Hélio
Consolaro*
Algumas
pessoas, principalmente as revoltadas, rebeldes, anarquistas ou “sempre do
contra” não gostam de ser chamadas de governista. Dentro do PT, algumas
tendências saíram do partido quando ele se tornou governo, assumindo posições
contrárias. Além disso, ser do contra sempre é mais fácil.
Acredito
no aspecto educacional da alternância do poder. Ficar por muito tempo numa
única posição, acaba entortando a boca com o pelego da situação ou com o
estilingue da oposição.
Escrevo
isso porque outro dia, como se me fizessem um grande desaforo, me chamaram de
governista. Ora, se estou filiado a um partido, pretendo ser governo um dia.
Como ocorreu com o PT, em que estou filiado desde 1985. Sou governista no
âmbito federal; e, no municipal, participo do governo do prefeito Cido Sério
(PT).
Não
tenho vergonha disso, aliás, muito me honra, pois vivemos numa democracia e
sirvo a um governo que conquistou o poder no voto.
Nunca
quis ser governista durante a ditadura militar, por exemplo. Não gostaria de
ser governista em Cuba, porque não se troca a liberdade pelo bem-estar.
Procuro
dar o melhor de mim. Como aprendi na igreja, cada coisa no seu tempo, hoje o
meu tempo é de ajudar o prefeito Cido Sério (PT) concretizar o seu plano de
governo no âmbito da cultura, pois sonhei ver o partido governar Araçatuba. Há
outros escalados pelo eleitorado para ser oposição.
Aliás,
a gente vai amadurecendo sendo governo, percebo que muitas críticas que fiz
outrora eram exageradas, por isso que alternância de poder é uma escola
política, um amadurecimento para os partidos.
Ser
situação ou oposição são faces da mesma moeda. No jogo democrático, os
contrários legitimam os favoráveis. Se tiver apenas um lado, a moeda da
democracia não existe. Agora, cada lado precisa exercer com dignidade o papel
que o eleitorado lhe impôs.
Ser
oposição é ter proposta diferente para a sociedade, não é apenas o denuncismo,
jogar pedra. Se faz necessário elaborar planos estratégicos, linguagem que o
eleitorado entenda, sair do gueto, conquistar a sociedade. O PT, depois de anos
de oposição, aprendeu a fazer alianças, a resolver os problemas imediatos da
população e ganhou a confiança do eleitorado.
Ser
situação é governar com os olhos nas necessidades da população, cujas soluções
sejam nos três prazos: curto, médio e longo prazo. E o PT no governo tem
encaminhamentos diferentes que caíram no gosto popular.
No
primeiro mandato do presidente Lula, a oposição criou o inferno astral. E a
economia continuou inabalável, as metas governamentais não foram alteradas. A
marcha da mudança continuou com apoio popular. Como ocorreu também com o
prefeito Cido Sério (PT).
Lula
reelegeu-se e elegeu Dilma Rousseff como sua sucessora. Nestes 10 anos do PT no
poder, o Brasil ganhou importância no mundo, se libertou do FMI, saiu da sombra
dos Estados Unidos. E o PIB de 2013 vai crescer 4%, contrariando os agourentos.
Ser
governista numa democracia é ter responsabilidades. Exercer a oportunidade de
fazer mais pela população. Não sou anarquista, nem rebelde, nem pretendo ser
eterno governista. Estou feliz porque as propostas de meu partido foram
entendidas pela população.
*Hélio
Consolaro é professor, jornalista e escritor. Atual secretário municipal de
Cultura de Araçatuba-SP.
2 comentários:
As pessoas tornam-se oposições não é porque se incompatibilizam com os descaminhos administrativos, mas porque a administração não lhes concede benesses. Tudo que discordam quando oposição, passam a defender na situação e isso é falta de ética. Lembro-me que no governo vergonhoso e imoral do Maluly Neto, a oposição combatia as nomeações radicalmente, porque sabiam que nomeações nada mais eram que cabos eleitorais pago com dinheiro publico. Hoje, governo, defende com veemência. O problema não é ser governo ou oposição, e sim, coerente com o que preconizam e defendem. Temos sim que defender nossos interesses, mas com ética, moral e coerência. Abraços!
Muito bom artigo Hélio, parabéns!
Oposição será existirá, mas como salientou o Heitor "o problema nao é ser governo ou oposição, e sim, coerente com o que preconizam e defendem".
Não me recordo pelo menos em Araçatuba da oposição seja lá de qual partido for, aceitar os bons projetos em prol da população quando da situação. Essa é a maior falta de respeito vigente em nosso país, o vereador oposição votar contra projetos de benefício daqueles que o elegeram.
Li uma vez em um jornal de grande circulação nacional, que, em determinada cidade do Paraná e Rio Grande do Sul, a oposição nao vetava os bons projetos pois os mesmos eram para melhorar sua cidade, independente do x nao gostar do y.
Esperamos um dia que as cabeças mudem.
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