AGENDA CULTURAL

30.10.25

Futebol e política

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

ELOGIAR É FÁCIL. Entre os atritos de Trump e Lula, testemunhados pela imprensa internacional, ficou claro que o norte-americano gosta de elogiar publicamente, enquanto Lula exercia o pão-durismo da autoestima.

Com certeza, Lula leu os livros clássicos do bom relacionamento da literatura norte-americana, mas não foi treinado para não elogiar ninguém.
Tácito disse que o pior tipo de inimigo é aquele que nos elogia. LULA ESTÁ CAINDO NA BABA DE TRUMP.

MIRASSOL 3 A 0 CONTRA O SÃO PAULO
O futebol ensina a vida. No dia 19 de outubro de 2025, domingo, pai e filho (10 anos) foram de carro até Mirassol para ver o campeão bater no time do interior. Na viagem de ida, puro entusiasmo, bandeiras, camisetas e etc. Não existia time melhor no mundo do que o São Paulo. O palpite mais humilde era 3 a 0 para o tricolor. O jogo foi um sofrimento, nenhum gol para comemorar. 3 a 0 para o Mirassol. A viagem de volta para Araçatuba foi um velório. Falar o quê? Quase que o pai pediu perdão ao filho por ter-lhe tornado um são-paulino. O filho deu a facada final:
- Pai, acho que vou torcer para o Palmeiras!
O pai se lembrou de seu tempo de menino, a tristeza do pai dele, palmeirense, ver o seu filho ser são-paulino. Ele não podia reclamar de nada, era castigo merecido.
A melhor resposta encontrada para o filho foi a famosa frase: na vida a gente também precisa aprender a perder.

DIA DO MÉDICO, 18 de outubro. São Paulo formava advogados, Rio de Janeiro, médicos. Na minha infância, os diplomas dos consultórios araçatubenses mostravam doutores cariocas. Atualmente os médicos são formados na região. Araçatuba já tem faculdade de medicina. A grã-finagem gosta de ser atendida em Rio Preto. O hospital da Unimed para mim é um luxo. Dr. Maurício Perina me deixou andando bem com a cirurgia de um dos joelhos. Até faço caminhada. Ele mereceu meu cumprimento.

A RACHADINHA DE VEREADOR

Uma ex-assessora parlamentar formalizou nesta segunda-feira (27/10/2025) uma denúncia contra o vereador Waldemar Damião Brito, de Araçatuba, apontando prática de “rachadinha”, coação e abuso de poder no gabinete. O envio do documento, feito por e-mail à Câmara Municipal, marca a oficialização do caso e traz novos elementos sobre os acontecimentos. Uma ex-assessora parlamentar formalizou nesta segunda-feira (27) uma denúncia contra o vereador Waldemar Damião Brito, de Araçatuba, apontando prática de “rachadinha”, coação e abuso de poder no gabinete. O envio do documento, feito por e-mail à Câmara Municipal, marca a oficialização do caso e traz novos elementos sobre os acontecimentos.

O vereador teve a cara-de-pau de dizer que o salário da assessora era dele. São lições do bolsonarismo. 

26.10.25

Poeta de 91 anos lançará livro de sonetos na próxima terça-feira - Antônio Reis

Vicente Marcolino

ARAÇATUBA (24/OUTUBRO/2025) - Na próxima terça-feira (28), a literatura produzida em Araçatuba terá um pico de qualidade, criatividade e raridade, com o lançamento de "Sonetos de um pensador", do poeta Vicente Marcolino, que aos 91 anos autografará seu primeiro livro. O evento será no Quintal Cultural, a partir das 19h30, e os apreciadores de literatura e de cultura em geral estão convidados. A obra poderá ser adquirida por R$ 50,00 e o consumo no bar será de responsabilidade do cliente. 

O livro de Vicente Marcolino tem 146 páginas recheadas de sonetos, que pela regra rígida faz deste tipo de poema uma das mais difíceis expressões literárias. "Soneto é uma forma fixa de fazer poemas. Uma camisa de força usada para combinar as palavras: dois quartetos, dois tercetos, versos decassílabos com os finais de versos rimando entre si. Difícil compor tendo essa forma rígida", destaca o escritor Hélio Consolaro no prefácio da obra. O poeta da vez não se intimida com rigidez e dificuldade, e brinda os leitores com mais de uma centena de versos ricos e inspirados. 

São muitos os temas abordados nos sonetos, numa demonstração de versatilidade e dedicação do autor. "Vicente Marcolino é um sonetista clássico. Inebriado, certamente, com seu pensamento poético, coloca de forma aparentemente singela e, ao mesmo tempo, empolgante, tudo que observa de seu cotidiano", avisa o sonetista e médico Smiley Castelo Branco na orelha do livro. 

Com certeza, os temas foram colhidos de suas experiências em Novo Horizonte, onde nasceu, em Andradina e Campo Grande, cidades em que morou, e em Araçatuba, onde está desde 1954. A vida de agricultor, comerciário, industriário, bancário e microempresário também ofereceram a Vicente Marcolino subsídios e palavras para se tornar poeta. Ou melhor: sonetista.  

SERVIÇO
Livro: "Sonetos de um pensador"
Preço: R$ 50,00
Editora: Academia Araçatubense se Letras 
Lançamento: Dia 28/10/2025
Horário: 19h30
Local: Quintal Cultural
Endereço: Rua Cussy de Almeida, 2.088, Araçatuba-SP
Assessor de Imprensa:
Antônio Reis
(18) 9 9776-2588

Não existe amor em Birigui


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP  

O nível da maldade das pessoas anda exagerado. Quanto mais pobre, mais simples for o agente, o requinte aumenta significativamente. Se quiser fazer um teste, caro leitor, leia os sites de notícias populares.

Na cidade de Birigui, mulher foi condenada porque matou árvore da vizinha. Entrou em ação advogado de porta de cadeia, juiz, promotor. Além de crime ambiental, houve ruindade.

