AGENDA CULTURAL

29.5.16

Honestidade é sempre um bom negócio


Bruno Caetano*

Que honestidade é uma das maiores qualidades que alguém pode ter não se discute.  Principalmente em tempos como os atuais, em que o assunto corrupção tem cadeira cativa nas manchetes dos jornais e escancara um dos lados mais desprezíveis do ser humano. No mundo dos negócios, ser honesto resulta em imagem positiva, credibilidade perante o público e retorno financeiro.

Há alguns dias, ganhou espaço no noticiário o caso de um conserto de celular ocorrido no centro da cidade de São Paulo. A história começa com o relato de um consumidor nas redes sociais. Ele conta que buscava uma solução para um defeito no plug de seu aparelho. Foi a uma conhecida rua de comércio de eletrônicos na capital paulista onde consultou o prestador de serviço de um quiosque especializado. Este, sem nem mesmo verificar o smartphone, pediu R$ 180 alegando que teria de abrir o aparelho e trocar uma peça. Espantado com o preço, decidiu pesquisar mais. Atravessou a rua e mostrou o celular para outro prestador de serviço. O sujeito do segundo quiosque analisou o celular, tirou a poeira do local com problema e... pronto! Tudo resolvido!  

Ao perguntar quanto custava o trabalho, o atendente disse que não era nada, lhe deu um cartão e apenas pediu que falasse dele para os amigos. Foi isso que o consumidor fez. O post no Facebook com o cartão da loja viralizou, alcançando 70 mil visualizações em 10 dias. O resultado foi a multiplicação da procura pelos serviços do dono daquele quiosque com formação de filas de até uma hora pelo atendimento.

Moral da história: honestidade é sempre um bom negócio. Quanto valem a confiança e o reconhecimento do cliente? Quanto vale a propaganda boca a boca (amplificada pela internet), que já vem com uma espécie de “selo de garantia”? Quanto vale ter uma imagem favorável e confiável?

Infelizmente, no dia a dia vemos incontáveis exemplos do contrário, com consumidores enganados por “profissionais” (com ênfase nas aspas) sem escrúpulos, que não hesitam em tirar proveito do cliente, ludibriando e cobrando a mais. É a velha e inaceitável máxima de “querer levar vantagem em tudo”.

Muitas empresas gastam milhões em publicidade alardeando seus atributos. Mas se o discurso não condiz com a realidade, não há propaganda que sustente. Quer propaganda mais eficiente do que a postagem na rede social do caso relatado?

Quem trabalha de forma correta mais cedo ou mais tarde terá retorno. O dono de uma micro e pequena empresa que tiver entre seus valores a honestidade jamais se arrependerá.   

*Bruno Caetano – diretor superintendente do Sebrae-SP

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