AGENDA CULTURAL

18.10.14

Não sejamos tão esquecidos

Helinho do CPD
Recebi do amigo Hélio de Matos Corrêa Júnior, meu xará, o seguinte texto:

Somos imediatistas..

Esquecemos literalmente o que jantamos ou almoçamos..
Tentemos, não temos o dever de  nos lembrar...

Filho de família pobre que sou, vi minha “mamãe” que fora  empregada doméstica, colocar em nossa mesa o bendito arroz com feijão, às vezes acompanhado de jiló, outras, abobrinha; poucas  vezes ovo.  Raramente tínhamos bife ou carne moída pra dividir em família. Mas sempre existiu amor, sempre..

Casa própria? Nem sonhar..

Vi meu “papai”, literalmente meu herói, trabalhar de sol a sol e à noite, quando não trazia trabalho pra casa, dedicava-se ao estudo e com esforço dele e de minha mamãe  terminou o colegial aquela época  chamado madureza (supletivo dos tempos de hoje), depois ainda com mais dificuldade concluiu o ensino superior e paralelo a isso prestava concursos  e concatenava atividades outras ao seu trabalho para compensar a baixa renda... E foram muitas as vezes que tive a felicidade  e o orgulho de participar.

Vi esse pai, amoroso e trabalhador que para mim sempre foi um  exemplo de retidão moral, sofrer perseguições políticas dentro de sua repartição, mesmo sendo concursado, e só Deus sabe como suportou e agradeço a Deus por tê-lo feito  suportar.  Tive  medo de como reagiria às injurias que sofreu durante este período, mas isso ficou pra trás, que bom, mas não posso esquecer.

Lembro-me de tantas passagens, que sei não foram diferentes em essência dos contemporâneos a mim, pena que não ligamos esses fatos, essas situações aos rumos que eram dados a nossa nação. E precisamos alinhar tudo isso e relembrar.

Nos meados da década de oitenta, quando iniciei a profissão que milito até hoje, ouvi uma frase que me acompanharia pra sempre.

Um instrutor de treinamento que participei  em São Paulo (Oswaldo), quando questionando sobre os rumos do Brasil, nos disse que precisávamos de uma revolução, mas uma revolução pacífica, sem violência, uma revolução de idéias e comportamentos.

No final desta década, vimos o início dos movimentos populares dos trabalhadores, naquele momento eu tinha uma pequena empresa atuando na área de Informática, e lembro-me bem dos mais de 80% de inflação que enfrentávamos, de como era a fila para o atendimento médico (Inamps) o atendimento do INSS e tantos outros serviços públicos..

Lembro-me de um político, que atua até hoje, ficar conhecido como "aquele que rouba mas faz”. Eu assistia a tudo isso indignado, pois não via  possibilidade dele e de tantos outros, aliás, inúmeros, outros políticos e empresários serem punidos, presos (nem me lembro de algum político ou empresário corrupto preso naquela época. A corrupção se alastrava sem ser punida.

Só vimos ações punitivas no atual governo que cerceou a mídia, as policias e o judiciário. Tiveram liberdade de investigação.




Recordo-me nos meados da década 90 as  nossas maiores empresas estatais serem sucateadas, ao “modos operandi” dos operadores americanos que quebraram determinadas empresas para vendê-las “picadas”. Em  nosso caso, fora pior pois vimos estas empresas serem “vendidas” por valores infinitamente abaixo do que valiam e ainda serem financiadas pelo próprio nosso próprio  governo. No caso especifico de uma telê, vi ocorrer o improvável totalmente insólito, ela ser vendida por valor inferior a ao seu fluxo de contratos dos próximos 12 meses, sem incluir nesta conta o seu patrimônio colossal. Algo como vendermos a nossa casa por valor menor que eventualmente tivéssemos guardado nela e assim entregue como plus.





E me lembro bem, porque chegava a doer em minh’alma, os  anúncios das intervenções do FMI e dos pagamentos estratosféricos que fazíamos a esta entidade.. E mesmo com a venda das estatais não ficamos   livres destes “vampiros” que sugavam a vitalidade de nos Brasil, a famosa divida externa (alguém se lembra disso?) só crescia...

E pasmem a partir de 2002 pagamos rapidamente e sem privatizações..

O salário mínimo esta em patamares nunca vistos neste pais, em 2001  não chegava a U$ 100 hoje estamos a U$300 confiram nos links abaixo.


Famílias com renda bruta de 0 a três salários hoje  podem ter sua casa pagando a incrível mensalidade  de R$ 50,00.!!!.E todo “mundo” no Brasil pode comprar um carro.. melhorou nossa renda e nem percebemos..

Não temos mais fila no INSS, (por favor conversem com alguém que precisou do INSS até 2002). Hoje a maioria dos casos é resolvido automaticamente, outros pela net e os pouco presenciais são agendados e os atendimentos ocorrem infinitamente melhor do que qualquer instituição privada como os bancos ..



Precisamos relembrar, não apenas votar por impulso. Os escândalos políticos devem ser olhados e pesquisados com mais atenção e veremos que existem seres humanos cometendo erros terríveis,  homens ou mulheres sejam eles ligados ao PT ou PSDB que devem e precisam ser responsabilizados, mas em ambos os os casos, não apenas em um deles..

Ainda precisamos lembrar onde estávamos e onde estamos...

Um poder públkico tão corrupto como se prega na mídia teria conseguido se manter diante de uma crise mundial tão severa? Onde tanto outros países ricos sucumbiram?

Como era o prestígio do Brasil nos países de primeiro mundo até o Inicio do ano 2002... Como é agora ?



Precisamos nos lembrar quando um presidente americano apontou um presidente brasileiro e disse “This is the Guy!” a um presidente brasileiro que foi convidado em cerimônia oficial a sentar-se ao lado da rainha da Inglaterra..

Quando sistemas de Gestão Brasileiras forma modelos para agencias de Países de 1º Mundo....

Precisamos nos lembrar quando deixamos de dever para o FMI e criamos um fundo Internacional dos países emergentes (Brics) com grande aporte de capital...

Não deixemos que a  mídia que invade nossa casa, dite modos e aponte nas novelas um modelo de família que não queremos, que nos mostre em quem votar..

Pesquisemos! E nos lembremos....E tomemos a decisão na hora do voto, deixando pra trás preconceitos midiático, lembrando que a mídia apoiou a ditadura .. A mídia forjou um caçador de marajás e  tantos outros personagens .. Que só existiam nas telinhas e tabloides..

Hélio de Matos Corrêa Júnior.

Helinho

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