AGENDA CULTURAL

1.5.24

Sincronicidade, existe? - Alberto Consolaro

Será que existe influência dos astros na sincronicidade ou seria o contrário?

Como seria bom estar em um café, conversando com aquela pessoa querida e admirada. O peito aquecido pela saudade é acalmado pelo cérebro consciente de que isso um dia vai acontecer de novo. E não é que, ao olhar a paisagem lá fora, entra pela porta a pessoa lembrada!

Isto não foi coincidência, mas sim sincronicidade. Coincidências para Carl Jung não existem, pois ele chegou até a pensar em classificar estas “coincidências incríveis” como uma forma de intuição. Ao chamar de sincronicidade esta coincidência, se atribuiu um significado a ela, mas sem estabelecer-se uma relação direta de causa e efeito.

Acontece muito no telefone, quando se está pensando muito e de forma importante sobre uma determinada pessoa, instituição ou oportunidade, e eis que o telefone toca ou o aplicativo registra que lhe estão chamando ou requisitando para conversar sobre o assunto. Podemos conceituar sincronicidade como a coincidência significativa entre eventos psíquicos e físicos de dois ou mais fatos. Já aconteceu muitas vezes no avião, ao meu lado sentar uma pessoa que há muito tempo queria dividir algumas horas de conversa.

Eu diria: que coincidência! Hoje eu quase grito: que sincronicidade! O ser humano deveria curtir mais a sincronicidade, pois ela representa uma das facetas na beleza e da inteligência humana. Nada é por acaso. O saudoso escritor Milan Kundera diria que “Os astros se alinham e o universo conspira a favor dos bem-intencionados” e Paulo Coelho foi mais longe ao escrever que “O Universo não julga e ainda conspira a favor do que desejamos”. Se fixarmos o pensamento e o objetivo, concentrar-se nas ações e acreditar no seu potencial, será praticamente inevitável, nós chegaremos lá! Acreditem na sincronicidade, ela tem muitas coincidências significativas que somando-se os prováveis efeitos, levam ao objetivo desejado. 

SERÁ?

Se experiência pessoal valer, eu tive e tenho coisas que nem o mais crente dos humanos advindos do mesmo lugar que eu, pensaria em conseguir ao longo da vida. Acho que desejei tanto, orei e trabalhei tanto, que acabei premiado. Talvez, ajudou muito o fato de ter aprendido bem cedo, que esta frase está errada: “Deus ajuda, quem cedo madruga”. A frase certa é: “A Deus ajuda, quem cedo madruga”, pois fica mais fácil Deus te ajudar se você trabalhar um pouco mais, até acordando de madrugada para isso, ou até nem dormindo. Que diferença faz um “A” em uma frase.

Aprofundando mais ainda a reflexão, nós seríamos objetos da sincronicidade ou apenas uma coincidência factual? Para Marilyn Ferguson. “o mundo não nos parece ser um jogo cego de átomos, mas sim uma grande organização”. Seríamos casuais ou estaríamos aqui de forma planejada?  Entre milhões de espermatozoides, um ter encontrado aquele óvulo e dado origem a você é incrível! O que fez aquele espermatozoide ser o campeão: é sincronicidade ou coincidência muito maluca!

O encontro entre duas pessoas pode ser casual ou é sincronicidade resultante de um desejo mental de ambas dentro de um padrão afetivo, físico e emotivo que se materializou? Às vezes, se quer tanto encontrar, que acontece! Existem os que acreditam que o encontro faz parte de uma programação espiritual como parte de um verdadeiro destino marcado.

REFLEXÃO FINAL

Será que na ciência existe sincronicidade? Eu já vi coisas na prática da ciência, que apenas a sincronicidade explicaria!

E na sua vida, já notou a sincronicidade alguma vez? Estás com alguém por coincidência ou seria sincronicidade? Você já usou sua força mental para ter uma sincronicidade ou nunca pensou sobre isto? Ou você acha que tudo nesta vida é pura coincidência! Converse sobre isso com os amigos, familiares e até a dois! 

Alberto Consolaro 

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br   

 


30.4.24

Francisco, Clara e Eduardo Moreira



Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Araçatuba-SP

Uma pessoa do mundo financeiro, cheio da grana, passou a apoiar o MST - Movimento de Trabalhadores Sem Terra. Como foi, como não foi. Foi verdade. A história de Assis e Clara se repete. Para o gado miúdo do bolsonarismo, ele virou comunista. 

Para que o leitor tenha uma noção de seu trabalho antes de se converter aos desvalidos, veja o que ele fazia:

graduado em engenharia pela PUC-Rio, estudou na Universidade da Califórnia, em San Diego. É ex-banqueiro de investimentos. Foi eleito, 2013, pela revista Época Negócios, um dos quarenta brasileiros de maior sucesso com menos de 40 anos, e pela revista investidor institucional, em 2016, um dos três melhores economistas do Brasil. É autor de diversos livros, entre eles os best-sellers Encantadores de vidas; Desigualdades e Economia do desejo. Em 2019, foi um dos vencedores do prêmio Vozes da Resistência, oferecido pela Câmara dos Deputados em Brasília. Quer mais, caro leitor?  

