Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
A palavra república vem do latim "respublica" e
significa forma de governo em que o povo exerce a soberania, por intermédio de delegados
eleitos por ele e por um certo tempo.
Até 1889, o Brasil era governado por uma monarquia, na
pessoa de Dom Pedro II. Monarquia é regime político no qual o chefe do Estado é
um rei ou um imperador, em geral o poder tem caráter hereditário. Das monarquias, surgiram as
repúblicas.
Com a libertação dos escravos, Dom Pedro II (Princesa Isabel) perdeu o apoio dos fazendeiros, donos de escravos. Nesse sentido, os republicanos aproveitaram dessa fraqueza da monarquia e juntamente com os militares (Marechal Deodoro) deram um golpe, poupando a vida de Dom Pedro II. A república foi proclamada de forma tão improvisada que Marechal Deodoro era um monarquista convicto e foi o primeiro presidente da República do Brasil.
A partir da Guerra do Paraguai, os militares brasileiros ganharam força política, principalmente após a república. O último avanço deles foi a chamada ditadura militar com a fragilidade da democracia.
Os militares, especialmente a oficialidade do
Exército, foram os protagonistas da Proclamação da República. Eles dominaram o
primeiro período (1889-1894), conhecido como "República da Espada",
com os governos dos Marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Tinham um
viés mais centralizador e contaram com o apoio de republicanos civis na fase
inicial.
A partir de 1894, com
primeiro presidente civil, Prudente de Moraes, as elites agrárias
assumiram o controle, inaugurando a "República Oligárquica"
(1894-1930). O poder político ficou concentrado nas mãos dos grandes
fazendeiros, que controlavam as eleições e a política nacional por meio de uma
rede de favores e poder local.
A Revolta de Canudos (Antônio Conselheiro) é a demonstração de como foi conturbado o transitar da monarquia à república. Em Canudos (nordeste brasileiro) tivemos um movimento monarquista com ideais socialistas.
Conhecendo bem a nossa formação histórica, percebe-se que quão extraordinário é ter um presidente da República, o Lula, eleito pelo terceira vez na condução do país. A exemplo do que houve em Nova York (novembro de 2025), a população marginalizada se revolta e vota num dos seus candidatos para ocupar cargos na república.

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