Um exemplar solitário em Araçatuba, mas há colônias |
Em tempos passados, quando as sibipirunas floriam,
deixavam Araçatuba amarela, no céu e no chão, e sempre com muita sombra. Os cronistas
se atreviam a descrever com palavras aquela belezura nos jornais, pois as fotos nos jornais locais não existiam ou eram em preto e branco.
Depois vieram os oitis, meio sem graça, com suas raízes
educadas, apenas com muito verde e gostosas sombras, fornecendo frutos que não
aprendemos a comer. Se podar a copada dele, o fruto desaparece por vingança. Os ipês
continuam, meio raros, sem sombra, esqueletos à espera de flores bonitas em
agosto.
A pata-de-vaca tomou conta da cidade. Não é muito alta,
meio contorcida, mesmo maltrada, produz flores em várias cores. Neste mês de
julho, dá um colorido à Araçatuba. No asfalto, parece que estamos pisando em flores de orquídeas.
Às vezes, estamos com a cabeça nas contas a pagar, no
dinheiro a cuidar e nem temos tempo de ver o espetáculo da natureza restante
nas ruas de Araçatuba.
Aliás, moramos na cidade de nosso cotidiano e nem
percebemos a beleza do local, quando viajamos, tudo é belo e maravilhoso.
Inventei de ser pré-candidato a prefeito de Araçatuba,
nasci no dia 23 de setembro, início da primavera. Como descendente de europeus,
prezo muito o jardim e adoro a sombra de uma árvore.
Arborizar uma cidade não é meramente distribuir mudas,
precisamos ter uma política correta de arborização, não apenas da zona urbana,
mas também da zona rural.
Decepadas, maltratadas, mas não sonegam as flores |
Quero uma Araçatuba linda, com avenidas floridas, canteiros
maravilhosos, praças bem cuidadas. Além de ser cidade, será também Araçalinda.
*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor.
Vereador de 1983-88 e secretário municipal de Cultura de 2009-2016
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