
O futebol brasileiro movimenta milhões de pessoas e milhões
de reais. Mas a realidade não é igual entre os clubes. Por excesso de partidas
na temporada, por ingressos caros ou pela falta de conforto oferecido ao
torcedor, muitos clubes estão sofrendo com o déficit financeiro nos jogos do
Campeonato Paulista. Isso mesmo, o valor arrecadado com a venda de ingressos é
inferior aos custos para realização do jogo, o que faz com que muitos paguem
para entrar em campo. Em levantamento do BRASIL ECONÔMICO foi constatado que 48
jogos deram prejuízo aos clubes mandantes, no total de R$ 338.514,56 (veja
destaques no quadro abaixo). Foram 159 jogos. “O que deve ser feito é criar um
pacote de ingressos do Paulistão envolvendo todos os clubes com preço menor,
projetos de shows e outros atrativos nos jogos.
Ao comprar o pacote que inclui as partidas contra os grandes
da capital, o torcedor adquire a entrada para jogos com menor interesse,
garantindo uma arrecadação. Mas isso precisa ser feito por todos os clubes em
conjunto. Tem que criar um sistema, igual ao que existe de cota de TV”, afirma
Marquinhos Chedid, presidente do Bragantino, que disputou nove jogos em casa e
teve prejuízo em sete. Os únicos que deram lucro foram contra Corinthians e
Santos. Analisando o boletim financeiro publicado pela Federação Paulista de
Futebol é constatado que um exame antidoping custa R$ 3 mil. Valor que sozinho
superou a arrecadação no jogo Oeste e São Caetano, em Itápolis.
Com o menor público do torneio, de apenas 81 pagantes, a
bilheteria rendeu apenas R$ 1.760. O clube mandante ainda teve que pagar a taxa
do delegado da Federação de R$ 1.440, a fiscalização por R$ 2.198 e R$ 1.230
pela emissão dos ingressos, entre outras despesas fixas. “Diminuir o custo do
jogo é muito difícil, o que poderia ser feito é estas despesas serem pagas pela
Federação e não pelo clube mandante. Afinal, o dinheiro que é da Federação
pertence aos clubes”, ressalta Marcio Della Volpe, presidente da Ponte Preta,
segunda colocada na competição, mas com metade dos jogos dando prejuízo. “O que
pode resolver é diminuir o número de jogos, fazer um campeonato mais objetivo.
O horário é outro problema, pois você joga às 22 horas, dificultando a vida do
torcedor”, completa o dirigente da Ponte. Presente no cotidiano dos clubes do
interior, este problema começa a atingir grandes clubes. Santos e Palmeiras já
registraram déficits em um jogo na atual temporada. Por conta disso, há quem
defenda que os times da capital atuem mais no interior do Estado.
“Sempre que jogam no interior, o público é bom. Jogos
pequenos não despertam o interesse da torcida na capital”, alerta Chedid. Na
segunda divisão do Paulista, a situação se repete, apesar dos custos serem
inferiores. O Red Bull Brasil, que manda seus jogos no mesmo estádio da Ponte,
consegue ter lucro nos seus jogos. Isso porque cada partida custa R$ 2 mil.
Porém, a pouca visibilidade contribui para o déficit nestes jogos. “Temos
levado espetáculos para o intervalo e feito ações na internet”, afirma Thiago
Scuro, diretor de futebol do Audax, melhor time da A2 e com prejuízo em todos
os jogos. Procurada pela reportagem, a Federação Paulista de Futebol não quis
se pronunciar.
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2 comentários:
Bom dia ,,,
Xara...
Dirigente de futebol, é igual político currupto, sempre inventam historinhas, dizem que o futebol da prejuizo, então porque não larga da teta. E essas obras superfaturadas de construção dessas arenas,só tem ratos...
Abçs..
A Globo tem sim, sua parcela de culpa no esvaziamento dos estádios por priorizar a novela mas é mt fácil colocar a culpa só nela.
Os clubes e a Federação deveriam fazer uma autoanálise honesta, investir mais no fator "espetáculo", adotar os bons exemplos de resultados do exterior...
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