Uma moradora do bairro Novo Jardim Stábile, em Birigui, foi condenada pela Justiça a pagar indenização por envenenar e causar a morte de uma árvore pertencente à sua vizinha. A sentença foi proferida em 23 de outubro de 2025 pelo Juizado Especial Cível da Comarca.

Não existe amor em Birigui, nem mesmo em Araçatuba!

23.10.25

Araçatuba tem literatura de cordel


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba 

Não sei se já ouvi caro leitor a seguinte frase: ainda vou descobrir qual é narrativa daquele cabra. Resumindo: vou conhecer a história daquele sujeito. Ninguém vive sem uma narrativa.

Cada um vai se amadurecendo, seja homem ou mulher, a narrativa vai surgindo. Há gente que se aprimora tanto, cuja história na hora de contar vira um primor. E tal tributo vira um meio de vida. 

A Academia Araçatubense de Letras tem um grupo que a acompanha, se tornando maior que ela. De vez em quanto aparece um doido inventando alguma coisa e contanto sua história.

Como sou o mestre, no final das reuniões vou conversar com o novo participante. Assim saberei qual é a narrativa dele. Nesse dia fatídico, apareceu um Ceará. Perguntei se apelido era Ceará mesmo, pois tenho um amigo, frentista de posto, cujo apelido é Ceará, mas nasceu mesmo no Piauí.

Ele estava precisando de uma guilhotina para cortar papel. Na sede da AAL não tem. E hoje cortar papel é uma raridade. Dei-lhe uma sugestão: lojas que vende materiais de escritório usados.  

Na reunião do mês subsequente, aparece Urbano  Sertão com um chumaço de caderninho de literatura de cordel. A literatura de cordel é um gênero de poesia popular brasileira, caracterizada por versos rimados e métrica regular, que se popularizou principalmente no NordesteOriginada de referências europeias e árabes, a tradição chegou ao Brasil com os portugueses e se consolidou no país com influências indígenas e africanas. Seu nome se deve à forma de exposição dos folhetos em barbantes, os chamados "cordéis". 

Comprei dele a coleção. Seu nome literário é Urbano 
Sertão. Como aprendeu isso, Francisco? Eu já sabia o  
verdadeiro.

Ele me disse que estava há anos morando em Araçatuba, 
era eletricista. Pai morreu, repentista genuíno lá do Ceará, começou a 
cantar nele. Descobriu que tinha uma narrativa. "Urbano Sertão" refere-se a um poeta popular do interior do Ceará que escreve cordel, poemas e contos sobre o cotidiano do sertão, amor e vidaEle começou a publicar em 2018 e seus trabalhos podem ser encontrados em plataformas online como o Pensador e a Amazon. O nome "urbano" pode estar associado a um contraste com o tema "sertão" em sua obra, explorando a relação entre o rural e o desenvolvimento, ou ser simplesmente parte de seu nome artístico. 

NORDESTE 
Urbano Sertão é um poeta popular que nasceu na região de Brejo Santo, interior do Ceará. Começou a escrever em 2018 pequenos poemas e estórias em cordel, passando depois a escrever contos. Começou a publicar seus escritos no site O Pensador, passando também a publicar no Recanto das Letras e Autores.com.br, mantendo o perfil no Instagram: @poeta.urbanosertao e Facebook: Urbano Sertão. Com poemas em oito antologias e coletâneas, o poeta escreve sobre o sertão, o amor e a vida. Publicou o livro “Poemas do Sertão, Amor e Vida” em julho de 2025.

Zap: +55 18 99144-5113


21.10.25

Eu e o Lula


 Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP

Tenho um amigo que não aplaude ninguém, economiza aplausos até para artistas dos quais é fã. Não chego a tanto, mas como secretário municipal de Cultura lidava com artistas locais e convidados, cumprimentava-os, levava o relacionamento para o lado profissional. O então prefeito Cido Sério era um verdadeiro fã de auditório nos shows promovidos pela Prefeitura. 

Eu passei a votar para presidente em 1989. Defendi candidatos, mas nunca cheguei a baba-ovo. Tenho verdadeira admiração por Lula, cheguei a coordenar o palanque dele na campanha presidencial de 1989, nunca vi tanta gente no Calçadão da Marechal,  Araçatuba, duro de gente, mas os adversários arrumaram Miriam Cordeiro, pagaram para ela mentir.

Collor reconheceu, 15 anos depois, que o recurso de usar depoimentos e imagens da ex-namorada do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, Miriam Cordeiro, dizendo que tinha tentado o aborto "não foi de bom gosto, de bom tom". A campanha de Collor pagou a Miriam para acusar Lula de ter pedido a ela que abortasse a filha de uma gravidez inesperada. 

Como líder regional do PT, conheci de perto muitas personalidades nacionais, algumas delas dormiram em minha casa. Mas eu e Lula nos limitamos a nos cumprimentar, até nos grandes encontros nacionais da legenda.


Eu percebia que na época eu podia crescer eleitoralmente, mas não era isso que eu desejava para a minha vida. Sou mais lavrador, com os pés pregados ao chão do que um caçador, desejando o impossível. Como disse o padre Lauro: "Hélio, não deixe a política tomar conta de sua vida"! Malafaia não daria tal conselho a um seguidor da Assembleia de Deus. Não me arrependo de ter seguido tais ensinamentos.

Um amigo bolsonarista, ao tomarmos um cafezinho, me disse que havia descoberto ultimamente (caso Trump) que Lula era bem mais inteligente do que Bolsonaro. Não perdi a oportunidade e lhe respondi que, para ser mais inteligente que Bolsonaro, não precisaria de muita coisa.  

Há gente afirmando que Lula já passou a mão na bunda de Trump. Outros dizem que o presidente norte-americano ainda vai ensacar Lula. Tomara que os dois tenham juízo e defenda cada seu povo. 

