AGENDA CULTURAL

6.1.14

Sabotar a Copa 2014 é sabotar o Brasil


Por Eduardo Guimarães - Brasil 247
Devo confessar que não gosto de futebol – o que, no Brasil, chega a ser uma heresia. Ainda assim, apesar de ser exceção, não tenho um time de preferência, não torço por nenhum, não entendo as tabelas, as regras etc., pois nunca me interessei por entender.
O tempo, o dinheiro e a energia que este povo gasta com o futebol deveriam ser melhor empregados. Mas um fato é inquestionável: os brasileiros, sobretudo os mais humildes, encontram nesse esporte um alento para a dura vida que levam.
Sediar eventos internacionais da importância de uma Copa do Mundo ou dos Jogos Olímpicos, porém, é outra coisa. Tais eventos podem projetar um país ao poderem mostrar sua capacidade de organização e de execução de projetos.
Todavia, tais eventos também podem desmoralizar internacionalmente um país se este, ao organizá-los, vier a colher um fracasso organizacional.
O prejuízo de imagem a um país que fracassa na organização de um evento internacional da importância de uma Copa do Mundo, ao contrário do que muitos possam pensar não fica para o governo responsável por tal organização, mas para esse país.
Governos passam, países ficam. Se o movimento “Não vai ter Copa” triunfar, no futuro quem ficará conhecido mundialmente pelo fracasso do evento não serão Lula, Dilma Rousseff ou o PT, mas o Brasil.
Este país, nesse caso, ficaria marcado para sempre pela incapacidade de organizar eventos internacionais. Será considerado um país selvagem, impróprio para o turismo, incapaz de levar à frente um projeto que tantas nações já conseguiram fazer vingar.
O que o Brasil vai ganhar sabotando sua própria imagem diante do mundo? Nada.
Os investimentos na Copa já foram feitos e não serão desfeitos por nenhuma gritaria. Só o que deixará de ocorrer, se esse movimento aloprado vingar, será a recompensa nacional pelos investimentos feitos – recompensas de imagem e financeira.
Quem ganha com a sabotagem do evento? O povo é que não vai ganhar nada.
Além da dor que a massacrante maioria de brasileiros que ama o futebol sentirá diante de uma derrota da Seleção forjada no previsível estado psicológico de abatimento da equipe diante dos protestos, haverá o prejuízo econômico e imagético do país.
Mas haveria ganhadores com o fracasso da Copa, sim: os políticos sem votos que veem nessas manifestações a única possibilidade de vencerem a eleição presidencial contra a forte candidatura de Dilma Rousseff à reeleição.
Você, cidadão comum, ficaria com a desmoralização internacional de seu país, com a provável piora de sua vida que um baque na economia causado por essa desmoralização iria gerar – o que colocaria em risco até seu emprego, seus negócios etc.
Ao longo da última década, você passou a ganhar salário mais alto, seus filhos conseguiram ingressar mais facilmente no mercado de trabalho, a pobreza no país despencou. Com tais eventos internacionais, o Brasil mostrará ao mundo que chegou a sua hora.
Mas você pode arriscar tudo isso para que políticos espertalhões – e sem votos – cheguem ao poder graças a uma farsa, a de que o país investiu na Copa dinheiro que seria destinado a saúde, educação etc.
Sim, uma farsa. O dinheiro público investido na Copa é uma fração do total dos investimentos. A quase totalidade desses recursos é privada. E tais investimentos, públicos ou privados, serão pagos pelo lucro com turismo e com maior atividade econômica decorrentes do evento.
A pergunta que fica, portanto, é muito simples: o que, de fato, o Brasil ganhará com a sabotagem da Copa do mundo, agora encampada por 9 entre 10 colunistas e editorialistas dessa grande mídia de oposição ao governo federal?
Se você não se fez essa pergunta, está na hora de fazer. Se não conseguir respondê-la e se não encontrar uma resposta clara, sua obrigação, como cidadão brasileiro, será combater esse movimento aloprado, sem pé, cabeça ou juízo.

6 comentários:

Heloísa Helena Furquim disse...

Depois é que virá o resultado dessa COPA,não temos condições de suportar isso,oque chega a ser uma "heresia".

Heitor gomes disse...