Dinheiro sobrando, grandes conhecimentos do lado dos endinheirados do Brasil, um economista sempre a serviço do mercado financeiro passou a apoiar Lula para presidente.

Não foi um apoio momentâneo, no calor eleitoral. O cara mudou seu estilo de vida, deixou de ser consumista, passou a investir no MST, ajudando o povo sofrido, passando os conhecimentos da gente graúda para a gente miúda. Fazendo-o mais empreendedor.

Estou seguindo o cara nas redes sociais. As notificações de suas postagens caem em minhas páginas. Passei a seguir o noticiário do ICL - Instituto Conhecimento Liberta - entidade fundada por ele que atualmente cresceu nos canais do YouTube.



Em Araçatuba, percebi que pessoas da direita educada já estava lendo seus livros, inclusive meu mano já falecido. Eduardo Moreira tinha argumentos fantásticos.

Avançando sobre o conhecimento de meu personagem, assinei o ICL e li um de seus livros básicos: "Travessia - de banqueiro a companheiro", editora Civilização Brasileira, onde relatou suas experiências, visitando acampamentos e assentamentos do MST. A cada visita, sua conversão à causa dos espoliados era melhor. 

Assim, Eduardo Moreira, 48 anos, casado, com filhos e propriedades, não se despojou como Francisco, mas pôs-se a serviço dos pobres seus conhecimentos e seu dinheiro, inclusive sua força política junto à classe dominante. 

De repente, sou convidado para um dia de reflexão: Economia de Francisco e Clara. Movimento da igreja católica. "Os jovens brasileiros reunidos em articulação, estão lançando, além de um subsídio de estudos para comunidades, contendo a síntese do caminho até Assis, um livro, intitulado Realmar a Economia: A Economia de Francisco e Clara, pela editora Paulus, e um curso nacional de articuladores, destinado a fortalecer os vínculos comunitários desse processo coletivo de responder ao chamado da Economia de Francisco e Clara".    

O planeta, a vida e o Criador estão exigindo posições mais firmes das pessoas de boa vontade. Acompanhe o movimento, caro leitor, leia o livro. 


Biblioteca municipal Rubens do Amaral


Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. ex-secretário municipal de Cultura - Araçatuba-SP 

A biblioteca municipal de Araçatuba Rubens do Amaral retornou ao seu prédio na rua Armando Sales de Oliveira, próximo ao estádio municipal. Está com banheiros remodelados e rampa de acessibilidade. Além de outros reparos caríssimos, mas que só aparecem quando chove. Ter bibliotecas públicas na cidade é preocupação com a leitura.  

A biblioteca foi inaugurada em 1940 pelo então prefeito Valadão Furquim no prédio da praça Rui Barbosa, onde hoje se encontra o Banco do Brasil. Como estudante, frequentei as suas dependências.

Em 1981, depois de passar um tempo sob a arquibancada do estádio municipal Adhemar de Barros (como aconteceu novamente agora), ela ocupou o atual prédio, novo e inaugurado no governo Paulo Salim Maluf, prefeito Oscar Gurjão Cotrim.  A partir daí meus alunos passaram a frequentar a meu pedido, como professor.

Uma de suas dependências inauguradas era um auditório que seria usado para as palestras dadas pela biblioteca. Na falta de um teatro, foi transformado em teatro municipal Paulo Alcides Jorge. E continua até hoje.

Antes da Lei Federal da Responsabilidade Fiscal, as obras eram entregues quase de qualquer jeito. Nunca se podia ter construído a biblioteca naquele terreno, pois se tratava de área verde. Assim não podia receber verbas do Estado e da União porque era um prédio irregular. A luta jurídica demora mais que a construção física, mas o problema foi resolvido.

A entrada de energia elétrica não aguentava ares condicionados, a biblioteca não era climatizada, por isso foi trocada para que aguentasse os aparelhos. Ela foi climatizada na administração do então prefeito Cido Sério. O teatro ainda não foi reformado, não foi entregue na reinauguração do dia 23/04/2024.

As paredes do prédio começaram a rachar. Ninguém descobria a causa. Até que se foi procurar o hidrômetro para ver se havia vazamento. Na construção de 1981, não foi posto o medidor de água, por isso havia vazamento e ninguém percebia. A ligação era clandestina. Na reforma de 2024, fez-se o trabalho de fundação, que também é caro. O prédio era pomposo, mas estava comprometido.

Foi criada a lei de acessibilidade em nível federal, facilitando a entrada aos prédios para as pessoas com problemas físicos. Qualquer projeto apresentado nas esferas administrativas superiores ou mesmo às empresas privadas, vinha a pergunta: cadê a acessibilidade da biblioteca. Não tem. Então não há recursos. Na verdade, o prédio da biblioteca era um trambolho.

