AGENDA CULTURAL

31.7.16

O uso do carro do prefeito de Araçatuba

Atual carro de uso do prefeito de Araçatuba, chapa branca; o vice também usa um igualzinho. Os dois têm motoristas particulares o dia todo 
*Hélio Consolaro é pré-candidato a prefeito de Araçatuba 2016

Atualmente, nesta antevéspera da convenção partidária, sou um pré-candidato, depois de o partido registrar a candidatura, serei candidato e depois de 02 de outubro de 2016, só Deus sabe.

Mas já estou pensando que fazer com o carro oficial do prefeito. Será que o carro do prefeito de Araçatuba precisa ser de luxo? Preto, grandão, impactante? Cheio de opções ou o prefeito não precisa ter carro especial?

Há pessoas, principalmente os homens, que fazem do carro um meio de esbanjar “status”, mostrar que está podendo, uma forma de impressionar.

No caso do prefeito (governador, presidente de Câmara, presidente da República, Ministros, etc), toda essa ostentação é uma tentativa de mostrar poder, dizer aos adversários: “eu ganhei, eu posso, vocês ficam aí na inveja”, coisas da pequenez humana. Carro deve me levar nos lugares, não é para eu me mostrar. 

Há até aqueles que usam uma placa fantasia para esconder a verdadeira identificação do veículo, como se estivesse livre de multas. Esse sentimento de arrogância é o mesmo desde os tempos da idade da pedra.  

Mas nem todos os seres humanos continuam aquele mesmo animal da era da pedra lascada, alguns refinaram a alma, aprenderam que a simplicidade e a humildade são os melhores sentimentos na vida de uma pessoa.

Como prefeito, para andar na cidade, ir pra lá e pra cá, usarei o meu carro, com combustível pago por mim e sem motorista oficial. 

Como secretário municipal de Cultura, de 2009-2016, nunca reivindiquei carro oficial da administração municipal, embora fosse possível tê-lo. Sou avesso à ostentação.

O carro oficial do gabinete do prefeito terá o uso em momentos especiais: buscar autoridades visitantes no aeroporto, passear com elas na cidade; viajar para outros lugares em missão oficial.

Não consertarei o mundo com tal atitude, nem é esse gasto que está quebrando a Prefeitura, mas pelo meu exemplo, me dá autoridade de exigir parcimônia de toda máquina administrativa no uso do dinheiro público.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Vereador de 1983-82 e secretário municipal de Cultura de 2009-2016.



Um comentário:

Ruy Barbosa dos Santos disse...

Boa Hélio, da uns pitacos neste povo. Boa proposta.