AGENDA CULTURAL

6.7.16

Sem placa, fora Temer

Hélio Consolaro é pré-candidato a prefeito de Araçatuba, 2016  

Partido já diz tudo no nome, é uma parte da sociedade que pensa de um jeito e se junta sob uma sigla. Daí se condenar as legendas de aluguel, gente que se reúne apenas para tirar proveito próprio da atividade política.

Sou filiado ao PT desde 1985, nessa crise toda, optei por continuar no partido, contrariando o prefeito Cido Sério, porque eu sou Hélio Consolaro, com virtudes e defeitos, em qualquer lugar. Em todos os partidos há gente boa e ruim, cada pessoa constrói as relações do lugar onde está.

Como não sou um profissional da política, não estou correndo atrás de mandatos para poder ter um salário, optei por ficar no PT e tentar reconstruí-lo, apesar de tudo, ainda é um partido, não é uma legenda de aluguel.

Mas no PT, como em todos os partidos, não há só uma linha de pensamento, então a convivência diária é um exercício de viver na diversidade. Não desejo que todos concordem comigo e nem me calo diante daquilo com que não concordo.

A Comissão Executiva do PT emitiu uma nota condenando o nome de Michel Temer, o presidente golpista, na placa inaugural da UBS Dona Amélia, no dia 24/6/2016. Ele é golpista, sim, pois foi um um vice que maquinou para derrubar a titular para ser ele o presidente.

A Executiva me mandou o texto por e-mail para eu dar minha opinião, eu discordei não apenas de termos do texto, mas que houvesse a nota de repúdio. Fui voto vencido. A nota foi publicada no jornal Folha da Região e teve repercussão negativa, como eu havia previsto.

Pensei bem se eu devia me manifestar ou não a respeito como pré-candidato a prefeito de Araçatuba pelo PT. Depois de muito pensar, resolvi escrever este texto por uma questão de transparência.    

O eleitorado precisa saber que Hélio Consolaro discorda do partido em certos pontos e se manifesta de forma cristalina, e assim serei se prefeito for. E o partido também vai saber que tem um pré-candidato que vai brigar internamente e comunicar à população (caso seja necessário) o que aconteceu, porque não sou apenas um militante, sou um militante que vai pleitear o voto dos cidadãos e preciso ter uma relação transparente com a cidade.

Afinal, eis aqui alguns trechos da mensagem que eu escrevi como resposta ao e-mail que me mandaram sobre a nota de repúdio da placa inaugural da UBS Dona Amélia no dia, seguem alguns trechos abaixo:

1)  “A discussão está posta de forma errônea. Ninguém constrói nada, nem PT, nem PMDB, tudo é feito com dinheiro público. Não devia ter nome de ninguém na placa, aliás, não devia ter placa [...]”
2)  “Outra coisa que torna inoportuno o repúdio, PT e PMDB ainda continuam dormindo junto, está havendo uma promiscuidade ideológica. Exigir moralidade quando estamos sendo imorais.”


Há uma placa de reinauguração do teatro Castro Alves com o meu nome. Quem insistiu para fazer a placa, patrocinada pelo Santander, foi o prefeito Cido Sério. 

Sou contra placas inaugurais, sou favorável a painéis nas construções que mostrem de onde saíram as verbas para aquela obra, uma forma de prestação de conta.

Sem placa, fora Temer.

*Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Vereador 1983-88, secretário municipal de Cultura 2009-2016


Um comentário:

Célio Hélio disse...

Concordo com o Senhor em parte:

1 - Plenamente com respeito à não colocação de placas e, sim, à prestação de contas, pois se a prestação de contas aufere ao governo federal, estadual e municipal, os gestores dessas esferas, indiretamente, estarão, ali, representados;

2 - A meu ver, na interinidade, ninguém poderia subscrever seu nome, uma vez que a obra foi inaugurada na data atual, mas a construção e aplicação de verbas vem desde a implementação do projeto, ou seja, não foi em um ou dois meses que o interino está, de forma golpista, no poder que lhe confere o direito de assinar qualquer projeto que foi autorizado e financiado pelo governo federal na gestão de Dilma. Portanto, havendo placas, e o nome dela que deve constar e/ou confirmando o golpe ...