AGENDA CULTURAL

18.1.14

Curitibanos trapaceiros

Foto no Facebook
Fui trapaceado pela internet. Não sei se o termo cabe bem, porque gostei da trapaça, o prejuízo não houve algum, mas quando abri o envelope carta, com meu livro dentro, fiquei com cara de bundão.


Então, caro internauta, tudo começou quando reproduzi um artigo do escritor Marcelino Freire sobre miniconto em meu blog. Um sujeito chamado Jeferson Bandeira quis ser meu amigo no Facebook. Aceitei, aí ele começou a falar que adorava minicontos, coisa e tal, mandou-me o link da foto do livro de autoria dele: "Agonias ilustradas". Havia gostado do depoimento do Marcelino Freire.

Conheço um livro de miniconto, "Pico na Veia", de Dalton Trevisan, mas há nele conto mínimo, outros mais grandinhos, e o tamanho do livro é grandão. Como o Jeferson Bandeira, para meu conhecimento literário, é um autor desconhecido, pedi logo o preço, pois queria conhecer e ajudar. Resposta: R$ 12,00. Nossa, o preço era também mini.

Depositei o dinheiro. Aguardei o livro. Esperava uma caixa na hora da entrega do correio, no estilo dos despachos do Sesc, Livraria Cultura, etc Ele chegou, tendo como invólucro um envelope carta. Realmente dentro de uma caixinha, coisa luxuosa. E em cada página, um miniconto bem feito.

E Jeferson Bandeira, escritor curitibano (como Dalton Trevisan), me fez uma dedicatória provocativa, conforme as Agonias Ilustradas: "Hélio, boas cartadas nessa vida que é um jogo. Um abraço." Perdi o primeiro lance do jogo. 

Fui enganado? Trapaceado? Não, mas me deu raiva na hora, porque a foto da divulgação, mandada pelo Jeferson, não tinha elemento comparativo, também não dizia a medida: 6 cm x 9 cm. Ainda o autor chama o livrinho de breviário, o livro das horas. Era um abuso!

Então, caro  leitor, fiz do limão limonada. À noite, havia lançamento de livro em Araçatuba, levei o "grande livro". Já fui logo dizendo:

- Está fácil ser membro da Academia Araçatubense de Letras (condição é ter um livro publicado), é só publicar um livrinho desse- - mostrava o anãozinho.

Foi uma farra. Um converseiro danado. É livro mesmo? Puseram o filhotinho de pé, e ele equilibrou-se corretamente, fez até pouse. O livro da Maria José é grandão, mas não fica de pé. Risos.

Depois, houve questionamentos mais sérios: não tem ficha catalográfica, nem código de barras da Fundação da Biblioteca Nacional.


Pensando bem, não fui enganado. O livro do Dalton Trevisan tem seus minicontos, um em cada página, desperdiçando espaço, preço de livro de macroconto. E Jeferson Bandeira me vendeu um minúsculo "Agonias ilustradas" por um preço também pequeno. Verdade, não fui enganado...
O livro "Agonias Ilustradas" ao lado de um smartphone
Assim, o Jeferson fica pescando à beira da lagoa chamado Facebook, de vez em quando ele fisga um curimbatá, como eu, para garantir a mistura do almoço... A raiva passou,  meus parabéns ao Jefferson pela criatividade de seus texto e do jeito de trazer as pessoas para a literatura. Se quiser cair na conversa dele, aqui está o e-mail:

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