AGENDA CULTURAL

26.5.16

A vida pessoal de Michel Temer

Hélio Consolaro*

Vou trabalhar um assunto complicado neste texto: o cruzamento da vida privada com a vida pública. 

Os moralistas dizem que a primeira é condição importante para entender a segunda. Não dou tanta importância a essa hierarquia, porque essa separação é apenas um artifício.

Não há quem fique indiferente diante da beleza da mulher do presidente provisório Michel Temer (PMDB), 76 anos. A senhora Marcela Tedeschi Araújo Temer tem 33 anos, ou seja, 43 anos mais nova que o seu marido.

Se Michel Temer (PMDB) não fosse uma autoridade, poderíamos dizer que Marcela se assemelha a uma "maria fraldão", ou seja, mocinhas oportunistas que encantam velhos incautos para ficar com boa parte da herança ou da aposentadoria após a morte do ancião.

A revista Veja antecipou o perfil dela com as palavras “bela, recatada e do lar”, perfil da mulher dos anos 50. Nada de feminismo ou emancipação. Ela é natural de Paulínia-SP, onde foi miss e modelo.

Mas é difícil encontrar na internet o casamento anterior de Michel Temer (PMDB). Não estou querendo dizer que isso o vai tornar melhor ou pior, transformá-lo em mais competente ou menos competente, mas é uma informação importante. Encontrar a foto da primeira mulher (Maria Célia Toledo) é quase impossível.

Michel Temer tem três filhas do primeiro casamento: Luciana, Maristela e Clarissa. A primeira ocupa o cargo de secretária da Assistência Social na Prefeitura de São Paulo, no governo de Fernando Haddad (PT). E ela diz que discorda do golpe praticado pelo pai, não vai pedir demissão. E nem o prefeito pediu isso a ela.

Michel Temer tem ainda um filho bem jovem com uma jornalista, o Eduardo. E agora, o Michelzinho, com Marcela. E dizem que ela está grávida. Parece que político gosta de ter filho com com jornalista, o mesmo aconteceu com FHC.

A vida conjugal de Dilma Rousseff também não é regular. Teve dois maridos e uma filha com o último, atualmente não está ligada maritalmente com ninguém.

Tais fatos na vida (nem se pode falar em vida privada, porque não existe a pública) de uma cidadão ou cidadã comum nem são muito percebidos, mas quando a pessoa vira uma celebridade, ganham contornos inimagináveis.

Se ninguém tem condições de atirar a primeira pedra, vamos deixar o dito por não dito, um artifício. Então fiquemos na vida política, porque essa foi escolhida, opcional. E lá vem chuvas de pedras...

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor.
 

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