Hélio Consolaro*
Na terça-feira, meu filho, o Meninão, já com 33 anos,
morando atualmente no Estado de Goiás, me telefonou dizendo:
- Pai, amanhã eu me caso com Naiara.
Este pai, todo moderninho, prontamente disse:
- Parabéns, cara! Você está deixando de ser um garanhão da palhada para ser um pangaré de carroceiro.
Rimos muito pelo telefone. Uma mera formalidade, tanto o
casamento como o meu cumprimento, porque casado já estava. Tanto ele como a
nora já tinham se escolhido e viviam juntos. Apenas estavam legalizando a
união para que construíssem juntos algum patrimônio.
Afinal, ele já está fora de casa há 16 anos. Metade de sua
vida passou longe dos pais, embora solteiro. Sabe cuidar de uma casa como
ninguém, pois foi forçado a aprender, se virar. Nem por isso, perdeu a
masculinidade.
Estudou a graduação na UFMS - Campo Grande-MS- fez mestrado na
UFU – Uberlândia-MG – e doutorou-se pela UnB – Brasília-DF. Apesar dessa
deserção necessária, nunca se desligou dos pais, da irmã.
Assim, caro leitor, fiquei livre daquela cerimônia medieval
que ainda é a festa de casamento entre nós. Já tinha, e ainda tenho, mais um
lugar para encostar meu corpo e dormir, em Catalão-GO. Se casar é um fim, meus
dois filhos já estão encaminhados.
Mas estou tentando convencer a mãe dele, porque ela não foi
nem convidada. Considerou isso uma afronta!
Dois trintões se casam e precisam pedir autorização, aquelas
coisas... Até o papa já está pensando diferente, mas há gente conservadora, em
que o verbo “mudar” é difícil de ser conjugado, principalmente na primeira
pessoa.
Já fui padrinho de casamento, meio contrariado, em que antes
de eu terminar de pagar o presente, o casal já havia se separado. Quase mandei
o carnê das prestações para quem ficou com a geladeira liquidá-lo. Festejamos o
nada!
Meninão teve exemplo em casa. Nós, eu e a Helena, marcamos o
casamento em Rosana-SP, onde lecionávamos, e mandamos o convite para nossos
pais. Isso em 1973, porque esse croniqueiro sempre foi de quebrar paradigmas,
meio doido da perna esquerda.
Aos poucos, a vida passa, vamos cumprindo nossa passagem
pelo globo terrestre, tudo se caminha para o fim para que haja uma explicação para começo. A estrada foi ótima. Os
obstáculos postos no caminho valorizam as vitórias.
*Hélio Consolaro, professor,
jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP
Um comentário:
Boa Tarde !...
Parabéns,xará,...que o casal,sejam também muito felizes...
Abçs...
Ninha
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