Outro problema sério de uma biblioteca é seu acervo. Adquirir as novas publicações, acompanhar o mercado editorial, não se contentar apenas com as doações da sociedade. A última atualização do acervo com livros adquiridos pela Prefeitura Municipal de Araçatuba foi em 2012, na administração de Cido Sério, quando gastou-se mais de R$100 mil. Antes dele, Válter Tinti ampliou o acervo.    

A reinauguração de 23/4/2024 foi um grande passo, faltando ainda a reforma do teatro contíguo, que está fechado. Deu-se um grande passo. Financiar projetos para os artistas é uma necessidade, mas ter equipamentos funcionando plenamente no município é crucial. O desafio do atual prefeito Dilador Borges é inaugurar o Centro Cultural Ferroviário e o Museu Cândido Rondon. Parabéns pela biblioteca.

    

23.4.24

Gratidão sem ideologia

 


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Organizo os fatos de minha vida em linha cronológica. Desconfio que só os medíocres o fazem assim, mas não consigo chegar a outra maneira. Confesso minha mediocridade.

No curso chamado primário, todo dia a professora começava a aula pondo na lousa um cabeçalho. O sobrenome do presidente da República era difícil de ser escrito: Kubitschek. Foi eleito pelo povo.

Com 16 anos, o governador do Estado de São Paulo era Adhemar de Barros. Num conchavo dos funcionários do antigo Posto Experimental de Criação (Araçatuba) com o zootecnista Fernando Lima Pires fui admitido como trabalhador braçal aos 16 anos, 1965, mas na verdade eu era auxiliar de veterinário. Não importa, iniciava minha carreira de funcionário público, que interrompi com a aposentadoria. 

Depois prestei concurso público em 1968, fui aprovado e passei a ser escriturário da Secretaria da Agricultura (DIRA). Com salário melhor, pude pagar faculdade em Penápolis.

Por que não em Araçatuba, se a cidade já tinha a Instituição Toledo? Porque a cidade onde nasci sempre foi elitista, não implantou o curso superior noturno. A Fundação Educação de Araçatuba foi criada em 197, mas abafada  pelo então pelo  prefeito da época para privilegiar a Toledo.   

Enquanto Edson Geraissate, prefeito de Penápolis, uma cidade menor, que morreu por esses dias com 96 anos, criou a FUNEPE, Fundação Educacional de Penápolis, mantenedora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, com curso noturno. Mais de 20 kômbis saíam toda noite de Araçatuba levando alunos: partida às 18h e volta à meia-noite. Com trampo marcado para as 8h do outro dia. Com isso a FUNEPE teve mais de mil alunos. 

Em 1969, montei num ônibus da Reunidas e fui fazer inscrição para o vestibular. Eu estava traçando o meu futuro, que não foi tão glorioso, mas bem melhor com a ousadia do sacrifício. 

Edson Geirassate não me pagou uma mensalidade, nem deu desconto, mas me deu a chance de fazer uma faculdade. Abriu portas. Eu queria história, não havia (só Araçatuba, curso diurno), fiz mesmo Letras por falta de opção. Ele povoou a Noroeste Paulista de professores competentes.    

Morrer qualquer um morre, mas a morte de Edson Geirassate me foi significativa. Fazer-lhe uma estátua é muito pouco, mas já seria uma homenagem. Lá em Penápolis, aprendi que a pobreza entre os homens não era vontade de Deus, mas fabricada pelos seres humanos.

Em 1976, o governador indicado pela ditadura militar, Paulo Egydio Martins, convocou concurso para preencher vagas no magistério paulista. Eu era professor em Rosana-SP, caráter temporário. Fiz o concurso, fui aprovado e voltei para Araçatuba como professor de Português efetivo: 29 anos de puro orgulho. Gratidão ao ex-governador, pois com o concurso, ele me abriu portas.

Em 2009, por iniciativa do então deputado estadual Renato Simões (PT),  Assembleia Legislativa de São Paulo votou lei para indenizar os funcionários públicos estaduais que tiveram presos pela ditadura militar e sofreram prejuízos funcionais. Eu fui um dos indenizados. A minha gratidão foi para o ex-governador Geraldo Alckmin que sancionou a lei.  

Com o espírito da gratidão instalado em seu interior, os agradecimentos brotam, mas hoje, neste texto, registrei minha gratidão aos contrários ou fizeram o bem pelas atitudes dignas que tomaram. E o  Edson Geirassate, ex-prefeito de Penápolis, é o meu líder nesse quesito.   

22.4.24

Escrever é vocação, treino, mas precisa de ajuda


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras

Às vezes, o internauta (cidadão ou leitor) gostaria de colaborar com a publicação de um livro de papel com uma pequena doação, mas não acha o caminho, não sabe como fazê-la. A editora da Academia Araçatubense de Letras vai ajudar Fátima Florentino, mas tem um custo.

