AGENDA CULTURAL

3.1.16

Os toldos cobrem túmulos em Araçatuba

Vista panorâmica do cemitério araçatubense Recanto da Paz com túmulos cobertos com toldos (muitos)

Que tal, caro leitor, você mesmo construir o seu túmulo? Há gente que quer ser diferente, ser mais do que os outros, também no cemitério. A estratificação social durante a vida se perpetua no campo santo.

Outro dia, uma de minhas amigas confessou ter o maior desespero só em pensar caso seus ossos sejam enterrados na vala comum, geralmente, sob um grande cruzeiro nos cemitérios.

Cemitério araçatubense Recanto da Paz com túmulos cobertos com toldos, desta feita homenageando o time do coração do falecido, o Corinthians
Num dia desses, em reunião de família, levantaram a hipótese de eu providenciar o terreno para a minha cova. Pulei de banda, não vou cuidar disso, quero deixar essa dor de cabeça para vocês. E bati três vezes na madeira, como madeira está difícil, bati mesmo em MDF.

Lá no cemitério Recanto da Paz, bairro Roselli, Araçatuba-SP, há a mania de os familiares cobrirem os túmulos com toldos. Talvez seja para não murchar as flores,  então para o defunto não  queimar a pele, não tomar chuva ou... Seja lá o que for, eu não tenho nada com isso... Quem ganha com esse costume são os tapeceiros.


Cemitério araçatubense Recanto da Paz com túmulos cobertos com toldos, desta feita na foto homenageou-se o time do coração do falecido, o São Paulo
Há aqueles que homenageiam os times a quem o falecido (ou falecida) torcia, pondo o brasão desenhado no toldo. Há coberturas de todos os jeitos. Não sei se é um costume exclusivo de Araçatuba ou o foi copiado de outra cidade.

Escrevo tudo isso porque li uma reportagem que um tal de Zequinha, 81 anos, morador da cidade de Pesqueira, agreste do Estado de Pernambuco construiu um mausoléu, pôs todos os ossos de seus parentes nele, mandou fazer a placa com seu nome também, só faltando a data do falecimento.

Túmulo do Zequinha
Lápide escrita em vida




E o mais curioso é que pôs uma televisão no mausoléu. Se eu fosse fazer tal loucura, trocaria de mídia, colocaria um computador, um smartphone, com música 24 horas por dia.  

Quem deixa alguma frase na lápide funerária é uma pessoa, como se fosse um escritor, que apesar de morta, ainda quer influenciar pessoas. É a chamada imortalidade.

Então, caro leitor, as loucuras não têm limites, se manifestam até no cemitério, como também a mania de grandeza. 

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Um comentário:

Anônimo disse...

Acredito que sejam 2 deduções: 1ª) Para os vivos, qdo forem visitar o túmulo, se abrigarem ao máximo possível dos raios UVA e UVB emanados do sol (e olha que Araçatuba é uma cidade muito, muito, muito mas muito quente) ou 2º) Quem vende está lucrando com isso e achou um modo de sair da crise.