Homenagem a Pedrinho da banca da revisa



O jornaleiro anunciou tanto o progresso que foi vítima da má notícia que anunciava. Seus clientes não se contentavam com rádio e tevê. E nos últimos tempos, sua irmã on-line praticou a antropofagia do jornal e da revista de papel. A Banca do Pedrinho ainda não é um museu, mas devia ser tombada, como retrato de uma época. Era um portal do conhecimento. Por ela a juventude fazia coleções, tanto de fascículos como de livros. Resistem as palavras cruzadas. A VIDA CONTINUA, MUDA-SE A FORMA DE VIIVER. Pedrinho, converse com o cara lá de cima, dono da realidade virtual, diga que pare o tempo, porque os veinhos não aguentam mais a ausência da concretude.

HÉLIO CONSOLARO

18.10.25

Dia do Professor - Marcos Francisco Alves

Nada de frases motivacionais muito usadas para nos manipular. Ou frases elogiosas para ganhar nossos votos quando sabemos que eleitos, irão nos tirar direitos. Nada de Paulo Freire ou assemelhados. Vamos mesmo de quem nos legou os meios para sermos respeitados como PROFESSORES (ou outra profissão qualquer) e termos dignidade. 

“Mas o guia que deve nos conduzir na escolha de uma profissão é o bem-estar da humanidade e nossa própria perfeição. Não se deve pensar que esses dois interesses possam estar em conflito, que um tenha que destruir o outro, pelo contrário, a natureza humana é constituída de modo que ele apenas pode alcançar sua própria perfeição trabalhando pela perfeição, pelo bem, de seus iguais.

Se ele trabalhar apenas para si mesmo, ele pode até se tornar famoso, um grande sábio, um excelente poeta, mas ele nunca poderá ser perfeito, um homem pleno.

A história chama de grandes esses homens que se enobreceram trabalhando pelo bem comum, a experiência aplaude como o mais feliz aqueles que fizeram o maior número de pessoas felizes, a própria religião nos ensina que o ser a quem todos devem se espelhar se sacrificou pelo bem da humanidade, e quem se atreveria a reduzir a nada tais julgamentos?

Se escolhermos a posição na vida a qual podemos trabalhar pela humanidade, nenhum encargo irá nos pôr para baixo, pois esses encargos são sacrifícios pelo bem de todos, então não experimentaremos alegria mesquinha, limitada e egoísta, mas nossa felicidade irá pertencer à milhões, viveremos de ações silenciosas mas em constante trabalho, e sobre nossas cinzas serão derramadas quentes lágrimas de pessoas nobres”. KARL MARX: Reflexões de um jovem a propósito da escolha de uma profissão

 Araçatuba, 15 de outubro  de 2025

Marcos Francisco Alves, professor aposentado

14.10.25

"Lata véia" e motorhome

Carros velhos recolhidos

A Câmara Municipal de Araçatuba, com 13 votos favoráveis, foi aprovado nesta segunda-feira (06/10/2025), o projeto de lei que cria a política municipal de identificação e remoção de veículos abandonados em vias públicas do município. A iniciativa é do vereador Fernando Fabris (PL).

Com certeza não hesitaram chamar os carros velhos dos pobres de "lata véia", principalmente sendo o autor do projeto um mauricinho evangélico. O habitat do "lata véia" são os bairros da periferia. Os carros velhos como as pessoas pobres são empurradas para para o lado da cidade onde o vento junta o último cisco.

Na discussão do projeto, os oradores chamaram os carros velhos como "latas véias". Certamente nunca tiveram na família um tio, o pai ou alguém com amor absurdo por uma "lata véia".

Muitos casais, donos de uma "lata véia" se perfumam no sábado ou domingo para fazer compras nos supermercados mais chiques da cidade, levando eles mesmos as compras para casa. 

Se por um lado há o consumidor, há também o problema habitacional, que é mais complicado, se o carro velho abandonado à beira da calçada passa a ser albergue noturno para algum andarilho. 

Carro chique é motorhome, ninguém implica; mas "lata véia" ameaça a segurança das pessoas de bem.

Outro dia encontrei um amigo sumido, não o via por muito tempo. Ele entrou em Araçatuba para consertar a sua motorhome. Todo sorridente, sozinho, feliz da vida. Não paga aluguel, escolhe o quintal de sua casa a todo momento. "Se o vizinho começa incomodar, a gente não briga, muda de lugar."  




O filme norte-americano sobre motorhome conhecido é "Nomadland" (2020), que acompanha a história de uma mulher que, após a crise econômica, vive como nômade, viajando pelos Estados Unidos em sua motorhome. "A mulher da van" é outro exemplo do gênero. O nosso urbanismo está cheio de gente morando na rua, uns bem, outros mal. 

Um viúvo de uma cidade brasileira deixou sua Variant próxima à rodoviária e sumiu para a capital, nunca mais voltou. Até que um amigo se prontificou a tomar conta do veículo. Não demorou muito para se tornar a sua casa, morou lá por 20 anos sem ser molestado por ninguém, até que um vereador evangélico fez um projeto para arrancar a "lata véia" de lá. Enfeava a cidade. A mobilização da cidade foi tão grande que o "pau véio" continua no mesmo lugar. Na Semana Santa o vigário fez a cerimônia do Lava-pés na Variant, lavando os pés do morador de tão antigo veículo.  

No Brasil, um país de cultura católica, é bastante tolerante com a frota desativada. No catolicismo, os pobres ainda são acolhidos por Santa Dulce dos Pobres, "O anjo bom da Bahia". Em Araçatuba, onde o evangelismo avança, em que predomina a Teologia da Prosperidade, os pobres não contam. 

   

JORJÃO MATOU O BANDIDO

Quando conheci o Jorjão, guarda municipal de Araçatuba, na época de secretário municipal de Cultura, foi como ler duas páginas de um romance e pressentir que o final da história ia ser trágico.

