*Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor. Araçatuba-SP
René Descartes (1596-1650), com seu grito racionalista, disse "Penso, logo existo". Para existir, o ser precisa pensar. Para o pensador francês, não existia saída para o ser humano fora do conhecimento lógico. Apenas cérebro.
A escritora irlandesa Maggie O'Farrel então foi buscar inspiração para eliminar sua dúvida existencial em outra escritora, Sylvia Plath (1932-1963): "Respirei fundo e escutei a velha fanfarronice do meu coração. Existo, existo, existo". Três palavras, como "Penso, logo existo", reafirmando apenas existir.
Assim ela lançou o seu livro "Existo, existo, existo", contando casos de quase morte, enfatizando a sua luta pela vida, naquela briga corporal contra a morte. Só coração, nada de cérebro. Leitura de parar o coração.
Trata-se de memória, pois ela relata 17 vezes que ela tropeçou na morte. Apesar de ser crônicas não ficcionais, bem a gosto da literatura brasileira, a linguagem foi bem trabalhada e a narrativa também. Pelo menos a tradutora Adriana Lisboa captou esse trabalho com a linguagem ou melhorou-a, já que traduzir é recriar.
Cada episódio, sem sequência, tem como título uma parte do corpo humano com o ano em que ocorreu: pescoço, pulmões, coluna, abdômen, sistema circulatório, cabeça, crânio, intestinos, corrente sanguínea, cerebelo. Sendo apenas o último tratar-se das dificuldades da filha para viver, exigindo da mãe esforços hercúleos.
"Existo, existo, existo - dezessete tropeços na morte" é uma leitura recomendada para médicos que estão preocupados sempre em conhecer o outro lado, o do paciente; zelam pelo bem-estar de seus doentes. O mundo hospitalar apresentado é moderno, atual.
O livro não é um romance. Os casos podem ser lidos em qualquer sequência, mas eu o li de forma linear, na ordem em que foi publicado. Foi uma leitura agradável, fácil e rápida. Ótimo para ler em viagens. Volume com 250 páginas, bem diagramado, publicado no Brasil pela TAG em parceria com Dublinense.
René Descartes (1596-1650), com seu grito racionalista, disse "Penso, logo existo". Para existir, o ser precisa pensar. Para o pensador francês, não existia saída para o ser humano fora do conhecimento lógico. Apenas cérebro.
A autora: Maggie OL'Farrell |
A escritora irlandesa Maggie O'Farrel então foi buscar inspiração para eliminar sua dúvida existencial em outra escritora, Sylvia Plath (1932-1963): "Respirei fundo e escutei a velha fanfarronice do meu coração. Existo, existo, existo". Três palavras, como "Penso, logo existo", reafirmando apenas existir.
Assim ela lançou o seu livro "Existo, existo, existo", contando casos de quase morte, enfatizando a sua luta pela vida, naquela briga corporal contra a morte. Só coração, nada de cérebro. Leitura de parar o coração.
Trata-se de memória, pois ela relata 17 vezes que ela tropeçou na morte. Apesar de ser crônicas não ficcionais, bem a gosto da literatura brasileira, a linguagem foi bem trabalhada e a narrativa também. Pelo menos a tradutora Adriana Lisboa captou esse trabalho com a linguagem ou melhorou-a, já que traduzir é recriar.
Cada episódio, sem sequência, tem como título uma parte do corpo humano com o ano em que ocorreu: pescoço, pulmões, coluna, abdômen, sistema circulatório, cabeça, crânio, intestinos, corrente sanguínea, cerebelo. Sendo apenas o último tratar-se das dificuldades da filha para viver, exigindo da mãe esforços hercúleos.
"Existo, existo, existo - dezessete tropeços na morte" é uma leitura recomendada para médicos que estão preocupados sempre em conhecer o outro lado, o do paciente; zelam pelo bem-estar de seus doentes. O mundo hospitalar apresentado é moderno, atual.
O livro não é um romance. Os casos podem ser lidos em qualquer sequência, mas eu o li de forma linear, na ordem em que foi publicado. Foi uma leitura agradável, fácil e rápida. Ótimo para ler em viagens. Volume com 250 páginas, bem diagramado, publicado no Brasil pela TAG em parceria com Dublinense.
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