Nestes tempos modernos, inventaram a vaquinha, cada um dá um pouco (via internet) e o escritor consegue realizar o seu sonho, mostrar a sua literatura. Outros artistas estão fazendo o mesmo para conseguir financiamento para seus projetos.    

Assim está fazendo Fátima Florentino, escritora, coordenadora do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras e da página MICROCONTO FÁTIMA FLORENTINO no Facebook. Uma pessoa que trabalha a favor da literatura, mas ainda não tem um livro publicado. Peço a sua doação a partir de R$10,00.

Entre na página da CATARSE.ME, PRESSIONANDO AQUI e colabore!

Conto com você!

Hélio Consolaro – professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras

17.4.24

Enchentes de Araçatuba: retirar a última pedra

 Jornal O Liberal 

Visão panorâmica - Jardim das Flores

*Hélio  Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Sou de uma época, inclusive fui vereador nela, em que a Lagoa das Flores era um trauma para a cidade de Araçatuba: inundações em todos os anos. A população do Jardim América aguardava a estação chuvosa com o coração na mão.  

Alguns prefeitos faziam ouvidos moucos, não ouviam o clamor do povo, outros tomavam parte do forféu, iam até lá ajudar a carregar os móveis das casas. Solução mesmo, nada.

Havia duas versões para as causas de tais enchentes.

VERSÃO RELIGIOSA (MÍTICA): a lagoa foi soterrada com os entulhos da demolição de dois templos da igreja católica: matriz Nossa Senhora Aparecida (centro) e capela São Benedito (bairro Santana). A enchente era interpretada como um castigo divino, enquanto houvesse na lagoa uma pedra, um tijolo dos escombros dos dois templos, haveria enchentes que começaram com o soterramento.

VERSÃO CIENTÍFICA: as lagoas são lugares da decantação das águas fluviais (das chuvas). O caboclo, homem da roça, com seus conhecimentos empíricos dizia que em lugar onde nasce taboa (uma planta do brejo), não se constrói porque é o espaço sagrado das águas. Mas o conhecimento dos engenheiros era soberbo, acreditar em caboclo! Entulho na lagoa, enchente nas casas.

Como resolver? A engenharia apresentava projetos caríssimos, que a Prefeitura não ia ter nunca. Não sei se os engenheiros queriam ganhar dinheiro ou era ignorância mesmo. E o problema era empurrado com a barriga, e o povo sofrendo com as enchentes. 

Até que de 2009-2016 fui secretário de Cultura de Araçatuba, administração de Cido Sério (era PT). Ele fazia uma administração compartilhada, com reuniões de todos os secretários às segundas-feiras, 8h. Com isso, todos tomavam ciência dos problemas da cidade em todas as pastas.

Na época das chuvas, a enchente deixava as reuniões tensas, prefeito bravo, secretário de obras fungando. 

Prefeito Cido Sério determinou que os escombros das igrejas fossem retirados com pás escavadeiras, máquinas grandes. Era para chegar até a última pedra.

Pronto. Nenhuma pedra das igrejas demolidas, mas as grandes chuvas ainda provocam enchentes, menores, mas prejudiciais.

Numa das reuniões de segunda-feira, dos secretários, prefeito Cido Sério determinou ao secretário de Obras (vou omitir o nome dele propositalmente) que instalasse uma draga junto à lagoa das Flores. Na hora que a água subisse demais, ligasse o aparelho para jogar a água fora da lagoa.

Secretário de Obras se negou a fazer isso: "Vou ser gozado por meus colegas engenheiros. Não vai dar resultados".

O prefeito Cido Sério estufou o pescoço e gritou:

- Se não fizer, está demitido a partir de amanhã!

A draga está funcionando até hoje. Não há mais enchentes na lagoa das Flores. E o engenheiro-secretário ficou com a cara no chão.

As duas versões explicaram o fato, cada uma de um jeito, mas com semelhanças. Tirar a última pedra foi um milagre, mas também fruto do raciocínio humano.

Sou pela ciência, mas se faz necessário incluir a tradição no rol dos conhecimentos humanos. Há a arte, a filosofia, a ciência, mas a tradição faz parte da estrutura cognitiva das pessoas.

Certamente, há casos pitorescos ocorridos nas administrações de outros prefeitos ou prefeitas, mas não presenciei tão de perto. 

O dia em que Marielle derrotou Arthur Lira - Marina Amaral - Apúbica

 


Em relação à manutenção da prisão, [voto] sim. Eu entendo que nós temos, sim, que dar uma resposta à independência desta Casa, mas não usando como escudo o mandante de uma morte de uma vereadora. Isso é suicídio.”