Não havia bandido na cidade que não tivesse apanhado dele, Jorjão era foda para a bandidagem. Não foi morto por bandido, por vingança humana. Foi castigo divino. Morreu com seu próprio veneno. Matou quem mais amava, pois os violentos matam por amor. Percebendo que ele era o pior bandido, não deixou o cara escapar: suicidou-se.
A espécie humana é repleta de tragédia, a pior ainda não aconteceu. Hélio Consolaro CONSA

8.10.25

Pôr do sol da ponte do rio Tietê

  “Um bom viajante não tem planos fixos e não pretende chegar de viagem.” – Lao Tzu

Pôr do sol - Tietê

Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP


Todos os entardeceres são iguais, não importa em que parte do planeta esteja, pois o Sol é o mesmo.  Não é verdade. Ver o sol se pôr na ponte sobre o rio Tietê, rio que separa os municípios de Araçatuba e de Aracanguá é bem diferente do Taj Mahal, Índia: as cores do crepúsculo refletidas no mármore branco do palácio criam uma paisagem impressionante e grandiosa.


Presidente Epitácio, cidade da beira do rio Paraná, região de Presidente Prudente, Oeste Paulista, tem o seu pôr do sol como o mais bonito do Brasil. Moramos na região e não sabemos disso.

   Estivemos, eu e a Fátima, visitando meu mano Alberto (Ingrid e Albertinho) no Espigão do Costeiro, zona urbana e na beira-mar de São Luís do Maranhão, mas naquele dia uma minúscula nuvem atrapalhou o espetáculo do astro rei. Assim mesmo, várias fotos foram registradas nos celulares. Até selfies.

Fátima Florentino

   Apesar do nome, ninguém dorme sobre as dunas dos Lençóis Maranhenses, pois por lá existem belas pousadas. A melhor visita se faz ao cair da tarde para pegar o pôr do sol. As camionetas Hilux cavalgam as dunas como equinos mecânicos.


Santo Amaro do Maranhão tem 15 mil habitantes, mas possui quase 500 unidades de Hilux 4x4 prestando serviço aos turistas, subindo as dunas e mostrando as lagoas.  A Toyota agradece, pois é o único tipo de veículo a navegar nas areias dos Lençóis Maranhenses.


Só os românticos e os enamorados ou partidários da Terra-Mãe é que emocionam ao ver o pôr do sol na ponte sobre o rio Tietê. A maioria passa pelo fenômeno crepuscular como credores ou devedores, tendo como referência o vil metal.


No Espigão Costeiro, São Luís do Maranhão, só carros novos encostam para gastar o dinheiro naquele momento poético. Enquanto isso, em Araçatuba, a rotina segue modesta e sem ostentação, mas, talvez por isso mesmo, exista certo charme escondido entre as ruas e becos, esperando ser descoberto por quem se dispõe a caminhar a pé pela cidade com um olhar curioso e aberto ao inesperado, percebendo que até nos cantos mais simples da cidade há beleza para ser apreciada.


Até dizem os guias que turistas não têm miséria, gastam à vontade o que foi juntado a ranger de dentes. Ouvi uma conversa:


- Em Araçatuba, não tem isso, é uma vida chinfrim.

   Precisamos passear a pé pela cidade com olhos de estranhamento, como se tivéssemos passando por uma cidade desconhecida. Sem dívidas a pagar. 

6.10.25

Roque Soares da Silva, multiplicador de cidadania - Marcos Francisco Alves

 

Dr. Roque Soares da Silva está entre Cido Sério e Marcos Francisco Alves 

Roque Soares da Silva foi advogado, professor universitário e ativista araçatubense que educou, influenciou e inspirou uma geração de líderes comunitários, religiosos e políticos de Araçatuba. Marido dedicado de Lourdes Gálico Soares e pai amoroso de quatro filhos e três filhas, Roque ajudou a expandir a representatividade democrática de bairros araçatubenses e desenvolveu mentes e corações para a participação política e para o gosto pela cultura, ao fundar instituições e criar eventos que congregavam a comunidade. Com uma compreensão cosmopolita do cidadão atuante e formalmente educado, além de ideias e ações fundadas na democracia e na liberdade, Roque deixou marcas na história da Araçatuba e em muitos de seus habitantes.

 Nascido em 1 º de outubro de 1932 em Araçatuba, Roque – cujo nome herdou do pai – foi o filho mais velho de quatro irmãos e uma irmã. Sua mãe, Lázara Alves de Jesus, era costureira, e seu pai, Roque Soares da Silva, operário de beneficiamento de arroz. Sua infância foi de dificuldades e restrições comuns a outras crianças do período e, como outras crianças do período, começou a trabalhar aos 10 anos de idade, após terminar o primário. Seu primeiro trabalho foi de atendente de serviços gerais no bar de seu tio.

 Aos 14 anos, Roque tornou-se lavador de garrafas. Seu supervisor, notando sua inteligência, recomendou-o para uma transferência para a administração da empresa, onde Roque teve o primeiro contato com a contabilidade. Ele então decidiu voltar à escola para terminar o ginásio e fazer um curso de contabilidade e, aos 21 anos, formou-se contador. Quando preparava seu casamento com Lourdes Gálico, amor que duraria sua vida toda, Roque já nutria uma nova ambição: tornar-se advogado.

 Viajando 7 horas por semana entre Araçatuba e Bauru, enquanto trabalhava como contador em Araçatuba, Roque formou-se em direito em 1963, em um período que 50% da população brasileira acima de 15 anos ainda era analfabeta. Fazer faculdade era inimaginável para sua família e para muitos de seus amigos e conhecidos. Ele foi o primeiro da sua família a se formar em um curso superior.

 Depois da graduação em direito, Dr. Roque – Fiúca para os familiares e amigos próximos – envolveu-se mais profundamente com sua comunidade. Seu mote era “não adianta saber as coisas, tem que compartilhar”. Roque, então, começou a fazer o que se tornaria a marca de sua atuação pública em Araçatuba: idealizar e liderar organizações e eventos que congregavam a comunidade, com o objetivo de educar e promover o desenvolvimento ético e de noções de cidadania para os participantes.

