Hélio Consolaro
Sexta-feira, 29/9, encontrei o músico José Renato Gimenes bravo na praça João Pessoa, sentado a uma mesa do Café da Praça, lugar freqüentado por este cronista em fins-de-semana, quando sou servido por Paulo e Maria, todos solícitos, com medo desse linguarudo.
Não estava chovendo, havia até um calorzinho propício para um show ao ar livre, mas não pôde ser realizado o espetáculo "Notinhas Miúdas", do Projeto Sons do Brasil, coordenado pelo Zé Renato, porque havia chovido durante o dia.
Quem conhece o Zé sabe que ele não é um espanhol que bufa por qualquer coisa. E ele me dizia:
- Põe lá na Entrelinhas, diga que fui eu que falei!
Como seu servo, Sancho Pança, gritei:
- Estou aqui, senhor!
Qual era o motivo da ira do Zé? Não era nada megalomaníaco, apenas deseja que a prefeitura cubra o palco do teatro Tom Jobim para que novos shows não sejam cancelados injustamente.
E ele continuou a bufar:
- Choveu de manhã ou à tarde, não se pode instalar nenhuma aparelhagem para o show da noite, porque o palco não é coberto. Eu perdi todo o trabalho feito, marcar outra data é quase impossível! Buscar patrocínio, então...
Disse mais:
- Por causa das chuvas, no decorrer dos seis anos de praça, quase todos os holofotes do palco estão queimados e não foram substituídos!
O professor Artur Leandro Lopes foi o articulador da reforma da antiga praça da caixa d'água para que ela se tornasse um espaço cultural privilegiado, tendo como retaguarda o empresário Waldman Biolcati. Assim, juntos, conseguiram apoio financeiro do empresariado araçatubense. A sua inauguração fez parte das comemorações dos 500 anos de Brasil.
Numa conversa com esse cronista, o professor Artur disse que a praça lhe tem dado alegrias, mas se entristece quando percebe que ela está sendo destruída aos poucos, pelo uso, porque a prefeitura não cumpre a parte dela, fazendo a conservação do local.
Para fazer coro à voz do Zé Renato, digo que aqueles dois banheirinhos da praça João Pessoa precisam ser reformados e ampliados. Aliás, só os usa a raça que mija de pé!
Se se conhecem os homens públicos de uma cidade pelos mictórios de praças, rodoviárias e outros lugares públicos, as autoridades araçatubenses estão com a credibilidade arranhada.
Secretário Alexandre Sônego de Carvalho, prefeito Maluly, vereadora Marly Garcia, dêem uma olhadinha especial para a praça João Pessoa, aquele lugar é especial, não pode ser arruinado pelo uso.
O Zé Renato tem lá suas manias de espanhol bravo, mas está com a carroça cheia de razões. A praça é do povo, por isso as autoridades precisam cuidar bem dela.
Um comentário:
Todos nós estamos tristes, se uma praça como a João Pessoa está abandonada, imaginem o resto da cidade; os homens públicos da nossa cidade não passam pelos buracos nas ruas e nas calçadas, quando andando eles ignoram as 'bocas de lobo' mais parecem bocas de jacares, arvores mutiladas, sujeira por todo lado etc.
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