![]() |
Helinho do CPD |
Recebi do amigo Hélio de Matos Corrêa Júnior, meu xará, o
seguinte texto:
Somos imediatistas..
Esquecemos literalmente o que jantamos ou almoçamos..
Tentemos, não temos o dever de nos lembrar...
Filho de família
pobre que sou, vi minha “mamãe” que fora
empregada doméstica, colocar em nossa mesa o bendito arroz com feijão, às vezes acompanhado de jiló, outras, abobrinha; poucas vezes ovo. Raramente tínhamos bife ou carne moída pra dividir em família. Mas
sempre existiu amor, sempre..
Casa própria? Nem sonhar..
Vi meu “papai”, literalmente meu herói, trabalhar de sol a
sol e à noite, quando não trazia trabalho pra casa, dedicava-se ao estudo e com
esforço dele e de minha mamãe terminou o
colegial aquela época chamado madureza
(supletivo dos tempos de hoje), depois ainda com mais dificuldade concluiu o
ensino superior e paralelo a isso prestava concursos e concatenava atividades outras ao seu
trabalho para compensar a baixa renda... E foram muitas as vezes que tive a
felicidade e o orgulho de participar.
Vi esse pai, amoroso e trabalhador que para mim sempre foi
um exemplo de retidão moral, sofrer
perseguições políticas dentro de sua repartição, mesmo sendo concursado, e só
Deus sabe como suportou e agradeço a Deus por tê-lo feito suportar.
Tive medo de como reagiria às
injurias que sofreu durante este período, mas isso ficou pra trás, que bom, mas
não posso esquecer.
Lembro-me de tantas passagens, que sei não foram diferentes em
essência dos contemporâneos a mim, pena que não ligamos esses fatos, essas
situações aos rumos que eram dados a nossa nação. E precisamos alinhar tudo
isso e relembrar.
Nos meados da década de oitenta, quando iniciei a profissão
que milito até hoje, ouvi uma frase que me acompanharia pra sempre.
Um instrutor de treinamento que participei em São Paulo (Oswaldo), quando questionando sobre os
rumos do Brasil, nos disse que precisávamos de uma revolução, mas uma
revolução pacífica, sem violência, uma revolução de idéias e
comportamentos.
No final desta década, vimos o início dos movimentos
populares dos trabalhadores, naquele momento eu tinha uma pequena empresa
atuando na área de Informática, e lembro-me bem dos mais de 80% de inflação que enfrentávamos, de como era a fila para o
atendimento médico (Inamps) o
atendimento do INSS e tantos outros serviços públicos..
Lembro-me de um político, que atua até hoje, ficar conhecido
como "aquele que rouba mas faz”. Eu assistia a tudo isso indignado, pois não via
possibilidade dele e de tantos outros, aliás, inúmeros, outros políticos e
empresários serem punidos, presos (nem me lembro de algum político ou
empresário corrupto preso naquela época. A corrupção se alastrava sem ser punida.
Só vimos ações punitivas no atual governo que cerceou a mídia, as policias e o judiciário. Tiveram liberdade de investigação.
Recordo-me nos meados da década 90 as nossas maiores empresas estatais serem
sucateadas, ao “modos operandi” dos operadores americanos que quebraram
determinadas empresas para vendê-las “picadas”. Em nosso caso, fora pior pois vimos estas empresas
serem “vendidas” por valores infinitamente abaixo do que valiam e ainda serem
financiadas pelo próprio nosso próprio governo. No caso especifico de uma telê, vi ocorrer o improvável
totalmente insólito, ela ser vendida por valor inferior a ao seu fluxo de
contratos dos próximos 12 meses, sem incluir nesta conta o seu patrimônio colossal. Algo como vendermos a nossa casa por valor menor que
eventualmente tivéssemos guardado nela e assim entregue como
plus.
E me lembro bem, porque chegava a doer em minh’alma, os anúncios das intervenções do FMI e dos
pagamentos estratosféricos que fazíamos a esta entidade.. E mesmo com a venda
das estatais não ficamos livres destes
“vampiros” que sugavam a vitalidade de nos Brasil, a famosa divida externa
(alguém se lembra disso?) só crescia...
E pasmem a partir de 2002 pagamos rapidamente e sem
privatizações..
O salário mínimo esta em patamares nunca vistos neste pais,
em 2001 não chegava a U$ 100 hoje
estamos a U$300 confiram nos links abaixo.
Famílias com renda bruta de 0 a três salários hoje podem ter sua casa pagando a incrível
mensalidade de R$ 50,00.!!!.E todo
“mundo” no Brasil pode comprar um carro.. melhorou nossa renda e nem
percebemos..
Não temos mais fila no INSS, (por favor conversem com alguém
que precisou do INSS até 2002). Hoje a maioria dos casos é resolvido
automaticamente, outros pela net e os pouco presenciais são agendados e os
atendimentos ocorrem infinitamente melhor do que qualquer instituição privada
como os bancos ..
Precisamos relembrar, não apenas votar por impulso. Os
escândalos políticos devem ser olhados e pesquisados com mais atenção e veremos
que existem seres humanos cometendo erros terríveis, homens ou mulheres sejam eles ligados ao PT
ou PSDB que devem e precisam ser responsabilizados, mas em ambos os os casos,
não apenas em um deles..
Ainda precisamos lembrar onde estávamos e onde estamos...
Um poder públkico tão corrupto como se prega na mídia teria
conseguido se manter diante de uma crise mundial tão severa? Onde tanto outros
países ricos sucumbiram?
Como era o prestígio do Brasil nos países de primeiro mundo até o
Inicio do ano 2002... Como é agora ?
Precisamos nos lembrar quando um presidente americano apontou um presidente brasileiro e disse “This is the Guy!” a um presidente brasileiro que foi convidado em cerimônia oficial a sentar-se ao lado da rainha da
Inglaterra..
Quando sistemas de Gestão Brasileiras forma modelos para
agencias de Países de 1º Mundo....
Precisamos nos lembrar quando deixamos de dever para o FMI e criamos um fundo Internacional dos países emergentes (Brics) com grande aporte
de capital...
Não deixemos que a
mídia que invade nossa casa, dite modos e aponte nas novelas um modelo
de família que não queremos, que nos mostre em quem votar..
Pesquisemos! E nos lembremos....E tomemos a decisão na hora
do voto, deixando pra trás preconceitos midiático, lembrando que a
mídia apoiou a ditadura .. A mídia forjou um caçador de marajás e tantos outros personagens .. Que só existiam
nas telinhas e tabloides..
Hélio de Matos Corrêa Júnior.
Helinho
Nenhum comentário:
Postar um comentário