AGENDA CULTURAL

3.6.13

Da janela do Valadão

Simone Leite Gava, artista plástica, com o professor Euclides na noite de autógrafo
Na sexta-feira, 31 de maio de 2013, tive reunião no conj. hab. Atlântico, no extremo da Zona Norte de Araçatuba, organizando o próximo Culturaça. De lá, depois de passar em casa e trocar os panos, fui para o Jardim Nova Iorque, Zona Sul, no restaurante Terra do Boi, onde só há mansões.   

Como secretário de Cultura cujo compromisso é respeitar a diversidade cultural, transito por todos os segmentos sociais e passo por lugares extremos. No Terra do Boi, de meu colega de secretariado, Antônio Carlos Ferreira, o ex-exilado político Euclides Garcia Paes de Almeida lançava o livro "De minha janela", biografia do ex-prefeito araçatubense Aureliano Valadão Furquim. A obra teve a edição de Marcelo Teixeira.  
Capa do livro

"De minha janela" foi um livro sem preço, pois todas as pessoas que lá estiveram nada pagaram e saíram com o seu exemplar. A noite de autógrafos contou com os familiares do Dr. Aureliano e de seus admiradores.

A obra teve total apoio da família de Valadão; foi custeada pelo neto do ex-prefeito, o juiz Antônio Angrisani Filho.      



Quem foi Valadão?
Um dos personagens mais emblemáticos da história de Araçatuba acaba de ser imortalizado no livro “De Minha Janela – Vida e obra de Aureliano Valadão Furquim e suas realizações em Araçatuba”, que será lançado no próximo dia 31 de maio. Escrita pelo professor de história Euclides Garcia Paes de Almeida e editada pelo jornalista Marcelo Teixeira, a obra traz em 247 páginas os principais fatos da vida do ex-prefeito.
Aureliano
Nascido em 1901, em Cravinhos (região de Ribeirão Preto), araçatubense “por adoção”, advogado, tabelião, casado com Zoraide Angrisani Dória, pai de seis filhos, Valadão, como era popularmente conhecido, foi Interventor Municipal de 1938 a 1941, prefeito eleito, de 1952 a 1955, e vereador, de 1956 a 1960. Segundo o também ex-prefeito Sylvio José Venturolli, Valadão fez a maior parte das obras públicas permanentes de Araçatuba, como praças, escolas e prédios públicos municipais.
Foi na primeira gestão de Aureliano Valadão Furquim que Araçatuba teve sua primeira rua asfaltada, inaugurada em torno da praça Rui Barbosa, em 20 de fevereiro de 1939, sendo a primeira do interior paulista ter uma via pavimentada, o que lhe valeu – à época – o codinome “Cidade do Asfalto”. Valadão faleceu em Araçatuba, em 1987, aos 85 anos.
Após o lançamento, a obra poderá ser encontrada em livrarias de Araçatuba, ao preço de R$ 30,00.
Quem é Euclides Garcia Paes de Almeida?
Prof. Euclides com o livro
Euclides Garcia Paes de Almeida é natural de Araçatuba. Estudou Artes Plásticas na Escuela de Bellas Artes de La República, no Uruguai, e graduou-se em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Jales. Desenvolveu, no início da carreira, atividades ligadas às artes aplicadas à pesquisa.
Participou da equipe de restauro de cerâmicas arqueológicas na UFMG, montou e dirigiu a Cooperativa de Artesanato Cerâmico no antigo Intec, em Araçatuba, e lecionou como monitor de artes no Senac. Iniciou mestrado em história na Unesp de Assis, é professor concurso de História da rede estadual de ensino.  

NORMAS TÉCNICAS

Toda vez que soltamos um livro, dando o "imprimatur", a preocupação é com os possíveis erros descobertos depois da impressão. Com certeza, não foi diferente com o prof. Euclides e o jornalista Marcelo Teixeira. 

Como pessoa engajada na melhoria da literatura araçatubense e da edição de livros, não poderia deixar de apontar algumas falhas na edição (organização) do livro para que outros escritores não as cometam no futuro. Elas não têm caráter de conteúdo, mas de organização do próprio livro.  
  
A Fundação da Biblioteca Nacional (Ministério da Cultura) determina as normas técnicas para publicar um livro, inclusive, exigindo o seu registro nela, quando emite um selo com código de barras. Tudo está registrado no "Manual do Editor", da própria FBN.

Este croniqueiro podia ficar quieto, não apontar falhas, mas a luta em Araçatuba é para que os livros editados preencham as normas técnicas, por isso eles precisam ser organizados por editoras e não por gráficas, ou então, ser acompanhado por um editor independente que seja registrado na FBN para poder requerer o ISBN.

Eis as falhas:

1. Não apresenta ficha catalográfica, que facilita o trabalho das bibliotecárias na hora de classificar o livro e colocá-lo na estante;
2. Está sem o código de barras, ou ISBN (Internacional Standar Book Number), que é "um sistema internacional  padronizado de numeração e identificação de títulos de livros em uma determinada edição, aplicável também a software e livros eletrônicos";  
3. As indicações no livro se contradizem, ora é o Marcelo Teixeira que é editor do livro (conforme nota do editor), ora é Euclides Paes de Almeida, conforme folha anterior);
4. O conteúdo da orelha da quarta capa, que apresenta a biografia do autor, professor Euclides, é repetido na última página;
5. O livro foi impresso em papel muito pesado, encarecendo remessa dele pelo correio.    

Não vai nestes apontamentos nenhuma atitude de soberba, mas uma oportunidade para difundir as normas da FBN.

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