AGENDA CULTURAL

17.9.17

Um menino morreu na escola

Morre-se em qualquer lugar e idade. Em Araçatuba, um menino de dois anos morreu na creche. 

LEIA NOTÍCIA, CLICANDO AQUI 

Hélio Consolaro*

Atualmente, o Estado - palavra que designa Poder Público - representa o coletivo. A sociedade evoluiu, a mulher assume o seu protagonismo dentro dela, o Poder Público (a coletividade) oferece ajuda para que ela exerça sua maternidade, mesmo trabalhando fora. 

Então, ficou acertado na Constituição de 1988 (um documento coletivo) que as prefeituras ficavam encarregadas da educação infantil, oferecendo também creches. E assim aconteceu.

Bem antigamente, quando não havia escolas públicas, a maioria das crianças ficavam analfabetas, principalmente as meninas. A família que tivesse posse, contratava um professor para ensinar em casa, ou, então, algum parente mais letrado assumia a tarefa de professor.

Hoje, temos escolas particulares e públicas atuando na educação formal que certificam a capacidade de seus alunos na conclusão de cursos. Esse modelo de escola propicia a convivência de crianças entre si, os pequenos descobrem que além da família, há mais gente.   

Nesse ajuntamento de crianças num mesmo local se oferecem riscos, mas também, sempre digo àqueles que querem esconder seus filhos em redomas, basta nascer para já correr riscos. Quem não arisca não petisca, diz o ditado popular.

Minha mãe vai fazer 91 anos, de 21 irmãos, só ela vive. Isso significa que para ela chegar a essa idade, muitos morreram à sua volta, desde o tempo em que ela era criança. Há gente que vai cedo; de outrem, Deus perde a ficha, vive muito. A isso damos o nome de destino, sina, seleção natural e assim por diante. 

Como cristãos, descendentes da civilização judaica, sempre procuramos um culpado para nossas tragédias, quando, na verdade, nem sempre o encontramos. Pode ser o nosso jeito de viver, o descuido com o mundo é que foram os motivos. 

Quando se encontra a causa de um acidente, o mais importante é eliminá-la, para que outro acidente não aconteça, mas nem sempre agimos racionalmente, há aquele impulso de querermos punir alguém. 

Tomara que saiamos desse incidente da morte de um menino de dois anos em Araçatuba, sem dedos em riste. Meus sentimentos à família e à escola. 

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras.

Um comentário:

essência aparecida silva disse...

É meu amigo e sabemos que em qualquer lugar que estivesse aconteceria a mesmo
não conseguimos evitar o querer de Deus
também tentei encontrar um culpado pra morte do meu filho em um acidente de moto
mas Jesus me mostra todos os dias que Ele nos chama de volta pra casa do seu Pai
e mesmo que está dor hoje seja maior que a nossa Fé se abrirmos o coração e pedirmos a Espírito Santo consolo
seremos consolados e carregados nos braços do Pai