AGENDA CULTURAL

2.5.21

Significado do trabalho - Gervásio Antônio Consolaro

 

Café, 1934, Cândido Portinari

“Os dois dias mais importantes em sua vida são os dias em que nasceu e aquele em que descobriu o porquê, já dizia Mark Twain, escritor e pensador americano do século 19. Vivemos em tempos quem exigem de nós um entendimento, cada vez maior, de por que fazemos as escolhas que fazemos. É normal, por exemplo, a gente não se contentar mais apenas com o retorno material que o trabalho nos proporciona. Ele precisa ser mais do que isso: é necessário trazer uma realização pessoal e, sobretudo uma vida com mais propósito – aquilo quem buscamos para alcançar uma satisfação como seres humanos. Ou seja, queremos algo que esteja amplamente conectado com nossos valores e com a possibilidade de reconhecimento, quer no ambiente corporativo, quer nas relações pessoais.

       O filósofo e educador brasileiro Mário Cortella traz dupla definição oportuna do termo – “realização” que nos ajuda  entender a dinâmica de trabalho e vida pessoal. Do latim, entendemos realização como ”tornar real”, ou seja, compreender nossa existência a partir do que fazemos, da marca que deixamos, da marca que deixamos no mundo. Já do inglês (to realise) temos uma interpretação relacionada à consciência, ao “dar-se conta de algo”. Vivemos a era da consciência, do propósito, em que, mais que habilidade e conhecimentos técnicos, o mercado de trabalho busca nos profissionais inteligência emocional. E isso se expressa em criatividade, em empatia e na capacidade de dar sentido e significado a produtos e serviços. Essa é a tônica dos tempos atuais, não só na esfera profissional, mas na vida que levamos todos os dias.

       Como dizia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Aqueles que sabem o "porquê" da sua existência podem suportar qualquer “como” para realizá-lo”. Também, não menos importante, psiquiatra austríaco Viktor Frankl disse “O que realmente importa não é o que nós esperamos da vida, mas antes que ela espera de nós”

       Muitas vezes, precisamos apenas experimentar, fazer sem saber se aquilo fará sentido, abrir espaço para o desconhecido agir. Isso sim, pode nos indicar o caminho da realização. Afinal de contas, a vida é feita de planos e circunstâncias externas.

        O importante é observar quais os sentimentos que brotam dentro da gente quando nos colocamos neste tipo de situação inesperada.

        Por fim, uma sugestão, nunca deixar de perguntar: “Por que estou fazendo isso ou aquilo?. Isto é estar com consciente dos seus atos, estar presente no mundo e fazendo valer essa breve existência. 

Gervásio Antônio Consolaro, ex- delegado regional tributário do estado/SP, agente fiscal de rendas aposentado. Administrador de empresas, contador, bacharel em Direito e pós-graduação em Direito Tributário. Curso de Gestão Pública Avançada pelo Amana Key e coach pela SBC.


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