AGENDA CULTURAL

8.11.20

O terrorista mata por quê? Querem inspirar o medo - Gervásio Antônio Consolaro

      
Os terroristas são mestres em controle da mente. Eles matam pouquíssimas pessoas, mas ainda conseguem aterrorizar bilhões e sacudir enorme estruturas políticas, como a União Europeia ou os Estados Unidos. Desde 11 de setembro de 2001, todo ano terroristas têm matado cerca de cinquenta pessoas na União Europeia, dez nos Estados Unidos, sete na China e até 25 mil no mundo todo (principalmente no Iraque, no Afeganistão, no Paquistão, na Nigéria e na Síria). Em contraste, a cada ano acidentes de trânsito matam cerca de 80 mil europeus, 40 mil americanos, 270 mil chineses e 1,25 milhão no total. Diabetes e níveis elevados de açúcar matam até 3,5 milhões de pessoas por ano, e a poluição do ar, cerca de 7 milhões. Então por que temer o terrorismo mais que o açúcar, e por que governos perdem eleições por causa de ataques terroristas esporádicos, mas não por causa da poluição crônica do ar?   

       Como então, os terroristas esperam alcançar seus objetivos? Em seguida a um ato de terrorismo, o inimigo continua a ter o mesmo número de soldados, tanques e navios que tinha antes. A rede de comunicação do inimigo, as rodovias e ferrovias estão em grande arte intactas. Suas fábricas, portos e bases mal foram tocados. Contudo os terroristas esperam que mesmo sendo incapazes de arranhar o poder material do inimigo, o medo e a confusão o levarão a reagir exageradamente. Os terroristas calculam que quando o inimigo enfurecido usa a sua força maciça contra eles, desencadeará uma tempestade militar e política muito mais violenta do que eles mesmos jamais poderiam criar. Durante cada uma dessas tempestades, surgem muitos imprevistos. Erros acontecem, atrocidades são cometidas, a opinião pública oscila, pessoas neutras mudam de posição e o equilíbrio do poder se modifica.

     Por isso os terroristas se parecem como uma mosca tentando destruir uma loja de porcelanas. A mosca é tão fraca que não consegue mover uma única xícara de chá. Então como é que pode destruir a loja inteira? Ela acha um touro, entra em sua orelha e começa a zumbir. O touro se enfurece, de medo e de raiva, e destrói a loja. Foi isso que aconteceu após o Onze de Setembro, quando fundamentalistas islâmicos incitaram o touro americano a destruir as lojas de porcelanas do Oriente Médio. Agora, eles florescem entre os escombros. E não faltam touros com pavio curto no mundo. Pesquisas e consulta ao livro do historiólogo Yuval Noah Harari. 

Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Assessor executivo da Prefeitura de Araçatuba, administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC. 

  

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