 Membro ativo da Igreja Católica, tendo ministrado aulas de catequese, Roque tornou-se uma das lideranças das atividades religiosas e sociais das Comunidades Eclesiais de Base (CEB) da Igreja araçatubense. As CEBs haviam sido criadas pelo Concílio Vaticano II como forma de reaproximar a igreja de seus fiéis.

 Nos encontros do Circulo Bíblico – nome informal das reuniões da CEB que ocorriam na Igreja São João – Roque conduzia discussões a respeito do significado moral e prático das narrativas bíblicas, fazendo paralelos das estórias com os contextos em que os participantes viviam. A perspectiva trazida por Roque aos encontros era de promover a solidariedade e a caridade de Cristo como práticas possíveis da vida cotidiana.

Roque Soares da Silva

A cada dia, mais jovens vinham para as reuniões de educação religiosa do Dr. Roque. Reconhecendo as limitações do espaço disponível para um número crescente de participantes, ele então idealizou a União Livre dos Amigos (ULA), grupo que passou a se encontrar no Círculo Operário, andar superior do antigo Cine São João. A União Livre dos Amigos tornou-se um encontro religioso e cultural, onde falava-se sobre os ensinamentos de solidariedade de Cristo, e também se discutiam arte, literatura e acontecimentos atuais.

 Diversos políticos araçatubenses hoje em atividade iam aos encontros da União Livre de Amigos. Lá, liam peças de teatro, seguidas de discussões lideradas pelo Dr. Roque. Além disso, Roque dava palestras sobre acontecimentos globais do momento – ele considerava essencial que os jovens aprendessem a interpretar o mundo com a melhor e mais atualizada informação possível, além de discutir o que liam e ouviam.

 As reuniões no andar superior do antigo Cine São João cresceram tanto que chegaram a ter uma centena de participantes ativos na discussão. Eram pessoas que vinham para ouvir sobre a solidariedade do Cristo, sobre teatro contemporâneo, e sobre o mundo fora do Brasil – para serem educadas, serem inspiradas, e inspirarem sob a liderança do Roque.

 Além de servir a comunidade religiosa, Roque expandiu seu serviço à comunidade araçatubense liderando a fundação de diversas Associações de Moradores em diferentes bairros da cidade, particularmente nos locais mais carentes de infraestrutura e serviços governamentais. Esse é o caso Associação dos Moradores do bairro Jardim Guanabara, além de J. das Flores e Aclimação e outros. Por sua formação em direito, Roque entendia que as demandas dos bairros com relação a serviços governamentais locais (prefeitura) precisavam de canais de comunicação formal. Assim, a população organizada seria melhor ouvida e atendida pelos governantes, possibilitando um exercício mais efetivo de cidadania para aquelas pessoas. Com firme propósito de inclusão social, as associações de moradores de bairro foram este canal de comunicação e organização de demandas entre bairros e a prefeitura.  

 Identificando ainda a necessidade de reforçar os pleitos das Associações, Roque criou com parceiros o Conselho das Associações de Moradores, instituição que podia negociar demandas das diferentes Associações com a prefeitura.

 Durante a ditadura militar, Roque foi filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição do regime. Nesse período, fim da década de 1970, ele liderou o Movimento Contra a Carestia (MCC) em Araçatuba. A política econômica regida pela ditadura concentrava renda e causa inflação muito alta, afetando a imensa maioria da população brasileira, empobrecendo e fazendo de muitos trabalhadores miseráveis e famintos. Os movimentos comunitários e de bairro uniram-se aos sindicatos e um dos frutos dessa atuação conjunta foi o Movimento Contra a Carestia. O MCC criou abaixo-assinados para persuadir os governo federal da necessidade de intervenção na economia para o controle da inflação. Em Araçatuba, a coleta de assinaturas para o pedido formal ao governo militar de controle sobre a inflação foi coordenada e empreendida por Roque e parceiros.

Na política, Roque ainda trabalhou com amigos oriundos da União Livre dos Amigos, além de novos amigos e parceiros, para eleger o primeiro prefeito fruto de ampla aliança democrática e popular em Araçatuba, em 1983. Por sua capacidade técnica e atuação política, Roque foi, então, nomeado para a Secretaria de Negócios Jurídicos da prefeitura. Também em 1983, Roque atuou como presidente da Comissão Executiva do PMDB de Araçatuba, onde discursou para o público sobre a necessidade de eleições diretas para presidente. O registro deste acontecimento encontra-se nos arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), agora disponíveis na internet por meio do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Integrou a Campanha pela legalização do Partido Comunista do Brasil – PC do B – pois, democrata convicto, considerava absurdo de que formas de pensar não pudessem se  exprimir e participar do jogo político. Também  via no PC do B, um partido comprometido com as cuasas populares e que em muitos aspectos  se conciliava com sua vivência cristã. Filiou-se a esse  Partido, foi por ele candidato a deputado estadual e  nele sempre se notabilizou pela defesa intransigente da democracia, das liberdade e do socialismo.

 Como educador, Roque Soares, além das iniciativas citadas anteriormente, foi professor de Direito Constitucional, Direito Comercial e Economia Política na Instituição Toledo de Ensino, hoje Centro Universitário Toledo. Roque também nunca parou de advogar nas áreas Cível e Trabalhista. Além disso, também ministrou aulas de Oratória e Orientação Social no Serviço Social da Indústria (SESI), e de Contabilidade na Faculdade de Ciências Contábeis e Atuariais nos Salesianos de Araçatuba.

 Em 2006, aos 74 anos de idade, Roque foi diagnosticado com a doença de Alzheimer. Depois de dez anos recebendo cuidados médicos, carinho e atenção da família, dos amigos e dos cuidadores, Roque Soares da Silva faleceu em 1º de julho de 2016, aos 83 anos.

