Salve, salve o tuk-tuk. Documentação vencida

Atualizado em 12/06/2016

Em nenhuma reunião do secretariado do governo Cido Sério (PT), o prefeito passou a decisão de impedir a exploração comercial do novo veículo no transporte de passageiro: triciclo motorizado, o tuk-tuk.

Discutimos que se faz necessária uma lei que regulamente isso, mas como o serviço ainda está no seu início, seria bom esperar, vai virar mesmo uma alternativa de transporte de passagem, como é hoje o mototáxi. Afinal, temos apenas três tuk-tuk funcionando como táxi em Araçatuba.

Por que o Beto denunciou que está impedido de trabalhar? Alguém está extrapolando suas funções? Ou será coisa de ano eleitoral?  

Fui ouvir o meu amigo e colega secretário municipal de Mobilidade Urbana, Tadami Kawata, após ver a "notícia" no Facebook, e ele me disse que o veículo do Beto foi impedido de circular pela cidade porque está com a documentação do veículo vencida. Apenas ele, pois os outros proprietários de tuk-tuk continuam explorando o transporte de passageiros.

Pelo jeito, o Beto apenas queria fazer marketing de seu serviço na rede social. E conseguiu!

A origem da palavra tuk-tuk

Tuk-tuk é uma marca registada (em Portugal desde 2010) para auto-rickshaws (triciclo) tailandeses, também conhecidos na sua origem pelo mesmo nome.

A origem dessa viatura foi no Japão, mas foi na Tailândia, e após a importação da primeira unidade para esse país (no início dos anos 60 do século 20) que essa viatura popularizou-se e entrou em produção em massa, sendo hoje um ícone de Banguecoque!

O nome “tuk-tuk” surgiu na sequência do barulho dos motores a dois tempos que antigamente equipavam tais viaturas (“tuk tuk tuk tuk tuk”). Mais tarde, e na sequência da construção dos motores de 659 c.c. pela Daihatsu passaram a equipar essas viaturas. O som “tuk tuk tuk tuk” desapareceu, mas a marca ficou!

Existem modelos de passageiros (para 4 e 7 passageiros), e modelos comerciais.

(Facebook - Aveiro Tuk Tours)

                       Opinião

EDITORIAL

REGULAMENTAÇÃO DO TUK TUK

   Os agentes de trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana de Araçatuba apreenderam tuk-tuk, fecharam agências de mototáxi e, por último, fiscalizaram táxis. É função da secretaria fiscalizar e aplicar sanções às irregularidades, mas nos tempos atuais é preciso mais do que nunca se flexibilizar nas exigências, mesmo que para isso sejam necessárias alterações em leis ou criá-las quando não existem.

      Os tuk-tuks estão na mesma situação que os mototaxistas há cerca de 20 anos, quando surgiram em Araçatuba. Dia desses o dono de tuk-tuk teve o seu triciclo apreendido pelas autoridades municipais. O envolvido expôs o caso em uma rede social e sensibilizou a muita gente porque, além de ser um homem simples, fazia nada mais do que ganhar a vida com dignidade prestando um serviço de alta relevância a moradores de baixa renda, muitos deles idosos, que se sentem mais confortáveis do que em motocicletas.

      A comoção popular através da rede social revelou a falta de regulamentação do tuk-tuk na cidade, além de uma suposta irregularidade na documentação do veículo apreendido (o que não é objeto desta análise, por se tratar de um caso específico). A regulamentação do serviço envolve a coletividade, isso sim é de interesse público, que se torna mais relevante diante da crise econômica pela qual o país atravessa, com desemprego galopante e inflação crescente. Os donos de tuk-tuk querem apenas trabalhar, um direito inalienável do cidadão e, sendo assim, é obrigação do poder público criar condições para isso.

      O transporte de passageiros sobre duas rodas livrou muitas famílias da miséria, colaborou para minimizar problemas sociais Brasil afora, beneficiou a população trabalhadora, impulsionou a venda de motocicletas e quebrou monopólios. Isso deveria servir de exemplo para a urgente regulamentação do tuk-tuk. Uma vez regulamentado, o serviço deve se submeter à lei, caso contrário deve ter os alvarás cassados como foram nove agências de mototáxi que não souberam trabalhar dentro da legalidade.

