AGENDA CULTURAL

14.4.18

Quase matou por amor no shopping carioca (nova versão)


Uma mulher identificada como Andressa S. dos Santos levou pelo menos dez facadas dentro do Shopping 45, na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio na tarde desta quinta-feira (12). Imagens de câmeras de segurança gravaram o momento do ataque e mostram que o agressor tentou golpear a mulher quase 30 vezes. São cenas fortes que mostram que as pessoas que estavam no corredor tentam defender Andressa do atacante (Jornal on-line de 12/4/2018. G1) )

Hélio Consolaro*

Shoppings e condomínios de luxo já não são lugares tão seguros como demonstram a realidade de cada dia, não se constroem  ilhas de fantasia aqui na Terra com a presença de pessoas. Onde há seres humanos, a insegurança se instala, independente do estrato social.

Mas não foi um homem atacando outro homem. Jonny Neves dos Santos queria ser amado na marra por uma mulher, a Andressa, um macho que não aceitava que as juras de amor não são eternas e o sempre também acaba. 

E a polícia diz que a agressão teve "motivo fútil", como se apenas os prejuízos materiais sejam importantes,  o amor transformado em ódio, motor das guerras, fosse algo desconsiderável.

E tudo aconteceu na Cidade do Rio de Janeiro, onde os conflitos são resolvidos por meio de violência por todos os lados, em que a vida de uma pessoa vale muito pouco. Até o momento o assassinato de Marielle não foi esclarecido.

E como o Grande Irmão tem olhos esparramados por todos os lugares, as cenas de violência foram filmadas ao vivo e a cores e postadas em toda a mídia para que ninguém ignore os fato ou possa aprender com eles, fazendo a mesma coisa em seu cotidiano. 

Depois dizem que essas mulheres estão querendo demais, até inventaram o feminicídio. Essa gente violenta que quer resolver nossos problemas na porrada formou partido político e tem até candidato a presidente da República. 

Ao tomar conhecimento do fato fiquei indignado, me sentindo envergonhado, mas quem pertence à espécie humana que crucificou um tal Jesus, chamado de Filho de Deus, precedido de cenas de crueldade, não pode se dar ao luxo à indignação.  

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*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP


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