Pelo seu  papel desempenhado em  prol da cidade, articulou-se homenageá-lo, dando ao  Atende Fácil  seu nome. O prefeito  Cido Sério, com apoio da Câmara de Vereadores/as, aprovou a sugestão.

A visão a que Roque dedicou-se a promover, de uma civilização baseada no amor, na solidariedade, na inteligência, e na curiosidade, ainda inspira muitos araçatubenses e suas famílias a continuar cultivando estes valores e práticas. Todos estes são gratos por terem tido em Roque alguém para despertar o gosto pela alta cultura, pelo aprendizado, e pelo engajamento político democrático, que não excluía nenhuma categoria arbitrária de cidadão.

Roque tinha consciência que agir de acordo com ideias elevadas era muito mais importante do que apenas promover aquelas ideias. E ele – pai, vô, bisavô, professor, amigo, companheiro, líder comunitário, sábio – seguia firmemente o que pregava.

O então prefeito Cido Sério homenageou Roque Soares da Silva nominando o ATENDE FÁCIL. https://www.blogdoconsa.com.br/2016/09/roque-soares-e-homenageado.html

*Marcos Francisco Alves, professor, Araçauba 

 

Níver Daniel - Marcos Francisco Alves

Daniel - cara do pai
Marcos Francisco Alves

Blake, o poeta, afirmou que “...Ter na infinidade/ a palma da mão cheia/ e em  uma hora ver / a eternidade de /passagem /um cão pelo dono / abandonado/ faminto, prediz a / ruina do estado...”, talvez se referindo às oportunidades que perdemos vida afora. Talvez também, não  nos basta apenas a inteligência ou nossas mágoas não superadas para nossa presença nesse mundo. Cada um de nós somos uma possibilidade em trilhões de outras para estarmos nessa mundo e nem sempre, fazemos dessa dádiva, reconhecimento. Sim, porque “a vida esconde nos lugares mais simples sua grande beleza”, já nos disse Pablo Neruda. E o tempo não tem por que nos esperar a decidir o que fazer na vida. Quem somos nós para esse desejar?

“Com o tempo tudo passa. Vi, com alguma paciência, o inesquecível tornar-se esquecido e o necessário sobrar.”, já escreveu Gabriel García Marquez, com a lucidez que muitas  vezes nós não temos. Não  basta ter rumo, tem que saber onde queremos chegar. Cheshire tem sempre razão.

Vasculhando  o que me resta  de memória, lembro do  poeta uruguaio Mário Benedetti: "Esse grande simulacro...o esquecimento está tão cheio de memória que às vezes não cabem as lembranças e rancores... precisam ser jogados pela borda”, haja vista que “no fundo o esquecimento é um grande simulacro”, pois ”ninguém sabe nem pode, ainda que queira, esquecer”. E, claro, não posso me esquecer desse 27.09, seu nascimento pois  as coisas mais auspiciosas são as que ficam. E no pouco tempo me dado, por escolhas certas ou tortas, me regozijei com sua vinda e que esse dia, foi um dia que me ficou  na  memória pois asseverou Benedetti;  “Lento mas vem, o futuro se aproxima devagar, mas vem”. 

Como também me recordo das nossas andanças por São Paulo, ou de quando você, distraído, trombou com um  poste. No Mercadão ou de quando você atuava no movimento estudantil. Da sua primeira namorada, a  médica (eu gostava muito dela). Ou seu abandono dos cursos onde  você entrou com destaque. Daquele emprego, que permitia a você, frequentar bons restaurantes em Sampa. Da sua ida para Portugal.  Do  nascimento de Agnes e do Teo . Enfim, da sua presença em nossas vidas, para o bem e para o mau.

Gabriel Garcia Márquez, disse que “a idade não é a que temos, mas a que sentimos”, assim como “a vida não é a que a gente viveu e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la”. Nestes tempos ainda de incertezas, nos quais precisamos nos livrar das mentiras, da ignorância e seus derivados, da  negação das ciências, do racismo, do machismo e todas as fobias de gênero, de etnia, de sexo, de raça, de nacionalidade, de classe, de  guerras injustas, do LGTBQ + etc que  possamos contar nessas datas como mais um momento de brado, de luta para a plena libertação dos espíritos  e de resistência, contra todas as formas de opressão, mas que também seja um momento de comemoração, de alegria, de parcerias, de perdões, de delicadeza  e de gentileza, para com o mundo e do mundo para nós. Podemos  sempre recomeçar, reconstruir e participar de um futuro melhor para a Humanidade. Se pudermos ler Dostoiévsk  “ ...O homem tem tudo em suas mãos, e tudo escapa entre seus dedos por pura covardia...”

E aqui te vejo  vivendo, neste 27 setembro, com certeza, tentando reencontrar rumos e lugar para chegar, como mais um dia de celebração para poder contar sobre  sua VIDA para as suas pessoas queridas, pois como também escreveu o grande escritor colombiano, “a vida não é mais do que uma contínua sucessão de oportunidades para sobreviver”, sendo que “a memória do coração elimina as más lembranças e enaltece as boas e que graças a este artifício conseguimos suportar o passado”, pois “os seres humanos não nascem para sempre no dia em que as mães os dão à luz, e sim que a vida os obriga outra vez e muitas vezes a se parirem a si mesmos”. Que você esteja sendo muito feliz, sabendo que a lembrança desse nascimento é uma alegria por saber que, de alguma maneira, você cruzou minha vida mesmo antes do seu nascimento e isto é motivo de celebração, uma celebração pública permitida por esta mídia, mas uma celebração sincera pela pessoa importantes que você se tornou  em minha trajetória mesmo  quando dos nossos desencontros. Melhoro, não por conta apenas da sua presença ou pelo fato de você ser “minha” imortalidade, mas por saber que vc irá encontrar seu lugar nesses tempos de viver. Amo você. Parabéns pelo aniversário

Marcos Francisco Alves, professor, 27.09.2025. 