O LIBERAL - Araçatuba-SP Sexta-feira 22 de janeiro de 2016

Trio se tranca em 'jaulas' para pedir regularização do tuk tuk

Protesto só terminou com a chegada do prefeito Carlos Hernandes que prometeu agilizar o processo

Jornal O LIBERAL, 12/06/2016 - DA REDAÇÃO, MÁRCIO ZENI - Araçatuba

Três condutores do transporte de passageiros conhecido como 'tuk tuk' (triciclo motorizado com carenagem) se trancaram em jaulas instaladas no centro da rotatória entre duas das principais avenidas de Araçatuba para cobrar agilidade da prefeitura na regularização desse tipo de atividade no município. O protesto, que começou de madrugada, só terminou por volta de 10h após o prefeito Carlos Hernandes (PMDB) conversar pessoalmente com os manifestantes e agendar uma reunião para a terça-feira que vem no gabinete.

O trio alega que tomou essa medida porque se diz cansado de esperar uma solução para o caso por parte do poder público. Por estar irregular, o serviço é constantemente alvo de autuações aplicadas pela Guarda Civil Municipal. No ano passado um dos veículos chegou a ser apreendido.

Os condutores montaram duas jaulas de ferro na rotatória das avenidas Brasília e Joaquim Pompeu de Toledo e trancaram as portas com cadeados. Em cima das estruturas eles fixaram uma faixa com a frase 'Carlos Hernandes, só você pode nos liberar'. A presença de garrafa térmica com café, biscoitos e água deixavam claro que o grupo pretendia ficar lá por bastante tempo. A Guarda Municipal acompanhou tudo à distância.

O prefeito Carlos Hernandes chegou por volta de 10h acompanhado do chefe de Gabinete, Valdivino Bittencourt, e assessores. O grupo queria um papel assinado pelo prefeito isentando-o de sofrer qualquer tipo de fiscalização por parte da Guarda Municipal. Hernandes explicou que não poderia fazer isso, mas garantiu que receberá o grupo na manhã de terça-feira para discutir o assunto e agilizar uma solução. Com a palavra dada pelo prefeito, os condutores abriram os cadeados e deixaram as jaulas.

Na sequência, em entrevista aos jornalistas, Carlos Hernandes disse que vai agilizar a elaboração de um projeto de regulamentação do serviço para ser submetido à votação pela Câmara. Ele não informou prazo. Hernandes lembrou que o executivo já apresentou no passado um projeto com o mesmo propósito, mas que foi rejeitado pelo Legislativo. "Aguardamos agora que a Câmara possa regulamentar", falou.

"A intenção era não sair daqui sem uma solução, mesmo que tivéssemos que passar a noite aqui", afirmou Roberto Batista, 49, um dos manifestantes que se trancaram.

IRRITAÇÃO
O prefeito não escondeu a irritação com o tipo de protesto. "É evidente que eles precisam trabalhar, mas não podem transitar desse jeito, sem regulamentação. A razão da preocupação deles é lógica. Eu só não sou chegado a esse tipo de coisa, de fazer esse tipo de manifestação, porque não tem pessoa mais aberta do que eu para o diálogo. Não precisa disso", reclamou o prefeito.

FISCALIZAÇÃOEnquanto a regulamentação não for aprovada, a Guarda Municipal informou que não fará nenhuma operação específica contra o tuk tuk. No entanto, se algum dos veículos se envolver em acidente ou passar por algum tipo de bloqueio, ou comando de trânsito nas ruas, eles deverão ser abordados conforme a lei para que não fique configurado nenhum tipo de prevaricação por parte dos agentes de trânsito.

"Não faremos ação específica para apreender tuk tuk ilegal. Isso não vai ter. Mas se ele cair no bloqueio, vai ser autuado e conduzido ao Distrito Policial pelo artigo 47 da Lei das Contravenções Penais (Exercício ilegal da profissão)", afirmou o secretário de Mobilidade Urbana, Wilson Carlos Braz. A infração está sujeita à pena de 15 dias a três meses de prisão.