AGENDA CULTURAL

26.2.17

ARAÇATUBA: Carnaval era festa de todas as classes sociais

Publicação da Folha da Região
Hélio Consolaro*

Araçatuba é cheia de rupturas. Santo Onofre foi cassado, bem antigamente, como padroeiro do município, porque dizia a lenda que ele era padroeiro dos bêbados. Puseram no lugar Nossa Senhora Aparecida. Até que foi uma troca boa, pois a padroeira passou a ser uma negra, mas o argumento contra Santo Onofre era falso, não havia bêbados na jogada.

Depois da renovação do Vaticano II, a vinda de padres estrangeiros para Araçatuba e a onda de modernidade, derrubaram-se a Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida e a Capela São Benedito, duas imagens negras. A memória de Araçatuba ficou prejudicada. Da denominação da paróquia até tiraram o Benedito, trocando por Sant'Ana. De vez em quando o pároco, Pe. Orlando Maffei, lembra que o santo negrinho é também padroeiro da paróquia juntamente com Santa Ana.
Terezinha Hitomi Ohara
O carnaval de Araçatuba também foi objeto de uma ruptura. Há cidades do interior em que a classe média ainda está no carnaval de rua, aqui ele foi relegado aos pobres. Na Terra dos Araçás, carnaval de rua ficou o povão bem simples. E o último desfile aconteceu em 2015.

Assim, a bela homenagem que a colunista social Talita Carneiro da Folha da Região, na edição de domingo, 26/2/2017, é uma lembrança deste tempo em que o carnaval tomava conta de toda da cidade, de todas as classes sociais.     

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras 

Um comentário:

Anônimo disse...

linda foto tia ricardo do rio de janeiro