AGENDA CULTURAL

9.8.15

Comprar nas máquinas é bem mais fácil

Hélio Consolaro*

A máquina de servir café, chocolate, leite

Sou um velho com simpatias pela tecnologia. Sei que o artificialismo tecnológico é grande na vida, que seria melhor a produção orgânica de alimentos, mas como alimentar uma multidão com produção em pequena escala.

Também sei que a tecnologia é uma forma de dispensar trabalhadores, diminuir a oferta de mão-de-obra, mas precisamos encurtar a jornada de trabalho. Com o avanço tecnológico, o ócio avança, podemos nos dedicar a atividades mais sublimes. Mas para todos, não apenas para classes de privilegiados.
O menu de escolha da máquina de café

Foi assim que vi algumas máquinas prestadoras de serviços no aeroporto Viracopos, Campinas, pela primeira vez. O local é parada de muitos interioranos de São Paulo.

Os bares de aeroportos esfolam os usuários no preço, mas está chegando a concorrência das máquinas. Se um café custa R$ 8,00 nos bares, nelas, pagam-se R$ 3,00. Mas pouca gente descobriu isso. Olha... Olha... Mas nãos as usam.

É só enfiar o dinheiro, em moeda ou em cédula, apertar o tipo de café desejado e ele sai quentinho. A máquina faz troco direitinho. Faz-se necessário inicialmente pôr instrutores presentes nelas para ensinar ao usuário como funcionam. As pessoas por medo das máquinas pagam tudo mais caro nos bares.

Se a garrafa d’água custa R$ 5,00 nos bares, nela, R$ 3,50. Os dois preços são altos, mas o último desafia o primeiro.
Máquina de venda de refrigerantes e garrafas d'água
Outro caixa eletrônico interessante são os de complementos eletrônicos, principalmente os da Apple. Escolhe-se o no número do cabo, da peça, passa-se o cartão como fazemos nas lojas e a mercadoria comprada cai bem na mão do comprador. Todos olham a máquina, como se estivesse noutro mundo, mas não se compra nada.

Como eu estava à espera do horário do avião, com tempo, cansado de ler e ver Facebook, Whatsaap, comecei a ensinar a quem parava defronte delas. De repente, as pessoas paravam e compravam e elogiavam o café cappuccino, por exemplo.
Máquina de venda de complementos eletrônicos
Com certeza, a felicidade não será oferecida com tanta ligeireza, como fazem as máquinas do aeroporto Viracopos, mas ela pode ser construída com mais facilidade caso não sejamos escravos do trabalho e nem delas. O amor, o perdão e a solidariedade pertencem a uma máquina que só cada um tem a chave: seu coração. Põe-na mais disponível. Divida a senha com mais gente.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP 

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