Hélio Consolaro*
Não se bate em ninguém, muito menos em quem ensina as nossas crianças. O Ministério da Educação entende que educação não se constrói com violência - Renato Janine Ribeiro, ministro da Educação
Outro dia eu blasfemei diante de um companheiro petista,
quando disse que perder uma eleição para o PT fá-lo-á bem, porque assim daremos
à população a oportunidade de ver como somos diferentes. Quase apanhei, pois a
obtusidade não escolhe lado para fazer sua morada.
A minha blasfêmia se aprofundou: que bom se Aécio tivesse
ganho as eleições. Eu também estaria sofrendo as consequência, mas a ação
pedagógica seria medonha. A
história dá suas lições ao longo do tempo, com paciência.
O Partido dos Trabalhadores governa o Brasil há 12 anos, vai
completar 16. Há gente que considera que tudo o que está acontecendo de bom é
normal, ocorreria independente do governo. Ledo engano. As coisas só acontecem com uma
política elaborada e assumida por um partido, por um governo. Deus ajuda, mas precisamos
fazer a nossa parte.
Quando acontece uma greve, algum conflito, um governo
petista trata seus participantes com o maior respeito, com lhaneza, sem
agressões. Nenhum governo gosta de ter em seu bojo greve ou outros conflitos,
mas saber trabalhá-los, tendo em vista os direitos humanos, é demonstrar
compromisso com as classes populares.
Tenho visto, por exemplo, o prefeito Cido Sério (PT) receber
questionamentos contundentes em assembleias de orçamento participativo. Nunca
ele respondeu com rispidez, sempre
explicando ou dizendo ao interlocutor que
não tem razão por causa disso ou daquilo.
O governador Beto Richa (PSDB) mostrou intolerância quando
determinou que a polícia agredisse professores em greve no Estado do Paraná.
Quem toma atitudes extremas sempre perde a razão.
Mandar bater em professores significa muitas coisas, se
compararmos como o segundo imperador do Brasil tratava os professores ou como o
Japão os trata por lá. Dar pau nos professores é desprestigiar os mestres
diante da comunidade, é chamá-los de bandidos. Não se bate em crianças, nem em educadores.
Ser duro na negociação, tentar vencer o movimento no cansaço
faz parte do jogo, mas o governo não perdeu a compostura. Mandar sovar os
professores, responsáveis diretos pela educação de nossas crianças e de nossos
jovens é lamentável.
O ocorrido no Paraná é a queda da máscara, o lobo tira sua
pele de cordeiro. Mostrou que o PSDB trata as reivindicações trabalhistas como
caso de polícia. Um desrespeito ao profissional que educa nossos filhos.
Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de
Araçatuba-SP.
Um comentário:
Hélio Consolaro posta comentário recebido por e-mail de leitor de Penápolis - José Maria do Valle
meu caro Hélio : Correlato aos assuntos abordados por programas policiais , onde diante da televisão , sentimos as facadas e tiros que
abruptamente sacodem até mesmo a pacificidade de um convento de monges tibetanos , vimos que através das noticias. professores paranaenses
são agredidos covardemente em defesa de seus direitos trabalhistas a mando do governador do Paraná filiado ao PSDB, sr. Beto Richa e confron-
tando com o que você mesmo abordou no quarto parágrafo inerente ao assunto em pauta , no " Blog do Consa " editado no jornal Diário de Penápolis
de 03/05/ p.passado que os integrantes governistas do PT preferem o diálogo e o convencimento através dele , ao invés de porradas , tiros de balas
de borracha .cassetetes , gaz de pimenta e outras brutalidades , faz-me pensar, analisar e comparar com a ave símbolo do partido, o tucano
que na natureza destroem os ninhos de outras aves desprotegidas ,comendo seus ovos ,matando seus filhotes, aproveitando seu porte físico e seu
bico devastador, diminuindo até o crescimento populacional destas aves, eliminando assim concorrentes diretos , selvageria deste mundo animal. Sem
querer dar uma denominação inquisitorial ao citado governador parece-me que o mesmo, não deve ter assistido ao filme "AO MESTRE COM CARINHO"
ou realmente não gosta de ser admoestado e que o sangue derramado dos mestres do ensino certificou-se não ser AZUL, e nem poderia ser, pelo reles
salários que recebem e ainda terem que apresentarem-se bem para o exercício desta tão significativa profissão, ou será que o mesmo quer fazer jus ao seu s
sobrenome Richa que na pronuncia equipara-se à RIXA, cujas variantes da palavra referem-se a : contenda, briga, desordem, revolta, discórdia e etc. ,
isto é querer mostrar poderio, abuso de poder , ou incompetência em lidar com as solicitações das classes operárias ? Pois é, Sr. Hélio Consolaro não seria
melhor se o mesmo chamasse Beto Paciphico e resolvesse com dignidade este problema dos sofridos professores ? Tenho dito!
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