AGENDA CULTURAL

19.8.19

Amargurada, ressentida: tóxica


Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP 

A moda agora é falar, escrever, desenhar sobre pessoas tóxicas. Então, não vou deixar de dar meus pitacos sobre o assunto, numa época em que temos um presidente da República tóxico.

Resumiria a pessoa tóxica com a expressão "pessoa mala", pesada de carregar, embora, às vezes, seja magrinha. Ela chega e já incomoda a todos. Ninguém fica com cara feliz. Exagerando, cometendo pleonasmo, eu diria que a pessoa tóxica intoxica o ambiente. Ela vomita intolerância.

Muitas pessoas tóxicas são adeptas da conspiração, precisa haver um inimigo a ser combatido, alguém está tramando contra ela. O mal as persegue. Se for uma pessoa simples, os adversários são os parentes, os vizinhos, os colegas de trabalho (se conseguiu um emprego), alguém está fazendo mal contra ela ou contra nós (se for um grupo de pessoas tóxicas).

Há uma graduação de toxidade, alguma mais, outra menos, como pessoas negativas, infelizes, difíceis.  Saia da aura delas, o negativismo é contagiante. Caia fora, você pode estar criando um relacionamento tóxico, sua autoestima pode cair a zero.

Para você que gosta de usar palavra estrangeira para se valorizar, em vez de falar "pessoa tóxica", pode usar "Chernobyl", acidente atômico ocorrido na Ucrânia há 33 anos. 

Agora, se você, caro leitor, não convive com nenhuma pessoa tóxica, chata, intolerante, aquela que escreve mensagem agressiva na internet, que não tolera o diferente, homofóbico, parece que convive entre iguais... Então, faça um teste para medir o seu grau de toxidade. Pode também fazer psicanálise, procure um profissional.    

Outro caminho é pedir conselhos ao pastor, ao padre, porque o tóxico pode ser você e seu grupo. Caso queira se tratar de forma reservada, há vários vídeos no YouTube.

Ou pode acontecer ao contrário, todas as pessoas parecem difíceis. Você é o único certo. Então, com certeza, a difícil é você, caro leitor. Estou pegando no pé de todos, mas cronista faz isso mesmo. A amizade com o leitor é tão grande que lhe dá certas liberdades.

A culpa não é sua. Com certeza, alguém de sua família é assim (ou a família toda) e você aprendeu por osmose com ela tal postura diante da vida. Procure mudar. Se estiver contente com o seu jeitão, dane-se. 

Um comentário:

Ventura Picasso disse...

O Bozo é imbatível, pior que agrotóxico e agente laranja, é uma Fukushima Daiichi abraçada em Chernobyl.