A fala do deputado Fausto Pinato (PP-SP) durante a votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antecipou o resultado que se veria depois no plenário da Câmara. Ao que tudo indica, o medo da reação da sociedade que finalmente vê a luz da Justiça no fim do túnel, falou mais forte em ano eleitoral do que a luta permanente por sobrepujar os outros poderes, travada pelo Congresso liderado por Arthur Lira (PP-AL).
O fato é que, depois de ter obtido o aval da CCJ (por 39 a 25), a votação apressada no plenário (com 30 minutos de duração, sem exposição de argumentos nem discursos anteriores), 277 dos 434 deputados presentes mantiveram a prisão, ordenada pelo STF, do colega Chiquinho Brazão, o mandante do assassinato de Marielle Franco de acordo com as investigações da Polícia Federal.
Uma derrota do presidente da Câmara (que, pelo regimento, não vota a não ser em caso de empate), já que seus aliados, como o deputado Elmar Nascimento (União-BA), apontado por ele como o favorito à sua sucessão, defenderam publicamente a soltura de Brazão.
Também fracassou a estratégia de se ausentar, defendida por outra parcela do centrão, para impedir o quórum mínimo de 257 parlamentares a favor da prisão. Quem faltou, acabou com a mesma pecha dos que votaram pela soltura do acusado de mandar matar Marielle. E com 20 votos a mais do que o necessário, Brazão continua na cadeia.
Até no partido de Lira, que desde o início trabalhou para retardar a decisão – o próprio Pinato foi responsável por um pedido de vista na CCJ que segurou a votação por mais de duas semanas –, houve mais votos favoráveis à prisão (18) do que contra (10), embora o PP tenha sido o campeão de abstenções (12 votos).
Só o PL de Jair Bolsonaro, apoiado na defesa da tese esdrúxula de avanço do STF sobre a imunidade parlamentar (abraçada também pelos aliados de Lira), alegou suposta falta de provas contra Brazão, votando em bloco para soltar o deputado fluminense. Mas para os bolsonaristas não há perda política, já que estão falando com o seu eleitorado mais fiel, que desde o início agiu para achincalhar a vítima, em estranha cumplicidade com os assassinos.
“Os deputados estão dizendo: ‘amanhã pode ser um de nós’. Só poderá ser uma de Vossas Excelências se estiver envolvido com crime, se estiver envolvido com a milícia, se estiver envolvido com homicídio, aí com certeza pode ser uma de Vossas Excelências. E talvez seja essa a preocupação dos deputados que não querem que esse processo siga adiante”, disse com todas as letras a deputada Erika Hilton (PSOL-SP).
Desde o início, Brazão e os outros acusados do crime, como revela claramente a delação de Ronnie Lessa, foram surpreendidos com a repercussão gigantesca dos assassinatos de Marielle e Anderson. Não imaginavam que a execução de uma vereadora, entre tantos políticos assassinados no país, uma mulher negra e LGBT, cria da Maré, como tantas outras vítimas do Estado, pudesse abalar muita gente no mundo todo. Grande equívoco.
Seis anos depois, a maioria dos deputados conhece o risco de proteger, pelo menos publicamente, o acusado de mando de um crime político contra uma mulher potente que se tornou símbolo do clamor da sociedade por justiça.
Sobre isso, aliás, aproveito para recomendar o episódio mais recente do podcast “Rádio Novelo Apresenta”, em que a assessora de imprensa de Marielle, Fernanda Chaves, vítima de tentativa de assassinato no mesmo crime, conta o impacto da tragédia em sua vida, desde o momento em que ouviu as rajadas que mataram sua amiga e companheira de política.
Reproduzo aqui o trecho final do segundo ato, “Todo dia é 14 de março”:
“Quando assassinaram ela, veio essa coisa, ‘Marielle Presente’, ‘Marielle vive’, ‘não vão calar’, eu me incomodava muito com isso. ‘Marielle não está presente, Marielle não vive, a minha amiga, a comadre, a madrinha da minha filha não está aqui, eu não estou comendo com ela, rindo com ela, sentindo o cheiro dela, ela não está aqui’”, conta Fernanda.
“E até isso foi ressignificando agora, e está mais ressignificado do que nunca. Porque quiseram calar a Marielle. Acabar com ela. Eles fizeram um cálculo muito errado de que esse seria mais um crime, ia se falar ali por uns dias, Marielle era uma pessoa pequena - nessa leitura, nessa análise muito errada deles - uma mulher da favela, ‘isso aí daqui a pouco tá baixo’”, diz.
“E esse foi um cálculo tão errado e a Marielle é tão grandona, que esses caras vão passar a vida ouvindo falar de Marielle. A Marielle vai atazanar essas pessoas até o último dia de suas vidas infelizes (...). E mais do que nunca o que eu mais amo é falar ‘Marielle presente’ na cara dessa gente. Porque não é só quem desejou, organizou, quem planejou esse assassinato. Tem figuras que se regozijam desse assassinato. Eles insistem em dizer que a Marielle acabou. Mas Marielle está na boca deles. Eles tentaram calar uma coisa que eles vão ter que ouvir pro resto da vida. Eu acho esse revide muito Marielle”, rebate Fernanda.
Mais uma vez foi o nome de Marielle, ao lado da palavra Justiça, que se tornou coro quando o final da votação foi anunciado na Câmara dos Deputados. Marielle presente!
Marina Amaral
Diretora Executiva da Agência Pública
marina@apublica.org

13.4.24

Imunidade pode ser comprada? - Alberto Consolaro

 

Nascemos com imunidade inata, mas a imunidade adaptativa é construída dia após dia.