Araçatuba-SP

5.10.25

Sesc implanta em Araçatuba o Mesa Brasil

 

Sesc implanta em Araçatuba o Sesc Mesa Brasil,
programa que fortalece a ação contra a fome, insegurança alimentar e o desperdício de alimentos

De 6 a 9 de outubro atividades de lançamento acontecem pela cidade para anunciar a chegada do
programa que inicia sua operação na região, no dia 10
Caminhão Sesc Mesa Brasil Araçatuba | Foto: Rodrigo Griggio

Neste mês, como parte da expansão da presença da instituição na cidade, Araçatuba passa a receber o

Sesc Mesa Brasil, programa que integra a rede nacional de combate à fome e ao desperdício ao conectar doadores a instituições sociais do município e região, promovendo a destinação responsável e eficiente dos recursos a quem precisa. Com o nome inspirado no conceito de mesa, símbolo do direito básico à alimentação, o programa reforça o compromisso da entidade com a garantia de uma refeição digna para todas as pessoas.
Em julho de 2025, o Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome da ONU, após reduzir para menos de
2,5% o percentual da população em risco de subnutrição, conforme o relatório SOFI 2025 (State of Food Security and Nutrition in the World). 

O documento destaca avanços significativos no combate à fome no país. Mostra que a insegurança alimentar severa caiu de 8,5% no triênio 2020-2022 para 6,6% no período 2021-2023, o que representa uma redução de 18,3 milhões para 14,3 milhões de brasileiros nessa condição.

Além disso, segundo dados do IBGE, o país ocupa a 10ª posição entre os países que mais desperdiçam
alimentos, com um descarte anual estimado em 46 milhões de toneladas, equivalente a quase um terço de
toda a produção nacional. Esse cenário evidencia o paradoxo entre abundância e carência alimentar e
reforça a urgência de iniciativas como o Sesc Mesa Brasil, que contribuem para reduzir o desperdício e
assegurar que alimentos ainda próprios para consumo 

Mais do que redistribuir alimentos, o programa articula doadores e instituições, fortalecendo redes de
solidariedade e reafirmando a importância da alimentação como um direito fundamental. 

A implantação dessa ação permanente do Sesc chega em Araçatuba com apoio do Sindicato do Comércio Varejista e da Prefeitura Municipal, através de suas Secretarias de Desenvolvimento Agroindustrial e Assistência Social.
A rede APAS (Associação Paulista de Supermercados) também é parceira no programa.
O Sesc Mesa Brasil também atua de forma educativa, transformando receptores e instituições assistenciais em agentes ativos de mudança. Por meio de ações educativas em Nutrição e Serviço Social,
o programa promove cursos, palestras, oficinas e rodas de conversa que visam disseminar conhecimentos técnicos (como boas práticas alimentares, reeducação nutricional e aproveitamento integral de alimentos)
e fortalecer a gestão das entidades atendidas. Essa dimensão pedagógica reforça a autonomia das
organizações sociais, estimula a troca de experiências e capacita multiplicadores locais, ampliando o
alcance e a sustentabilidade das intervenções sociais.
Com mais de 30 anos de atuação, a iniciativa atende 88 municípios paulistas e arrecada mais de 6 milhões
de quilos de doações (alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza, e outros itens) por ano. Estes
alimentos complementam as refeições servidas a mais de 380 mil pessoas em 1.270 instituições sociais
cadastradas no estado. Tudo isso é possível considerando a colaboração de cerca de 1.000 empresas doadoras, que, junto ao Sesc São Paulo, formam uma rede comprometida e empenhada no combate à fome e ao desperdício de alimentos.
Atualmente, o Sesc Mesa Brasil reúne cerca de 1030 empresas doadoras no estado de São Paulo, que
podem ter isenção de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), e mais a
economia da redução dos custos com o descarte do alimento que perdeu valor comercial. O programa
também ajuda na promoção de uma cultura solidária dentro da empresa e conscientização sobre o
problema da insegurança alimentar.


Funcionamento do programa

Nas cidades paulistas, circulam mais de 50 veículos para a coleta dos alimentos doados. A seleção e a

coleta ficam a cargo do motorista e do ajudante, previamente capacitados. Em seguida, eles informam
uma das unidades do Sesc Mesa Brasil sobre a variedade e quantidade de produto arrecadado, o que é repassado às nutricionistas, que vão selecionar as instituições mais adequadas para recebê-los. No caso
de grandes volumes de doações, os alimentos são encaminhados para o Centro de Captação e
Armazenagem Mesa Brasil (CECAM), para serem disponibilizados para outras Unidades.


Sobre o programa
Criado pelo Sesc São Paulo em 1994, o programa de combate à fome nasceu como Mesa São Paulo e,
em 1997, ganhou força com a implantação do Colheita Urbana, sistema que coleta doações de empresas
e distribui no mesmo dia para instituições sociais. Em 2003, tornou-se nacional e passou a se chamar
Sesc Mesa Brasil.

Além da arrecadação e distribuição de alimentos, o programa promove ações educativas como palestras,
cursos e oficinas culinárias, abordando alimentação saudável, higiene, aproveitamento integral dos
alimentos e técnicas de preparo. No site, também estão disponíveis publicações, materiais de referência e receitas elaboradas em parceria com universidades, culinaristas e cozinheiras de instituições sociais.
O Sesc Mesa Brasil é referência internacional, sendo a maior rede privada de bancos de alimentos da
América Latina e conta com parceiros como a GFN (The Global FoodBanking Network) no apoio a
pesquisas e realização de importantes eventos sobre o tema. Além disso, tem representação nacional
como membro do comitê gestor da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos, do governo federal.
No estado de São Paulo, atende 88 municípios. Na capital e Grande São Paulo, está presente nas
unidades: Campo Limpo, Carmo, Itaquera, Interlagos, Ipiranga, Mogi das Cruzes, Santo André e Osasco.
No interior e litoral, em unidades: Santos, Bauru, Piracicaba, São José dos Campos, Rio Preto, Taubaté,
Campinas, Ribeirão Preto, Araraquara, São Carlos, Sorocaba, Jundiaí e agora, Araçatuba.

