Brincar é viver

Hélio Consolaro*

No último domingo, a trupe do Circo de Bolsillo (Circo de Bolso), que é composta de dois indivíduos, se apresentou na Retreta Dominical na Praça Rui Barbosa de Araçatuba, 24/5/2015, 19h. Projeto da Secretaria Municipal de Cultura que nesse domingo teve a parceria da Secretaria Estadual de Cultura (Circuito Cultural Paulista).

O palhaço do circo - argentino Tuto Tul

Um deles trabalhou o tempo todo (palhaço argentino Tuto Tul, o outro, se sentou-se como patrão e ficou a observar o desempenho do companheiro. Circo de Bolso, trupe pequena, sem lona, cujos equipamentos se resumiam num monociclo, uma mala, uma sombrinha e um notebook. O aparelho de som foi fornecido pela secretaria.

Há teatro de bolso, local onde cabe menos de 100 pessoas, agora surgiu o circo de bolso. Na praça, havia mais de 100 pessoas, muitas crianças com seus pais. Talvez seja de bolso porque a trupe cabe debaixo de uma lona de guarda-chuva.

 

Madruga dando um trato nos sapatos do Consa

Pequeno ou grande, o Circo de Bolsillo brincou muito com as crianças, e os adultos pegaram carona. Estamos na Semana  Mundial do Brincar, de 25 a 29/5, porque brincar não combina com guerrear, por isso não se brinca com simulacro de armas de fogo. Brincar de guerra é um paradoxo. Brincar é sorrir, abrir o coração, estar feliz com a vida.

A inocência do ambiente era tão grande que uma menininha quebrou seus sapatos de mulher grande, eu, em tão de brincadeira, quis emprestar os meus, e ela aceitou, para alegria de todos.  

 

José dos Santos, o pipoqueiro, e Consa

Eu gosto de brincar com as pessoas, às vezes, me dou mal, porque nem todas estão bem-humoradas, por isso, em vez de rir, rosnam. Ou ficam com aquela cara séria de quem comeu e não gostou.

Lá na Praça Rui Barbosa há duas personagens interessantes que deixam o espaço mais alegre.

O Sr. José dos Santos, simples assim. Com esse nome, deve ter milhares de homônimos. Ele é o pipoqueiro, bem antigo, do jeito de minha infância.

Há também outro “dos Santos”: Otávio dos Santos Filho, apelidado de Sr. Madruga. Ele é o engraxate, adulto, velhão. Toda vez que vou à Retreta Dominical na Praça Rui Barbosa ele exige o direito de engraxar meus sapatos e receber R$ 10,00. E com ele troco algumas ideias.

 

Consa abraço ao Madruga

Retreta Dominical é ir à Praça Rui Barbosa aos domingos à noite, ver a fonte jorrar água, trazendo netos pelas mãos, comprar balão, algodão doce, pipoca e engraxar os sapatos.

Deixemos a tevê, a internet por um intervalo. Vamos dar um gosto mais saboroso em nossa vida: brincar.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

A trupe do Circo de Borsillo