AGENDA CULTURAL

8.1.16

Um vice querendo ser prefeito

Cido Sério e Carlos Hernandes
Hélio Consolaro*

Se entre Dilma (PT) e Temer (PMDB), houve uma carta que estremeceu a relação dos dois, isso não aconteceu entre Cido Sério (PT) e Carlos Hernandes (PMDB), sendo respectivamente prefeito e vice-prefeito de Araçatuba. Aliás, há uma cordialidade ímpar entre eles.

O prefeito Cido Sério, em dezembro, se afastou para ser objeto de uma cirurgia, enquanto o vice-prefeito Carlos Hernandes assumiu. A recomendação do titular ao interino deve ter sido a seguinte:

- Mostre serviço, Hernandes!

E mostrou. Ao receber o ministro Patrus Ananias (PT) na prefeitura (16/12), quando este visitou Araçatuba, para a minha surpresa, estavam lá Fernando Zar, presidente do PT, e sua fiel escudeira Vânia Grossi. Esses dois militantes não iam ao gabinete do prefeito desde 2013.

Para quem conhece os bastidores da política local, sabe que isso foi uma atitude importante, já que a chapa vencedora na eleição do diretório municipal do PT, liderada por Fernando Zar, não aceita outro partido como cabeça de chapa nas eleições deste ano.  
Fernando Zar
Vânia Grossi












Como petista jurássico, com liberdade para falar certas coisas em decorrência da idade, observei naquele momento:

- Nossa! Precisou ter um prefeito do PMDB para vocês virem ao gabinete?

Risos.

Também, Carlos Hernandes  encaminhou com eficácia o caso do fechamento do Hospital de Mulher, reunindo vereadores da oposição e da situação, indo ao Governo do Estado, estabelecendo o diálogo. Provavelmente o hospital não será fechado, passando a unidade para a administração do estado.

Neste mês de substituição, Carlos Hernandes mostrou apetite para o cargo e que o diálogo é seu método de ação. Muita gente gostou. O apetite chegará a 2017?  


*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP 

Um comentário:

João Luiz Polizeli disse...

Até que em fim, no apagar das luzes, o cara apareceu. Que ironia - eta política maldita... a solução é simples: é só o vice pedir ao prefeito não fechar o Hospital da Mulher!