Linha do Tempo
1994: Foram realizados os primeiros estudos para a implantação do programa Mesa São Paulo.
Neste mesmo ano, é instalado o Cozinha Central do Mesa São Paulo no Sesc Carmo. A unidade
enviava refeições preparadas para as instituições beneficiadas.
1995: Realização do Simpósio “O Desafio Social da Fome - A Empresa no Combate ao
Desperdício”.
1996: Realização do Simpósio “O Desafio Social da Fome - A Organização da Sociedade na Busca
de Soluções”. O Sesc elabora o conjunto de projetos de lei que compõe o Estatuto do Bom
Samaritano e o entrega ao Presidente da República.
1997: O Mesa São Paulo adota a Colheita Urbana, modelo inspirado na experiência nova-iorquina
que, simultaneamente, combate o desperdício de alimentos, a fome e implementa ações
educativas.
1999: Implantação do Mesa São Paulo no Sesc Itaquera. O programa recebe o Prêmio Eco,
concedido pela Câmara Americana no Comércio de São Paulo.
2003: O Programa se instala em 26 estados e no Distrito Federal, passando a se chamar Mesa
Brasil Sesc.
2006: Realização do Seminário “Cultura e Alimentação - Saberes Alimentares e Sabores Culturais”
no Sesc Vila Mariana.
2013: Reconhecimento pelo Global Foodbanking Network, organização sem fins lucrativos
comprometida com a criação e fortalecimento de bancos de alimentos em todo o mundo, como
ação eficiente no combate à fome e ao desperdício.
2014: O programa completa 20 anos e apresenta o seminário internacional “Alimentação Hoje -
Entre Carência em Excesso”.
2015: Criação do CECAM - Centro de Captação e Armazenagem Mesa Brasil, em São Paulo,
espaço destinado a captar, armazenar e distribuir grandes volumes de alimentos.
Como doar
Para apoiar o programa, empresas como supermercados, padarias, mercados municipais, feiras livres,
centrais de abastecimento, produtores rurais e indústrias podem entrar em contato com o Sesc Mesa
Brasil em Araçatuba. As doações podem ser feitas na forma de alimentos, produtos de higiene pessoal e
limpeza:
● Frutas, legumes, verduras, grãos, conservas, sucos, água, pães, bolos sem recheios, frios,
laticínios, carnes, aves, peixes e ovos.
● As instituições de ensino também podem oferecer espaços como salas, auditórios, cozinhas e
laboratórios, e professores que possam colaborar na execução de cursos, palestras e oficinas.
Como receber
Instituições interessadas em receber doações, devem atender a uma série de requisitos detalhados no site
do programa. Organizações como creches, albergues, asilos, instituições de apoio a pessoas com
deficiência e de reinserção social, entre outras, precisam cumprir os critérios de permanência para
continuar recebendo os alimentos.
Sesc Mesa Brasil - São Paulo em Números
● Quantidade Arrecadada em 2024: 6.569.495Kg de alimentos e 91.198 produtos de higiene e
limpeza.
● Pessoas beneficiada em 2024: 382.592.
● Quantidade de Doadores: cerca de 1.030.
● Quantidade de instituições: cerca de 1.200.  
● Abrangência: 88 municípios.
Confira a agenda de lançamento do Sesc Mesa Brasil em Araçatuba
Dia 06/10. Segunda, 19h30.
Apresentação do programa na Tribuna Livre na Sessão Ordinária na Câmara.
Local: Câmara Municipal de Araçatuba
Praça Nove de Julho, 26 - Centro, Araçatuba
Dia 07/10. Terça, 16h às 22h.
Participação das equipes Sesc Mesa Brasil e Relacionamento Empresas no evento APAS
Experience.
Local: Vivere Eventi - Araçatuba
 
Dia 08/10. Quarta.
Entrega dos alimentos arrecadados no evento APAS Experience às instituições
cadastradas do programa
 
Dia 09/10. Quinta, 9h às 11h30.
Café de boas-vindas Sesc Mesa Brasil em Araçatuba
O Sesc promove café da manhã lançamento do programa e bate-papo "Comida na mesa:
redes que alimentam", com:
Cíntia Sanchez, coordenadora do projeto Cozinha Escola em São Paulo e Sandra Melo,
idealizadora do projeto Cozinha Saudável na Comunidade de Araçatuba.
Local: Biblioteca Pública Municipal Rubens do Amaral
R. Armando Sales de Oliveira, 277 - Bairro das Bandeiras, Araçatuba
Dia 10/10. Sexta.
Início da operação do Sesc Mesa Brasil.


Sobre o Sesc em Araçatuba
Com presença física permanente em Araçatuba desde 2005, a instalação local foi implantada
como uma extensão do Sesc Birigui, oferecendo aulas do programa de Ginástica Multifuncional,
cursos e oficinas em diversas linguagens artísticas, além de uma Central de Atendimento para os
trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo. Ao completar 20 anos na cidade, o Sesc
amplia sua atuação, expandindo o número de atividades e ocupando espaços públicos, como
praças, parques e teatros, em uma ação de descentralização do acesso à cultura e ao esporte,
alcançando também as periferias e atendendo um público cada vez maior. O novo plano de
expansão contempla ainda o fortalecimento do Turismo Social, a aproximação com as empresas
contribuintes e a implantação do programa Sesc Mesa Brasil na cidade. Atualmente o Sesc em
Araçatuba está instalado na Rua São Paulo 382, na região central de Araçatuba.

Serviço
Sesc Mesa Brasil em Araçatuba
Rua São Paulo, 382 – Centro - Araçatuba/SP
Telefone: (18) 99187-7971
sescsp.org.br/mesabrasil
Informações à imprensa
Lívia Muchiutti - (18) 3649-4738
Marinho Rodrigues - (18) 3649-4775
imprensa.birigui@sescsp.org.br