 Não! Só pode ser construída. A palavra “imunidade” virou ferramenta de vendas e tudo “serve” para aumentá-la. Muito se promete para deixar a imunidade imbatível, mas se perguntar o que é imunidade, não saberão explicar de forma simples e prática. Nas conversas, parece que é uma entidade, alma, fada, divindade ou madrinha.

MANUTENÇÃO

Quando se nasce, temos os mecanismos de defesa prontos para ser usados imediatamente e o mais poderoso é a inflamação. A inflamação é imediata e benigna e, quase sempre, faz muito bem e nos deixa vivos. Pode se dizer que é uma imunidade inata, porque nascemos com ela, mas precisa de manutenção!

Algumas pessoas não gostam da inflamação talvez porque, equivocadamente, acham que é sinônimo de infecção. Para esclarecer: inflamação é mecanismo de defesa contra todas as agressões. Já infecção é o contato de microrganismos com o corpo, independente se vai produzir doença ou não.

Em alguns poucos órgãos, ela pode atrapalhar as funções normais, como no pulmão, quando faz o edema com seus líquidos atrapalharem a chegada do ar para que ocorra a troca dos gases oxigênio e gás carbônico, o que caracteriza a respiração. Por isto a pneumonia é perigosa.

Nos dentes, a inflamação também pode ser inconveniente, pois na inflamação da polpa dentária, dentro da cavidade central fechada do canal, o edema não tem para onde ir e os mediadores da dor ficam concentrados e em contato contínuo e direto com os filetes neurais. A dor é quase insuportável.

CONSTRUÇÃO

A vida é linda e permite-nos aprender a se defender a cada dia, ensinando ao corpo o que é ruim, estranho e agressivo, como é a interação diária com microrganismos. Cada vez que acontece isto pela primeira vez, o corpo sensibiliza células poderosas e produz substâncias, como os anticorpos, para destruir este microrganismo nos próximos contatos.

Para cada agressor com proteína, haverá uma resposta imunológica. Vamos aprendendo, e aos 20 anos de idade, teremos mais de mil respostas imunológicas específicas aprendidas e memorizadas. Esta é a imunidade adaptativa, aprendida e construída diariamente. As vacinas ensinam o corpo a ter a imunidade adaptativa específica que queremos, o que nos ajuda a ficarmos imunes.

MATÉRIAS-PRIMAS

Para tudo funcionar no corpo, precisa-se de energia na forma de ATP, como se fosse a eletricidade. Para esta energia ser gerada precisamos de glicose, aminoácidos, proteínas, lipídios, vitaminas e íons, que estão em uma alimentação saudável, sem que precisemos de suplementações. Estas matérias-primas de alimentos, ou de laboratórios, não lhe farão mal a saúde e serão eliminados quando em excesso. A imunidade é construída, não dá para comprar imunidade pronta em medicamentos! São nossas células que a constrói!

Produtos não aumentam a imunidade, pois são insumos para a produção de ATP se estiver faltando. Se um produto prometer melhorar, recuperar, propiciar ou ser fundamental para ter imunidade, desconfie, leia muito sobre em publicações científicas ou consulte profissionais de saúde comprometidos com a saúde dos pacientes e não com seus patrocinadores.

REFLEXÃO FINAL

Imunidade é a proteção frente aos agressores como as bactérias, vírus, fungos e parasitas. Um dos dois mecanismos mais eficientes, nascemos com ele, é a inflamação. O outro mecanismo é aprendido por adaptação, é o sistema imunológico, incluindo-se a proteção oferecida contra o câncer. Todos os dias temos células atípicas geradas nos trilhões de mitoses e que são eliminadas pelo sistema imunológico.

A imunidade depende de nós: a alegria de viver, o otimismo e a gratidão nos levam a bons hábitos como alimentação adequada, atividades físicas e mentalidade tranquila. As decisões para se chegar a iso na vida desde cedo, vem do interior de cada um e é aprendido, mas precisa-se de coragem para mudar a realidade individual.  

Alberto Consolaro 

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br   


Aumento súbito do lábio: iatrogenia? - Alberto Consolaro

Aumento súbito do lábio pelo edema angioneurótico


Não é comum, mas não é raro. De repente, o lábio incha quase subitamente de forma assimétrica com a pele e mucosa com superfícies preservadas. Fica desconfortável levemente dolorida, mas sem dor e sem coceira. Pode acontecer também nas pálpebras, úvula e língua, além de outras áreas, como mãos, pés e órgãos genitais.

O susto é grande, pois em poucas horas o volume é impactante. Se não tem história familiar da doença, o diagnóstico quase sempre deve ser edema angioneurótico adquirido, mas recebe outros nomes como angioedema ou edema de Quincke. Há casos familiares ou edema angioneurótico hereditário.

