AGENDA CULTURAL

21.12.13

Por uma felicidade mais democrática


POR: GUSTAVO RANIERI   /  05/12/2013

 
Revista da Cultura - Livraria Cultura

A preocupação por adquirir ou manter hábitos ostentadores passou longe dos ideais de Flávio Gikovate. Prova de que o paulistano, que no próximo mês completa 71 anos, não se curvou diante da enorme fantasia criada pelo dinheiro e pelo sucesso, apesar do prestígio conquistado nas três carreiras que há décadas mantém em paralelo: a de médico psiquiatra, que já soma 47 anos; a de escritor, com 32 livros lançados e mais de 1 milhão de exemplares vendidos – entre eles, Sexo, Nós, os humanos, Uma nova visão do amor, Namoro – Conhecendo as razões do coração e Dá para ser feliz… Apesar do medo; e a de comunicador/apresentador, escrevendo para a mídia impressa desde os anos 1960, assim como com programas na TV e no rádio. Na CBN, apresenta, de segunda a sexta, No Divã do Gikovate, em que ele tem contato direto com o público, que lota o auditório a cada gravação semanal e para o qual ele está continuamente atento. “Sempre aprendi muito ouvindo e lendo o que todos falam. Uma vez, li uma frase que dizia assim: 'Humildade é a capacidade de aprender, mesmo com aquelas pessoas que sabem menos do que você’. Honro isso o tempo todo.”

O convite para esta entrevista partiu da crença de que, apesar das inúmeras definições e abordagens dadas à qualidade de vida, tema desta edição, o ponto de partida, meio e fim do assunto, estaria no cuidado do ser humano com a própria mente. Não estávamos tão errados, mas é muito mais do que isso, como Flávio mostra a seguir. No bate-papo, ele fala sobre um estudo que desenvolve há bastante tempo, no qual aborda o que chama de “felicidades democráticas e aristocráticas”; fala sobre a escravidão do dinheiro; a ânsia de conquistar cada vez mais, não importa o quê, e exibir os louros. Enfim, qualidade de vida na visão do homem que afirma ter uma vida singela ao lado de sua esposa Ceci, com quem está há quase 40 anos. “Os resultados positivos durante a carreira nunca modificaram muito nosso estilo de vida. Minha vida é supersimples e voltada para essa relação afetiva familiar e para o trabalho. Por acaso, sou um desses afortunados que realmente têm uma relação de absoluto fascínio pela profissão. Não tenho hobby, não tenho outros interesses. Tudo o que leio é focado para melhorar a profissão.”




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