AGENDA CULTURAL

27.6.18

Uma abençoada casa

Caderno VIDA, da Folha da Regiao, 26/06/2018
Calçada lindeira da sede da Academia Araçatuba de Letras

José Hamilton Brito*

Quem se preocupa em fazer com que o próximo possa crescer em qualquer aspecto da vida, merece os mais efusivos elogios; quem se preocupa em fazer com que o próximo cresça intelectualmente, merece muito mais.
Um dia o mestre Machado disse que os membros da academia brasileira de letras deveriam sair pelo mundo, pregando o amor à literatura do pais, difundindo-a o quando pudesse ser.

Um pedido que se estendeu à todas as academias de letras...uma delas atendeu o apelo.
Academias são lugares fechados, atmosferas sisudas onde os imortais não interagem com os mortais, que por sinal, são em maior número.
Alguns imortais são tão imortais que se transformam em verdadeiras múmias vivas; dão duro na vida para ocuparem uma cadeira e quando conseguem , não fazem mais nada.

Alguns...outros dignificam a cadeira que ocupam e graças a Deus são maioria.

A Academia Araçatubense de Letras aceitou um pedido de um dos seus membros, para que abrisse as portas da casa para os mortais que quisessem conhecer os caminhos suaves da literatura. Aceitaram de pronto e só com isso já dignificam as cadeiras e honram os seus patronos.

Nasceu o Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras. E o que é o Grupo experimental?

Dedica-se a atender pessoas que gostam de ler, de escrever e umas até escrevem mas têm medo de mostrar. Frequentando-o se sentem mais confiantes porque aprenderam como fazê-lo de uma maneira mas correta e bonita.

Ora um, oura outro, sempre tem um acadêmico dando assistência ao grupo, levando conselhos, ensinamentos para que possamos crescer literariamente falando.

Somos gratos a todos eles mas não poderíamos deixar de citar alguns: Hélio Consolaro, o pedinte que criou o grupo e hoje o assiste rigorosamente. Tito Damaso, que sempre esteve presente e em cuja gestão muitos eventos foram realizados, a atual presidente Yara Pedro de Carvalho sempre atenta às necessidades da Academia. Mas citamos ainda Cidinha Baracat, Marilurdes Campezzi, a ex acadêmica mas sempre lembrada Cecília Vidigal Ferreira.

Hoje uma boa parcela dos imortais saiu do grupo de mortais do grupo experimental : Marianice Paupits Nucera, o médico-cantor Lourival Lautslagger, o antigo repórter de campo Anízio Canola, o poeta do sertão Hosanah Spíndola, o sempre sério Antenor Rosalino, o mais parnasiano de todos os parnasianos da cidade e região, a maior vencedora de concursos literários de Araçatuba, a minha sempre professora de geografia no Instituto de Educação, Maria Luzia Vilela e a simpática Emília dos Santos , de méritos literários incontestáveis.

Alguns do grupo têm os seus livros já editados, como a baixinha Maria Jose da Sílva, mulher de fibra e determinada como é, cismou que não teria vergonha de se pronunciar, de perguntar e muito aprendeu com o grupo.

Muito recentemente outra poderosa lançou o seu livro de poesias, Manuela Trujillo; em noite de gala, trouxe para a academia os seus amigos do clube da viola, violeira que é e se apresentaram com raro brilho.

Então, você que me lê, se tiver anseios de escrever, de colocar para o mundo os seus sentimentos , freqüente o grupo experimental. Você irá aprender a diferença entre poesia e poema, como diferenciar um conto de uma crônica, o que é um soneto. A propósito , temos no grupo, um dos melhores sonetistas do Brasil, o meu simpático amigo senhor Marcolino Rosa...isso sem falar em Heitor Gomes, o poeta das multidões, muito famoso na Patagônia Chilena e nas selvas de Guiné-Bissau.

Quase todos os meses temos lá um palestrante, no dia 10 de julho, 19h30, teremos Júlia Séccolo falando sobre Metáforas, o poder da transformação. 

Frequente , é um grupo dinâmico, alegre, onde os membros interagem em um clima alegre e saudável.

Venha pra cá, você vai ver...

* José Hamilton Brito é advogado, escritor, coordenador do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras

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