Com as mucosas da boca, orofaringe e vias áreas acometidas, ao inspirar o paciente pode emitir um som ofegante na respiração e, nestes casos, se deve procurar um serviço médico de urgência, para evitar-se obstrução total. Se a mucosa afetada for a do aparelho digestivo, o seu edema pode levar a náuseas, vômitos e cólicas.

CAUSAS

O edema angioneurótico não é alergia ou processo alérgico e foi nominado “angioneurótico” por ter sido descrito pela primeira vez em pacientes com transtornos psicológicos ou psiquiátricos em 1882, por Heinrich Quincke, mas esta relação não existe!

Ele é uma manifestação esporádica de uma deficiência de inibidor da bradicinina, um mediador inflamatório que induz o edema. A inflamação é mecanismo de defesa contra qualquer tipo de agressor e forma edema ou inchaço. Quanto os tecidos são agredidos, desde um muito discreto traumatismo ou até uma cirurgia, vários mediadores são liberados e ficam ativos por minutos, mas logo são inibidos por outras substâncias. Desta forma, o organismo consegue controlar a intensidade de uma resposta inflamatória pelo edema.

Pode ocorrer após uma injeção de agulhas em tratamentos estéticos e odontológicos, manipulação da região para o tratamento dentário, uma mordida na região com microtraumatismos por alimentos cortantes, certos medicamentos a ser identificados para cada paciente, como os anti-hipertensivos. E os pacientes culpam imediatamente o profissional que fez o procedimento que o induziu. Até explicar ao paciente e aos demais profissionais que desconhecem o problema, leva-se tempo e muitos desgastes.

Em alguns casos, ocorrem após uma coceira mais forte, ou frente a exposição ao frio intenso. O estresse psicológico prévio a uma destas causas pode acentuar o edema como os períodos que antecedem procedimentos operatórios e dentários. Mas só ocorre em quem tem esse defeito adquirido ou herdado. 

CUIDADOS, PREVENÇÃO E TRATAMENTO

Se ao inspirar o paciente emitir um som ofegante na respiração se deve procurar um serviço médico de urgência, para evitar-se obstrução total. Se a mucosa afetada for a do aparelho digestivo, o seu edema pode levar a náuseas, vômitos e cólicas.

Pode acontecer em qualquer idade, mas 75% dos pacientes têm até 15 anos de idade. Os episódios podem ser recorrentes e imprevisíveis em qualquer parte. O pico de sintomas se dá 12 e 24 horas, podendo durar até cinco dias. A instalação do edema costuma ser lenta e gradual, e ocorre geralmente em torno de oito horas, embora no abdome e laringe, o angioedema pode instalar-se mais rapidamente.

Estima-se que 25% a 40% das crises de Edema Angioneurótico evoluem para óbito por asfixia, quando não tratadas. O edema de alças intestinais é frequente e incapacitante, e a dor abdominal pode ser a única manifestação durante a crise.

O angioedema hereditário não tem cura definitiva, mas há tratamento disponível para controle e prevenção das crises e suas consequências, pois pode ser fatal. O diagnóstico definitivo deve ser feito medindo se a quantidade do mediador inibidor da bradicinina no sangue e geralmente está diminuído. Para o diagnóstico diferencial é importante considerar que não tenha coceira ou urticária, nem dor aguda.

Na formação e no treinamento de profissionais se deve ensinar como diagnosticar, prevenir, tratar e se conduzir frente a um edema angioneurótico, especialmente quando se intervêm nos tecidos moles como na harmonização facial, cirurgias estéticas e correções de fissura labial. Deve-se ressaltar que existe terapia preventiva para as crises de Edema Angioneurótico a ser evitadas e que podem ser tomadas antes dos procedimentos operatórios a ser realizados.

REFLEXÕES FINAIS

As injeções labiais estéticas e de produtos na derme e submucosa, podem eventualmente induzir um edema angioneurótico que pode ser atribuído impropriamente como uma reação inflamatória e alérgica ao produto e ou à técnica aplicada. Na mídia isto é frequentemente relatado, e infelizmente, quase sempre, o paciente foi assistido de forma inapropriada. Quando o paciente não sabe ser portador da doença e boa parte dos profissionais da saúde a desconhecem, falham o diagnóstico e as abordagens preventivas e terapêuticas.

Medidas médicas terapêuticas medicamentosas de controle e ou de emergência devem ser tomadas com base no conhecimento da doença. O paciente deve ser esclarecido e o suporte médico-odontológico é essencial para que não se atribua como uma reação tóxica, alérgica e ou inflamatória do procedimento, do produto e/ou da técnica. Estudemos.   

Alberto Consolaro 

Professor Titular da USP  
FOB de Bauru 

consolaro@uol.com.br   

11.4.24

Pão e circo

Charges do Denny

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Circo e pão. Elementos fundamentais de um governo populista, que agrada o povo com pouco, demagogicamente. Circo é a diversão, pão o alimento. Se a vida tem os dois, precisa de mais o quê? 