Sabotar a copa não é sabotar o Brasil, e sim, interesse escusos de algumas duzias de usurpadores. Se cada brasileiro se conscientizasse da imoralidade e criminalidade que é realização da copa do mundo no Brasil, ele nem assistiria os jogos na televisão,que dirá aos estádios. Mas infelizmente, ele não só assistira, como também interagira e tudo terminara "feliz". Coitado! Amém! E viva a imoralidade.

Anônimo disse...

O governo dos USA, rejeitou fazer a copa porque privia a crise econômica, o governo brasileiro pegou este pepino, com as duas maõs, agora querem passar o pepino p/ o brasileiro descascar.

Anônimo disse...

É... todo mundo vai saber que a este governo não interessa o bem-estar do povo, mas a estupidez de investir o suor de sua população em eventos que vão desmoralizá-lo perante as demais nações, porque os tais lucros do turismo durarão um mês, e o prejuízo dos elefantes brancos ficará. Tem razão, o país fica, mas este governo vai cair com esta malfadada copa. De que distância este povo sofrido vai "usufruir" da diversão dos jogos? Quem sabe os abestalhados acordem, quando, nem perto dos estádios faraônicos conseguirem chegar. E só para lembrar: o governo perguntou ao povo se queria a copa? Só porque o brasileiro gosta de futebol, não quer dizer que ele queira ser enganado. Dinheiro da iniciativa privada que pega emprestado de bancos públicos (bnds, caixa e bb)? Vão pagar depois metade do valor ao caixa 2 para o resto ser perdoado?

Hélio Consolaro disse...

Meu amigo Walter Miranda, morador de Araraquara, militante do PSTU e evangélico, escreveu para eu inserir neste espaço (não consegue) o seguinte comentário:
Estou acompanhando, desde o ano passado, o movimento "Não vai ter copa", idealizado por grupos que de identificam apartidários, localizados no Rio de Janeiro. O movimento parece que tem ativistas que foram lideranças no movimento ocorrido em junho de 2013, que levou perto de 2,5 milhões de brasileiros às ruas em todo Brasil. Acredito que ele vai crescer.

Li, na FSP deste sábado, dia 11/01, a entrevista da senhora Julita Lemgruber, socióloga, ex-diretora do sistema penitenciário do Rio. Ela confirmou o que eu, e milhões de brasileiros, sabíamos há anos. Diz ela: "quem é preso e morto no Brasil, são os pobres, os negros e os favelados. O que existe é uma guerra contra a pobreza". Segundo ela, "a situação dos presídios expõe guerra contra a pobreza, enquanto ricos e poderosos só se preocupam com o próprio umbigo”.

A revista Veja, edição n. 2352, do dia 18 de dezembro de 2013, na página 78, publicou matéria mostrando o rombo e o roubo do "empresário" ADIR ASSAD nos cofres públicos, no montante de R$ 1 bilhão de reais. A grana saiu dos cofres públicos, foi para empresas existentes somente no papel, registradas em nomes de laranjas, que emitiram notas fiscais para prestadores de serviços ao Governo, tais como: Construtora Delta, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Egesa, Alusa Engenharia, entre outras, e até para a famosa JBS e Friboi.

Neste ano de 2014, ano da Copa do Mundo combinado com eleições nacionais, o bicho vai pegar pois, certeza, vão desviar muita grana pública para a Copa do Mundo e para os bolsos dos políticos e seu partidos.

Num país com presídios deteriorados, que não dão segurança e não recupera m seres humanos; tem escândalos de corrupção como esse do "empresário" picareta chamado ADIR ASSAD; tem filas de pobres nos hospitais, à espera de uma vaga ou cirurgia; com milhões de brasileiros com renda até três salários mínimos sem moradia, não pode se dar ao luxo de gastas bilhões com a Copa do Mundo.

Esse argumento de que não vai se gastar dinheiro público, mas vindos de empresas privadas, para mim, é para enganar pessoas desinformadas. É sabido que o Governo há tempo, através de ministérios como o Ministério de Esportes. O BNDES, vem gastando milhões de reais emprestando a empresas que estão construindo estádios e outras obras para a Copa.

WALTER MIRANDA

Anônimo disse...

"E tais investimentos, públicos ou privados, serão pagos pelo lucro com turismo e com maior atividade econômica decorrentes do evento."

HAHA, agora conta a piada do bêbado.