesitos.

Um plano de governo bem feito, bem apresentado, revela o grau de compromisso que o candidato tem com seu município. Não se trata apenas de uma exigência burocrática.

DESCONHECIMENTO DA SOCIEDADE

Dia 01/10/2024, participei de uma reunião de candidatos a prefeito e vice de Araçatuba com os Gestores da Paz com professores e agentes envolvidos com a educação, que foi precedido de um debate. Iniciativa elogiável da Vara da Criança e do Adolescente. Eu estava lá na condição de candidato a vice. 

Mas houve dois erros. Acabou o debate, sacaram um documento de uma pasta com oito itens, escrito por eles, sem levar em consideração o que foi debatido pelos candidatos. 

O segundo erro foi mais grave. Os organizadores ignoraram que os planos de governos já havia sido entregues à justiça eleitoral. A carta compromisso era um documento sem efeito. Tal evento precisa ser organizado na época do registro das candidaturas, como forma de influenciar nos planos de governo.

A democracia vai nos ensinando os caminhos, políticos e sociedade vão se aprimorando. Mal mesmo foram os candidatos Filipe Fornari (PP) e Lucas Zanatta (PL) que nem compareceram. 

Festa das Nações. Cido Sério e Hélio Consolaro

 


Portador do título honorífico Paulo Harris; rotariano desde 2007)
O Rotary Clube sempre incentivou seus associados a participarem da política e que na militância represente os princípios rotarianos, tudo feito com muita ética.
Neste ano de 2024, novamente temos vários candidatos a vereador. Este ano, estou como candidato a vice-prefeito de Cido Sério (43). Pertenço ao Rotary Clube de Araçatuba Cruzeiro do Sul desde 2007.
O ex-prefeito Cido Sério, nos seus dois mandatos, me tendo como secretário municipal de Cultura, sempre ajudou os clubes de Araçatuba na Festa das Nações, evento que começou com Marilene Magri e terminou com Dilador Borges. Era realizado no recinto de exposição Clibas de Almeida Prado.
Por essa preocupação com o Rotary, o Cruzeiro do Sul lhe concedeu o título honorífico Paul Harris enquanto era prefeito. É bom se contar isso para que possamos analisar os candidatos na hora de votar. PROF. HÉLIO CONSOLARO

1.10.24

Virada na campanha de Cido Sério- Marcos Benedito



Principais fatores que estão provocando uma virada na campanha:

1. A garra e a disposição do nosso candidato em pedir pessoalmente o voto e estar nas regiões onde situa-se o maior foco de pessoas submetidas às vulnerabilidades sociais. 

2. A garra das equipes de trabalho, que embora diminuta, constitui-se de pessoas que acreditam no candidato, percorrendo todos os bairros da cidade, juntamente com o Cido, com muita garra e disposição.

3. A Presença do Ministro Paulo Teixeira na Plenária, revitalizou a campanha, trazendo um novo ânimo nesta reta final. 

4. O jornal da campanha, apresentou excelente diagramação, com uma boa abordagem em todas as realizações nas duas gestões do Prefeito Cido. 

5. Cido Sério, foi o grande destaque do debate da TV Tem, comprovando que como prefeito foi o responsável pelas obras mais importantes existentes na cidade, além de ser o candidato mais preparado para o debate político na TV e na mídia!

6. O debate do SBT, que será realizado no dia 2/10 (quarta-feira), será extremamente importante, podendo estabelecer um novo marco no processo eleitoral. Ainda há metade do eleitorado que não fez a escolha do candidato a prefeito.

Marcos Benedito da Silva - pastor 






Cido Sério e a cultura - valorização da cultura local


 

28.9.24

Cido Sério põe preto no branco, no papel

 


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 


A Federação Brasil da Esperança (PCdoB, PT e PV), cujo candidato a prefeito é Cido Sério e vice Hélio Consolaro, está distribuindo de porta em porta, entregando de mão em mão um jornal de 12 páginas, o CIDO 43, onde expõe o que já fez em oito anos de governo e o que vai fazer nos próximos anos. 

