AGENDA CULTURAL

12.2.14

Alzira Espíndola grava antigas parcerias com Itamar Assumpção em novo disco

Cantora reuniu jovens músicos para gravar “O que Vim Fazer Aqui” - revista Brasileiros


A cantora e compositora Alzira E/ Foto: Feco Hamburger
“Vou dizer em sol/ Vou dizer em si/ Vou dizer em fá/ O que vim fazer aqui”, diz o refrão da canção que dá nome ao novo disco de Alzira E (também conhecida como Alzira Espíndola). Composto nos anos 1990 em parceria com Itamar Assumpção (1949-2003), o verso tinha, para a cantora, significado diferente naqueles tempos do que tem hoje: “A gente vai indo, levando a vida, sem se questionar muito. Mas de repente essa questão entra em questão: o que vim fazer aqui?”. Pois para Alzira, hoje aos 56, a pergunta surgiu nos últimos anos, do mesmo modo que vieram respostas – “você percebe que tem uma certeza”, diz ela. E a mais contundente das respostas parece ser o próprio disco O Que Vim Fazer Aqui, nono álbum da cantora, focado principalmente em sua longa e produtiva parceria com Itamar – de 1988 até os últimos dias do cantor.
Alzira esperou cerca de dez anos após a morte do Nego Dito (como era conhecido Itamar) para se voltar novamente ao repertório da dupla. Na verdade, diz ela, a coisa aconteceu naturalmente: “Depois desse período que eu me acostumei com essa saudade, eu pude mexer nesse baú de novo. (…) É como se todas essas forças misteriosas que a gente encontra na vida tivessem conspirado pra trazer esse repertório à tona agora”, diz. Acompanhada de um time de jovens músicos – Peri Pane (violão e violoncelo), Gustavo Cabelo (guitarra), Cris Scabelo (guitarra) e Marcelo Dworecki (baixo) –, Alzira entrou em estúdio para finalmente colocar no mundo essas canções “que demoraram esses 20 anos para se encaixar”. “Se hoje elas trazem alguma estranheza, lá atrás elas traziam muito mais”, diz ela.
A cantora recebeu a Brasileiros em sua casa, em São Paulo, para conversar sobre o disco, sobre Itamar e sobre a nova geração de músicos com quem convive.  

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