Circo é uma casa de espetáculo. Passou a ter picadeiro há alguns séculos atrás. Diziam que ele iria sumir com o advento da televisão, mas persiste. Muitas duplas caipiras, como Tonico e Tinoco (não falo de sertanejas) começaram a sua carreira cantando nos circos.

O Coliseu, ícone de Roma, foi antes um grande circo para 150 mil pessoas, tão massivo como as novelas da Globo. Chamava-se Circus Maximus. Atualmente, há até lona de circo para alugar, basta querer brincar de circo.

Em Araçatuba, sempre aparece um circo, de vários níveis. Um chegou a falir no final da rua Pedro Janser. Quando são chiques, só a burguesia frequenta sua plateia. Até seus dirigentes têm carros de último tipo e se hospedam em hotéis. A luta de classe também está debaixo da lona. 

Atualmente, está entre nós o Circus, tamanho médio, instalado precariamente naquele terreno no início da rua Marcílio Dias. Circo é mesmo sinônimo de gambiarra.

Na vida real, segundo os vizinhos Fábio e Renata, o palhaço do atual circo é um sujeito chato. Descobriram isso quando os tripulantes foram comer em seu restaurante.    

Palhaço é ladrão de mulher, mas como um sujeito tão chato poderia conquistar as mulheres da cidade? Antigamente os circos eram a magia que chegavam às cidades do interior, elas estavam procurando mesmo a liberdade, um mundo diferente. Nem desconfiavam que o machismo também se manifesta no circo. 

Em Mirandópolis, aconteceu ao contrário, a diretora de escola Sandra Rombi, fugiu do circo (trapezista) para ser professora. Os dois lugares apresentam a mesma magia: divertir e ensinar. Certamente, ela não era uma acrobata epilética.

Outro dia, nas imediações da lona, em Araçatuba, vi uma mãe descer do carro com três crianças. Levava-as ao circo como se estivesse indo à missa, ensinava o caminho que a sua mãe certamente a ensinou quando pequena. Era um rito. Tais crianças farão mesmo com seus filhos. Com essa tradição, o circo não vai morrer nunca. 

Aproveito esta crônica para transmitir uma reivindicação do mundo circense: as prefeituras precisam ter terreno reservado aos circos em seus municípios, com toda infraestrutura para que se instalem com dignidade. Afinal, palhaçada acontece em qualquer lugar, até nas câmaras municipais.  

9.4.24

Aldo Campos será objeto de palestra

 

Por Caroline Franciele.- jornalista e escritora

Evento faz parte do projeto “Literatura Local”que visa lembrar a contribuição literária e social de autores da região.

O Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras apresentará na próxima terça-feira (09/04) uma palestra sobre o poeta e ex-vereador Aldo Campos. O evento acontecerá na sede da Academia, na rua Joaquim Nabuco, n° 210, Centro, próximo ao Terminal Rodoviário Urbano. O início da reunião está marcado para as 19h30. O palestrante da noite será Hélio Consolaro, escritor, cronista, jornalista e professor. O evento é gratuito e aberto para toda a comunidade.

A palestra faz parte do circuito de eventos que tem como objetivo retratar a vida e história de autores locais. Célio Pinheiro e Éddio Castanheira já foram objeto de estudo. Aldo Campos, Lúcia Milani Piantino, Lourival Lautenschkager e Maurício do Vale Aguiar serão os próximos a serem estudados.

Aldo Campos é patrono da cadeira 18 da Academia Araçatubense de Letras, escolhido em 1997 pelo então recém-empossado Hélio Consolaro. Aldo Campos tem nome de rua em Araçatuba, foi advogado, locutor da Rádio Cultura e vereador. Além disso, escrevia poemas. 

O Grupo Experimental é uma iniciativa que procura reunir poetas, escritores, jornalistas, atrizes, atores, artesãos e todos os que se identificam com o mundo da escrita, promovendo reuniões de forma democrática para o compartilhamento do conhecimento. Atualmente, está sob a coordenação de Fátima Florentino.

A Academia Araçatubense de Letras é um projeto local, que atua há mais de 30 anos para promover a literatura e o conhecimento para a comunidadel. Dentre seus fundadores, destacam-se Célio Pinheiro,  Acyr Lima de Castro, Almir Jorge Boldstein, Marilurdes Campezi, Solange Augusta de Castro.

Além de atuar em Araçatuba, a Academia apadrinhou a iniciativa de academias regionais, como a Academia Penapolense de Letras, tendo vários acadêmicos presentes em sua fundação e inauguração.

Serviços

Local do evento: Academia Araçatubense de Letras. Endereço: Rua Joaquim Nabuco, nº 210, Centro.

Início: 19h30.

Palestrante: Hélio Consolaro.

Tema: Vida e obra de Aldo Campos.

Evento gratuito e aberto para a comunidade.