Cido já estava cansado de ver o Borella (PSD) se apropriar de autoria de feitos dele, dizendo que fora o Dilador quem fez. Cara-de-pau. 

Fornari (PP) pega as ideias do plano de governo da Federação Brasil da Esperança e diz que é dele. Os outros nem ideias têm. Para evitar tais ações ilícitas, mostrar que tem compromisso com o que fala, Cido Sério escreveu em jornal com tiragem de mais de 70 mil exemplares.   

Hélio Consolaro, jornalista, vice de Cido Sério,
com o pacote de jornal, matando saudade 
do tempo do jornal de papel



27.9.24

Política e literatura

Chico Caruso 24/07/1985 / Agência O Globo

 Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Estamos em plena campanha eleitoral, cá está este cronista, que se atreve a ser chamado de escritor, metido de novo em contendas eleitorais. Pensando que vai esconder a sua cultura livresca diante do povo de cultura viva. 

Literato quando chega a algum cargo alto foi por nomeação, como o Carlos Drummond de Andrade, que era chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação de Getúlio Vargas. O poeta chegou a militar no PCB (Partido Comunista Brasileiro).

O escritor que foi mais longe nos cargos políticos foi o maranhense José Sarney, autor de "Marimbondos de fogo": presidente da República. Mas foi eleito indiretamente como vice de Tancredo Neves, e assumiu porque era o vice. Não tinha por onde correr.

Fernando Henrique Cardoso chegou à presidência pelo voto direto como um intelectual. Homem da universidade. Publicou livros com suas teses, não se trata de um escritor da literatura brasileira. A sua ação reflete até hoje com o Plano Real e a moeda "real".  

Na época do império, José de Alencar, autor de Guarani, Senhora, Iracema e outros livros, que foi deputado estadual pelo Ceará em 1860; depois 1868 tentou ser senador, mas foi preterido por Dom Pedro II pela pouca idade (40 anos). Diz a história que foi mesmo manobra.

Outro militante da esquerda, PCB, Graciliano Ramos,  foi prefeito nomeado de Palmeira dos Índios (Alagoas). Sobrevoou a política, mas foi bom mesmo na literatura.

Baiano cabeça-grande, Rui Barbosa, fundador da Academia Brasileira de Letras também foi político,  eleito deputado para a Assembleia da Bahia. E em 1878, foi eleito para Assembleia da Corte. Foi ministro da Fazenda de Marechal Deodoro, na república. A sua literatura era veículo para seu pensamento político.   

Jorge Amado, outro comunista brasileiro nas letras, constituinte de 1947, conseguiu aprovar a liberdade de culto, que até hoje é questionada pela ultradireita. A partir do livro Gabriela deixou de seguir o o PCB, abandonou a ideia de fazer catequese política com seus livros. Depois disso foi sucesso nacional.  

Mario Vargas Llosa é um escritor, político, jornalista, ensaísta e professor universitário peruano. É um dos romancistas e ensaístas mais importantes da América Latina e um dos principais escritores de sua geração. Candidatou-se a presidente do Peru, mas não foi vitorioso.

Um conhecido escritor francês no Brasil por sua obra juvenil "O menino do dedo verde" é Maurice Druon, publicado há seis décadas, pioneiro no tema ecologia. O seu autor  foi ministro da Cultura na França no século 20. Sempre adotei o livro para o ensino fundamental. Valorizar o verde, desde o Palmeiras, foi minha sina.

As mulheres escritoras não têm protagonismo político evidente. Elas lutam para ter espaço no mundo machista da literatura ou da política, separadamente. Recentemente, descobrimos algumas mulheres brasileiras em certos estados que tinham uma formação intelectual e partiram para a militância política. Infelizmente, o mundo feminino no Brasil é refratário à participação política e o mundo masculino não colabora.  

Mais recentemente temos o bolsonarismo, conectado com a ultradireita internacional. Não temos notícias de figuras literárias neste campo político. O máximo que o bolsonarismo produziu foi cantor sertanejo.