AGENDA CULTURAL

29.6.19

O bom filho: segredos de família


Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
   Resenha é um comentário sobre uma obra. Gosto de ler um livro e fazer um artigo para meus leitores, assim estimulo a leitura e também me esforço para entender melhor a minha.

Acabei de ler o livro "O bom filho", da escritora coreana You-Jeong Jeong, 53 anos, autora de quarto livros. O cenário é bem moderno, Coréia do Sul de 2016. Todas as modernidades aparecem na história. Atualmente, estou gostando de ler livros assim.

A autora tem uma certa simpatia à cultura brasileira, pois no enredo os personagens vão assistir aos filmes "Cidade de Deus" e o curta "Aula de reforço", baseado num conto do escritor brasileiro Cristóvão Tezza.

Confesso que não li com facilidade o livro. A narrativa é bem urdida e precisa de muita atenção, apesar de ele ser também um romance policial, um thriller, onde a polícia não é protagonista. Trata-se de um protagonista vilão que mata todos os antagonistas e coadjuvantes e seus crimes não são descobertos. O mal vence; mas também não fica bem definido se o personagens representantes do bem são mesmo tão bons. 
Capa do livro

História de Yu-jin, um rapaz de 25 anos que sofre de epilepsia, por isso tomava uma série de remédios. Tal doença sempre foi o impedimento para que vivesse plenamente, como a natação. Parece que ele quer se vingar disso matando toda a família. Há um clima de morbidez em toda a narrativa.  

Na casa (um apartamento luxuoso de condomínio), mora com a mãe e o irmão adotivo, Hae-jin. O irmão legítimo mais velho e o pai morreram em um acidente, 16 anos atrás, provocado pelo próprio Yu-jin durante uma viagem da família. A navalha que o pai lhe deixou como legado era ferramenta dos futuros crimes.


A narrativa é uma busca do protagonista pelos motivos de seus crimes que ele comete inconscientemente, mas são tão perfeitos que a história acaba inocentando-o.  Ao longo dos fatos vamos descobrindo que Yu-jin é um psicopata. E as atitudes de amor de sua mãe, para o proteger, foram a causa de seu fim trágico.
You-Jeong Jeong
- autora
Narrador em primeira pessoa permite o leitor entrar na mente perturbada do personagem criminoso. A autora alterna fatos passados para que o leitor entenda  o porquê de tudo. Cria-se um suspense psicológico. 

No final do livro, o verdadeiro criminoso é inocentado e por puro preconceito o acusado é o filho adotivo (já morto) que é atacado ferozmente nas redes sociais: "É isso que acontece quando você traz um desconhecido para dentro de casa". 

Tradução para o português foi do coreano Jae Hyung Woo, que nasceu em 1976 e se mudou para o Brasil com 13 anos. Especial para A TAG, clube do livro.

Resenha em vídeo
Playlist de músicas coreanas, enquanto se lê o livro: 
http://bit.ly/playlistobomfilho


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